• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 07/02/2010 - 17:53h

Breve história de um rio morto pelo abandono

Pois é, caros e inúmeros webleitores deste mui bem conceituado Blog.  Finalmente, o meu bestunto (parafraseando o meu amigo Canindé Queiroz ) teve um lampejo perfeitamente factível.  Vamos ao que imagino importante, para debatermos a situação atual do rio Mossoró.

No ano de 1985 a nossa Mossoró (não deles) ficou paralisada por quase 20 dias diante do grande volume de chuvas que caiu aqui e à montante dela. Lembro-me perfeitamente que prédios comerciais, em plena Praça Rodolfo Fernandes, desmoronaram.

A ribeirinha, nem se fala. Era o caos e muito sofrimento. 

O prefeito de então era o doutor Dix-Huit Rosado que, deixando diferenças políticas de lado com o governador de então, o hoje senador José Agripino, aceitou a significativa ajuda que o Estado enviou, cestas básicas, helicópteros, colchões, filtros para água e o que foi preciso. 

Tal ação conjunta facilitou muito vencer o primeiro instante, pois, os dois mandatários eram acreditados e a população se uniu para ajudar. Ao que me consta, a prefeitura não gastou quase nada, a não ser com o pagamento de horas extras aos bravos servidores que varavam noites, e olhem que o “Estado de Calamidade estava decretado."

Guardem bem a citação entre aspas.

Passado o pior momento, a prefeitura doou terrenos e o Governo do Estado construiu 600 casas. Aí surgiram os conjuntos residenciais “Malvinas" e “José Agripino". 

Por seu lado, o prefeito começou a solução profilática, ou seja, a dicotomização e posteriormente, a tricotomização do Rio Mossoró, medida esta que solucionou na época o problema das enchentes.  

Saibam que a prefeitura gastou apenas o combustível, pois Dix-Huit, com seu prestígio, conseguiu as máquinas em órgãos federais. 

Passaram-se 25 anos, e é sabido que o leito do rio começa a ser assoreado ou entupido, isso decorrido algum tempo, no caso, 20 anos, necessário se faz que a manutenção seja feita, ou seja, o desassoreamento, ou a limpeza do mesmo.

Acompanho este Blog, e sou testemunha da preocupação do seu editor com o problema em questão, pedi licença e resolvi  abraçar a causa. 

Venho malhando em ferro frio já há três anos, mas, não me dou nem me darei por vencido em momento algum, pois, como sabemos, “por falta de um grito, se perde uma boiada."

No caso, se não cobrarmos, se não mostrarmos os riscos iminentes, muitas vidas serão ceifadas, muitas casas ruirão, o comércio e as poucas indústrias existentes em Mossoró, pararão, e todos, todos mesmo, do mais rico ao mais desvalido, vão sair perdendo. 

Para minha surpresa, tomo conhecimento que a histórica Escola Municipal Joaquim Borges vai ser demolida, para em seu lugar, ser erguido um Edifício com o mesmo nome (mais que merecidamente ), com o mesmo objetivo e com recursos muito mais avançados. 

Afinal, a Prefeitura tem ou não tem dinheiro em caixa? 

Para o rio moribundo não tem, para empavonar o centro da cidade, tem.  Quanto custará isso?, onde está o projeto? Joaquim Borges é um patrimônio de Mossoró; somente seu histórico nome, merece o respeito de todos.  

Mas, mesmo assim,  os quadrúpedes mandatários, insistem em construir um edifício. Mas o rio Mossoró continua esquecido (será?).

É aí que as coisas acontecem por debaixo dos panos.   Insisto: existem recursos para se construir um edifício no centro da cidade, e, estranhamente, não cuidam do rio morto.

Sou, muito embora não queira, obrigado a acreditar que para eles (Governo Da Gente, digo, "deles"), é melhor que o rio transborde, mate, derrube casas e provoque o maior número de estragos possíveis. Acontecendo isso, será decretado o estado de calamidade pública e aí, as licitações não precisarão ser feitas.  

As compras serão feitas ao deus-dará, capitaneadas pela dupla dinâmica. Caso de polícia. Pobre de nós, pobre do rio Mossoró.

Valtércio Anunciato da Silveira é engenheiro civil e ex-secretário de Obras da Prefeitura de Mossoró

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Categoria(s): Fred Mercury

Comentários

  1. ze roberto diz:

    Pior,o Songamonga,sabe disso,pois,votou(?) em Chico Márcio para “Miss Barragem”,vida ao moribundo Rio Mossoró.

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