• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
quinta-feira - 25/06/2009 - 10:36h

Burocracia jurídica emperra investigações

O resultado de uma inédita pesquisa encomendada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF) e executada por especialistas em segurança recrutados em cinco universidades (quatro federais e uma privada) vai colocar em xeque o atual sistema de investigação, amparado na figura do inquérito policial.

A pesquisa concluiu que a burocracia jurídica engessa as investigações e reflete no baixo índice de condenações quando as ocorrências são julgadas no âmbito do Judiciário.

O levantamento sobre homicídio em Brasília – o local do país onde se investiga melhor esse tipo de crime – aponta que o índice de soluções na polícia chega a cerca de 70%, mas cai para 18% na emissão da sentença ao criminoso.

Há estados em que a impunidade é assustadora: em Pernambuco a polícia soluciona apenas 3% dos casos. No Rio, o índice é abaixo de 10% – o que justifica o enorme acervo de inquéritos e processos amontoados nos arquivos de casos insolúveis.

No resto do país oscila, mas na maioria fica em torno de 10%.

Saiba mais AQUI.

Nota do Blog – Esse trabalho científico prova o que pode ser visto a olho nu. A impunidade é o grande motor da violência, uma máquina turbinada a serviço da delinquência.

Do bandido pé-rapado ao engravatado, a crença é de que compensa andar à margem da lei.

Fatores criminógenos diversos são apontados à escalada do crime, mas é a impunidade a base de tudo e de todos os argumentos sérios.

Quem faz as leis? O Congresso Nacional. Por que não mudam o quadro? Porque assim boa parte da própria classe política iria para o xilindró. Falta mesmo atitude política e consciência coletiva da sociedade civil, para pressionar o Estado à plena mudança.

Elementar, meu caro Watson. 

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Categoria(s): Segurança Pública/Polícia

Comentários

  1. Fabio Valentim diz:

    É fato que a impunidade já ocorre desde os primórdios da civilização tupininquim, agora é comprovada por está pesquisa. E há muitos que ainda sentem orgulho do velho jeitinho brasileiro, que é ao nosso entendimento por onde tudo começa! Uma furada de fila aqui, um jeitinho com o guarda, e daí pra pior! É uma desgraça!

  2. William diz:

    No brasil ( com b minúsculo mesmo) médicos pensam que são DEUS, Juiz de Direito outro DEUS, Politicos mais que DEUS, qualquer vereador pensa ser a maior autoridade do mundo, soldado de polícia nem falar… e aí vai… O Judiciário brasileiro mantém altos salários para seus integrantes que querem manter este estado de coisas… tem de haver concursos… mais juizes humanos, desembargadores humanos, promotores humanos, saírem da toca da mordomia e do luxo e ir para as ruas. Nunca ví um Juiz de Direito passar no meu bairro e olha que tenho cinquentinha de idade. São coisas raras no mundo real. Ô grandes Deuses desçam dos vossos céus…

  3. MARCIA CELIA FREITAS DE SOUZA DIAS diz:

    Não costumo entrar em discussão para defender a classe médica, temos acertos e erros, além do mais, concordo que muitos, pensam que são e se comportam como deuses em ocasiões. Mas precisa ser ressaltado que o fato de termos orgulho de nossa profissão e acharnos vaidosamente a mais importante de todas, só nos empavona, mas não nos põe acima da lei, nem com altos salários. O médico, apesar do orgulho e dos erros, em sua grande maioria tem atitudes corretas, dentro da lei, sujeito às lei; como os professores, enfrentam múltiplas jornadas de trabalho e são mal remunerados.

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