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segunda-feira - 09/01/2023 - 09:44h
Terrorismo

Bolsonarismo, em fúria, ataca as três torres do Estado de Direito

Extremistas depredaram STF, Congresso e Palácio do Planalto, praticamente sem resistência

Do Canal Meio, CNN, Folha, G1, Canal BCS e outras fontes

Palácio do Planalto depredado (Foto de Gabriela Biló-Folhapress)

Palácio do Planalto depredado (Foto de Gabriela Biló-Folhapress)

Acumulada desde as eleições, a retórica bolsonarista de violência golpista explodiu nesse domingo (8) numa série de ataques às sedes dos Três Poderes da Repúblicas, instituições do Estado Democrático de Direito, sob o olhar complacente da Polícia Militar do Distrito Federal. A violência provocou a decretação de intervenção federal na área de segurança do DF e ao afastamento por 90 dias do governador Ibaneis Rocha (MDB), por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. (UOL)

Grupos criminosos saíram da frente do QG do Exército, incluindo os que chegaram a Brasília em uma centena de ônibus no fim de semana, tomaram a Praça dos Três Poderes e, por volta das 15h, invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.

Alguns dos terroristas usavam máscaras de gás e capacetes. Enquanto a invasão acontecia, PMs filmavam e conversavam com os criminosos sem intervir. No Planalto, os golpistas roubaram as armas do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O estrago já estava feito quando, após a decretação da intervenção, a polícia começou de fato a agir.

Segundo as autoridades do DF, 300 pessoas foram presas, e o controle dos prédios públicos foi retomado por volta das 20h. Ibaneis Rocha chegou a gravar um pedido de desculpas a Lula e aos presidentes dos Poderes. (UOL)

À tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em Araraquara (SP), decretou a intervenção, afirmando que as autoridades do DF tiveram “incompetência, má vontade ou má-fé”, especialmente após os atos de vandalismo no dia de sua diplomação. Ele responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem se referiu repetidamente como “genocida”.

Secretário-executivo do Ministério da Justiça e homem de confiança do ministro Flávio Dino, Ricardo Capelli será o interventor. Lula voltou a Brasília à noite e vistoriou os estragos no Planalto e no STF. O presidente convocou para hoje uma reunião com os 27 governadores para discutir ações contra os movimentos golpistas pelo país. (Poder360)

Ibaneis afrouxou, temendo o pior, mas acabou afastado do poder (Foto: reprodução)

Ibaneis afrouxou, temendo o pior, mas acabou afastado do poder (Foto: reprodução)

Já era início da madrugada quando o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador Ibaneis Rocha por 90 dias. A decisão, tomada no âmbito do inquéritos dos atos antidemocráticos, atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Segundo o ministro, os crimes de ontem “somente poderiam ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira”. (g1)

De fato, não foi por falta de aviso. Grupos bolsonaristas articulavam a ação em Brasília abertamente em redes sociais desde, pelo menos, terça-feira. Nas mensagens, organizavam-se viagens “com tudo pago” para a capital federal e, prevendo enfrentamentos, convocam-se ex-policiais e outras “pessoas com porte de arma”. O grupos começaram a se deslocar para Brasília na sexta-feira, sem que um esquema reforçado de segurança fosse montado no Distrito Federal. (Estadão)

O presidente dos EUA, Joe Biden, tuitou uma mensagem de apoio a Lula e ao Brasil, condenando o “atentado à democracia”. Na mesma linha seguiram praticamente todos os líderes da América Latina e nomes importantes da política mundial, como o presidente da França, Emmanuel Macron, e do governo espanhol, Pedro Sánchez. Assumidamente de direita, a premiê italiana Giorgia Meloni criticou os ataques em Brasília. (g1)

Os criminosos deixaram um rastro de destruição nas sedes dos Três Poderes, como mostra um vídeo gravado pelo repórter Marcos Losekann no STF e outro divulgado pela Secretaria de Comunicação da presidência com os estragos no Palácio do Planalto. (g1)

Jair Bolsonaro só se manifestou seis horas após os ataques. Dos EUA, disse que atos violentos “fogem à regra” e os comparou a atos da esquerda em 2013 e 2017, embora em nenhuma dessas ocasiões as sedes dos poderes tenham sido invadidas.

Bolsonaro se posiciona em redes sociais (Reprodução do Canal BCS)

Bolsonaro se posiciona em redes sociais (Reprodução do Canal BCS)

Ele também negou envolvimento nos ataques. “Repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do Executivo do Brasil”, concluiu, no primeiro reconhecimento público de que Lula é o presidente. (g1)

Além de Lula, os líderes dos demais Poderes reagiram ao ataques terroristas. A presidente do STF, Rosa Weber, disse em nota que a “Suprema Corte não se deixará intimidar por atos criminosos e de delinquentes infensos ao estado democrático de direito”. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de condenar a invasão, cobrou que os senadores “independentemente de posições ideológicas ou políticas”, se manifestassem em defesa do Parlamento. Ele marcou para hoje uma sessão do Congresso para confirmar a intervenção na segurança do DF. Aliado de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que o Congresso “não dará espaço para vandalismo e baderna”. (Poder360)

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao STF ontem a prisão do ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres, que havia sido exonerado mais cedo pelo governador Ibaneis Rocha. Torres, que é delegado federal, foi ministro da Justiça e um dos mais próximos auxiliares de Jair Bolsonaro. Ele é acusado de omissão pela falta de um esquema de segurança que impedisse a invasão dos palácios e pela aparente conivência de policiais. (CNN Brasil)

De férias na Flórida, Torres negou que tivesse ido aos EUA se encontrar com Bolsonaro. “Não me encontrei com ele em nenhum momento. Estou de férias com a minha família. Não houve nenhuma trama para que isso [os atos golpistas] ocorresse”, disse o agora ex-secretário. (Folha)

Nos bastidores, os ministros do STF responsabilizam o ministro da Defesa, José Múcio, por conta de sua “ação fraca” diante dos atos antidemocráticos. Ele defendia que as manifestações estavam se esvaziando naturalmente, o que se mostrou falso. (Globo)

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Categoria(s): Política / Reportagem Especial

Comentários

  1. M.D.R. diz:

    O M S T, fez pior devastação anos anteriores o SUPREMO não tomou as medidas necessárias para combate tal ato, inclusive, atual GOVERNADORA DO PT, esqueceu de almoça na mesa da Presidência do SENADO.

    • Pedro Rodrigues diz:

      Comparar uma sala de um ministério incendiada por Black Blocs, com os TRES predios dos poderes destruídos, e ainda mentir que foi o PT e o MST é simples CANALHICE.

  2. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO diz:

    M.D R.. !!!

    Esqueceu de ficar cajado..!!!

    Quem sabe, vira um poeta…!!!

    Kkkkkkkkk

  3. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO diz:

    *CALADO.. !!!!

  4. Hermiro Filho diz:

    Foi o POVO

  5. José Alves de Lima diz:

    Bolsonaristas kkkkkkkkkkkk
    Quero provas que foram eles.

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