• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
sexta-feira - 27/05/2011 - 10:17h

A hora do bom senso (finalmente)


O Governo Rosalba Ciarlini (DEM) resolveu fechar sua "caixa de ferramentas" e descer do "salto". Muda diametralmente a postura em relação aos movimentos sindicais públicos.

Sentiu que estava batendo num paredão e voltando, sem provocar sequer uma fissura. Apenas desfigurava o próprio rosto. A própria imagem.

Ótimo.

A ordem agora é dialogar, buscar o entendimento, tudo com voz macia, sem afetações ou destemperos verbais. Ou seja, o que se recomenda em termos de moderna diplomacia ou até mesmo entre selvagens.

Nas últimas semanas, o governo atiçou a ira dos servidores, recrudescendo a relação com os sindicatos. O inteligente e culto Paulo de Tarso Fernandes, chefe de Gabinete da governadora, foi escolhido para distribuir "porradas" verbais e não se saiu bem.

O governo reordena as relações sobretudo porque a repercussão da onda de greves saiu da divisa do Rio Grande do Norte, ganhando dimensão nacional. Não é mais um caso paroquial.

Baderna

É reflexo do efeito "Amanda Gurgel", a  professorinha desdenhada e vilipendiada pelo próprio governo. Numa audiência pública sobre educação, na Assembleia Legislativa, ela deu depoimento devastador, mostrando as vísceras do setor não apenas no estado, como no país.

As greves são instrumentos legítimos de pressão. Inaceitável é e sempre será, a baderna e o insulto à Rosalba ou seja lá quem for que esteja na cadeira executiva.

A enxurrada de greve se formou, principalmente porque o governo limitou-se a enxergar tudo de forma unilateral e de cima para baixo, utilizando evasivas ou distância no trato de tema tão delicado. E não pode alegar desconhecimento de que isso poderia acontecer ou se fazer de vítima, partidarizando a discussão.

Todos os outros governantes anteriores, nas últimas décadas, deram de cara com greves, que hoje são bem mais organizadas. Os sindicatos saíram do amadorismo ou da pura empolgação de rua, para o duelo técnico, amparados por assessorias qualificadas, da comunicação à advocacia.

Boa parte dos sindicatos procurou o governo antecipadamente para negociar. Inábil, o governismo chegou a ser insultante, a ponto do secretário Paulo de Tarso dizer que "metade dos professores não trabalha" e ridicularizar as paralisações: "Greve não faz dinheiro".

A própria Rosalba soltou das suas. Em Mossoró afirmou, incisivamente, que não governava para o servidor.

Bem, como os ânimos parecem avançar à serenidade, esperemos que de lado a lado haja bom senso. Sem ele, o bom senso, todos perdem.

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. Honório de Medeiros diz:

    O problema, Carlos, a médio e longo prazo, é o ressentimento que fica e suas consequências para a parte mais fraca nesse “imbroglio”.

  2. Paula - Paraú diz:

    Carlos,
    O governo de Rosalba percebeu que não estava mais governando só o município de Mossoró, e sim o estado do RN.
    Se continuasse com essa maneira de enfrentamento iria terminar pior do quê o gov. de Micarla, se é que não vai, veremos.

  3. Paulo diz:

    Caro Carlos, com certeza a culpa foi toda do governo de Rosalba….. Os sindicatos foram desde o inicio muito equilibrados, basearam os pleitos em dados técnicos e no orçamento extremamente folgado do estado. Ora meu caro, o que se viu foi uma enxurrada de greves oportunistas, nas quais os dirigentes sindicais tiveram como maior intuito a autopromoção, uma vez que todos sabiam das dificuldades financeiras do governo, fruto de uma administração anterior que cuidou pouco dos interesses futuros da nossa população. Como também podemos falar de moderação, quando grevistas fazem manifestação na frente da governadora, impedindo a sua passagem com armas na cintura, armas essas fornecidas pelo próprio estado. Penso é claro que o momento agora é de desarmar os animos, e da parte do governo cabe uma postura de negociação que permita inclusive uma saída “democrática” para os dirigentes sindicais, sem obviamente prejudicar o restante da população com isso, como fez a última administração do nosso estado.

