O Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP), de Mossoró, chegou a uma situação de ineditismo surreal: um corpo só foi liberado no domingo (26), porque houve serviço de um médico-legista “particular”. Isso mesmo.
O bafafá provocou até o pouso do secretário de Segurança Pública do Estado (Aldair Rocha) e do Diretor Geral do Itep (Nazareno de Deus Medeiros Costa), que foram acionados para discutirem “in loco” sobre o caso na cidade. Pouco acrescentaram ao cenário tétrico.
Cristiana Barreto Viana, de 36 anos, que trabalhava na casa da deputada estadual Larissa Rosado (PSB), foi encontrada morta na manhã de domingo, numa estrada periférica, com quatro tiros e indícios de violência física no rosto e outras partes do corpo.
Larissa, sua mãe e deputada federal Sandra Rosado (PSB), além de outras pessoas da mesma família, entraram em ação com a influência e tentaram liberar o corpo. Entretanto não havia um único médico-legista.
Conseguiram a intervenção de um legista dos quadros do Itep, que estava de licença. Ele “quebrou o galho” por camaradagem com as deputadas. Os demais corpos ficaram na geladeira, sem tempo à liberação.
Pela inusitada situação, fica claro que agora é conveniente – em Mossoró e região – que o cidadão procure pagar um plano de saúde e outro de morte. Seria o “Unimorto”, para ter direito a um médico-legista, caso seja necessário.
Pobre Mossoró!
Nota do Blog – Além de escassez de legistas, o Itep também está com deficiência de veículos. Um está quebrado e outro funciona a duras penas para cobrir mais de 60 municípios.