  4. Iris Maia diz:

    Como sente-se o eleitor que votou nessa senhora? “não governa para servidor?” a assessoria dessa sobrevivente do partido de discurso e prática mais atrasado do nosso pais, se querem continuar dominando também nossa pobre Mossoró, tem que orientar a governadora, ou lembrá-la que servidor é eleitor, ainda bem que não sou nem servidora nem eleitora dela, mas sou cidadã potiguar com muito orgulho, e todos precisamos dos dos servidores, e principalmente, da melhoria dos seus serviços .
    Meu caro Jornalista, com a sua licença, gostaria de repassar palavras da Grande Deputada Fátima Bezerra sobre o assunto:
    “Fátima faz discurso na Câmara em defesa dos servidores em greve

    As greves de servidores públicos no Rio Grande do Norte foram tema de discurso na Câmara Federal na manhã desta quarta-feira (25). A deputada federal Fátima Bezerra levou o assunto ao plenário destacando a inflexibilidade do Governo do Estado em cumprir acordos celebrados com sindicatos nos últimos anos. Outro ponto destacado pela parlamentar foi a situação de instabilidade no Estado com a paralisação de serviços públicos essenciais, como a Educação e a Segurança. Já estão em greve os trabalhadores da Educação, a Polícia Civil, o Detran, os servidores das Centrais do Cidadão, entre outros. Esses movimentos grevistas podem se estender nos próximos dias para outros segmentos como os policiais militares, trabalhadores da Saúde e servidores da administração indireta.

    A deputada afirmou que os diversos movimentos têm uma mesma motivação: o descumprimento de acordos celebrados entre os sindicatos dos servidores públicos e o Governo Estadual. “Custou caro para os trabalhadores obterem esses avanços, que estão hoje assegurados em lei e que a atual governadora, Rosalba Ciarlini, resolveu simplesmente desconsiderar. São conquistas históricas que não podem virar pó. Não foi para isso que a população elegeu a atual governadora. Alias, não eram essas as promessas de campanha e os servidores cobram coerência entre o que foi prometido e o que efetivamente vem sendo praticado pelo Governo”, destacou.

    Ainda no discurso, Fátima disse no plenário que até o momento, o Governo não apresentou alternativas que possam resultar em negociações aceitáveis para os trabalhadores, que querem voltar ao trabalho, mas não podem aceitar que os avanços conquistados se transformem num enorme retrocesso. Para ela, o que se viu até o momento foi uma postura de ameaças aos servidores, de negativas para a negociação, de ausência de propostas concretas e a responsabilização do Governo anterior. “Não há jeito pior para se começar uma gestão que gerou tanta expectativa junto à população potiguar”, pontuou. “Nosso mandato sempre apoiou as mobilizações dos servidores estaduais ao longo dos anos. Fomos parceiros de muitas lutas e sabemos o que significa para cada trabalhador as conquistas obtidas. Por isso, somos solidários e parceiros, das greves atuais por serem justas e legítimas por buscarem o cumprimento de acordos já firmados e que jamais poderiam ser descumpridos. Mais uma vez reitero que greve e conflito se resolvem pela via do diálogo”, afirmou Fátima.

    Repercussão
    Repercutem nacionalmente as paralisações dos servidores públicos do RN. O programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo, por exemplo, veiculou reportagem sobre as paralisações. Além disso, no Twitter, a tag #RioGrevedoNorte chegou ao topo dos assuntos mais comentados no País na segunda-feira passada.


    Pedro Filgueira
    Assessoria de Imprensa – Deputada Fátima Bezerra
    (84) 8899 7236 begin_of_the_skype_highlighting (84) 8899 7236 end_of_the_skype_highlighting / 9165 8459 – pedrofilgueira@gmail.com
    //twitter.com/pedrofilgueira
    Um abraço, saúde e paz.

  5. Ronaldo Gomes diz:

    Essa leitora está muito enganadinha da SIlva quando indaga quem votou nessa Senhora. Nâo seria nessas SENHORAS? Afinal estão muitissimos parecidos o governo de Dona Dilma com a de Dona Rosalba o que muda é só as letrinhas do Partidos. Uma do PT e outra do DEM, aliás apenas uma letra a mais . O desgoverno de dona Dilma com esse escandalo PALOCCI e a reforma ambiental, o kit GAY e outras e outras declarações instotucionalizadas homofóbicas vai ser para fazer o LULA Paz e amor voltar por cima da carne seca. A mesma aura e cenário aocontece no Rio GREVE do Norte. Vilma e Ibere em nada fizeram

  6. Kleverland Diogenes de Sousa diz:

    Carlos , será que se Ibere tivesse sido eleito. , ele estaria passando por essa situação ? será que esses sindicalistas estariam promovendo essas greves ? ou os oitocentos milões do rombo que ele deixou já foi pagando essas greves ?

  7. MARCOS PINTO - Da AAPOL, ICOP, IHGRN e do IANTT. diz:

    Quero deixar bem claro ao Kleveland , que inclusive é meu colega, que não precisa essa sessão de puxa-saquismos todo para auferir seu portentoso salário. Homi, tome sizo!.

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