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quarta-feira - 24/09/2014 - 10:06h
Direito de Nascer

Comissão constata ambiente de morte no Hospital da Mulher

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Mossoró, fez uma nova visita ao Hospital da Mulher Parteira Maria Correia. Foi nessa terça-feria (23. Constatou o agravamento do problema que tem afetado a saúde pública do município.

Os médicos ouvidos pelos advogados relataram todas as dificuldades que têm enfrentado e o temor de novas mortes provocadas pela falta de estrutura. A situação do hospital se agravou desde que a Casa de Saúde Dix-Sept Rosado (CSDR) deixou de atender pacientes pelo SUS e foi interditada por ordem judicial (revista ontem, veja AQUI).

A última visita ao Hospital da Mulher havia sido realizada no dia 3 deste mês, quando os membros da Comissão de Direitos Humanos da OAB/Mossoró também estiveram na Casa de Saúde Dix-Sept Rosado. A situação verificada, naquele primeiro momento, já foi considerada como extremamente preocupante.

Na de ontem (23), os advogados encontram um cenário ainda pior, descrito como “desumano” por Catarina Vitorino, presidente em exercício da CDH da OAB/Mossoró. A comissão ficou espantada com a superlotação e a alta carga de estresse que afeta os servidores.

Ineficiência de ações

O temor da OAB é que a vida de parturientes e bebês continue sendo colocada em risco por falta de condições mínimas de trabalho para os médicos, enfermeiros e outros servidores que atuam no Hospital da Mulher.

Médica relata situação: "Poderiam morrer mais bebês..." (Foto: Cézar Alves)

A segunda visita da Ordem foi a pedido dos próprios médicos, que estão desesperados com a ineficiência das ações que têm sido desenvolvidas pelo poder público local.

O presidente em exercício da OAB, Jonas Segundo, afirma que a instituição continuará acompanhando a situação, buscando soluções, e que poderá intervir caso o problema se arraste.

Também estiveram no hospital o vereador Tomaz Neto (PDT) e o padre Talvacy Chaves, da paróquia de Fátima em Mossoró. Os dois ouviram médicos, enfermeiros e outros servidores.

Conversaram com parturientes e testemunharam um cenário de horror.

O complicador, é que o hospital está sem qualquer direção, pois seus diretores pediram exoneração por não suportarem esse quadro de desamparo.

Mais mortes

A médica obstetra Cibelle Danielle fez  um desabafo comovente sobre tudo que está vivendo no Hospital da Mulher (veja vídeo nesta postagem).

Admitiu que “poderiam morrer mais bebês”. O vereador Tomaz Neto pediu para ela repetir a frase. Enfim, as mortes devem continuar.

A esperança para atenuar o caos, é a reabertura da Casa de Saúde Dix-sept Rosado – comentou Cibelle Danielle.

Ela e os demais integrantes do Hospital da Mulher procuram fazer o que é possível e o impossível, às vezes. Veja o vídeo. Difícil não se comover e não se indignar.

Pobre Mossoró!

Acompanhe bastidores desse caso em nosso Twitter, clicando AQUI.

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Categoria(s): Saúde

Comentários

  1. naide maria rosado de souza diz:

    O fim do mundo está começando por Mossoró.

    • AVELINO diz:

      Pena que na campanha política de 2016 a população sobrevivente já não lembre mais de nada desse holocausto mossoroense em andamento, e ainda corram atrás do novo Hitler do sertão de Mossoró gritando seu verdadeiro nome ou mostrando os 5 dedos de cada mão…

  2. Williams Rebouças diz:

    È triste a situaçao de saúde de Mossoró.È preciso mais responsalidade dos gestores e qualificaçao de quem o nomina, e haver uma política de saúde mais profissional, e recursos mais bem aplicados.

  3. Antonio Augusto de Sousa diz:

    Sinceramente, com notícias desse tipo, dá até VERGONHA dizer que sou de Mossoró!!

    E o que é PIOR: dizem que em RUSSAS no CEARÁ, bem alí, depois de Baraúna, à OBSTETRÍCIA FUNCIONA. ORTOPEDIA TAMBÉM! Não um atendimenmto de PRIMEIRO MUNDO, como na SUÉCIA, DINAMARCA OU CANADÁ. MAS, apenas e SIMPLESMENTE F U N C I O N A!!!

    SINCERAMENTE, NÃO estou pensando mais em VOTAR nessas ELEIÇÕES!!!

  4. ronaldo oliveira diz:

    Vale lembrar que a governadora Rosalba é médica pediátrica e mossoroense. Imagine… Sem comentários. Concordo plenamen te com o comentário de Naide Rosado. Acrescentando: Mossoró,” terra do já teve”.

  5. Iris Maia diz:

    E pensar que os responsáveis pelos desmandos e fechamentos de hospitais desde o Hospital Duarte filho até agora, estiveram, estão e ainda lutam para estar no poder: a Governadora Rosalba, a Deputada Sandra, a Deputada Larissa, o Deputado Leonardo, a ex-Prefeita e atual candidada Fafá Rosado, esses são os gestores responsáveis por toda essa crise na saúde de Mossoró. O município e casas de saúde estão nas mãos deles há muito tempo. A sociedade tem que perguntar onde estão as verbas destinadas a saúde? por que médicos ganhavam até R$ 46.000,00 por mês?????? acho muito pouco só um video do momento presente de uma médica desesperada, com toda razão. Vamos a fundo neste assunto.

  6. AVELINO diz:

    Me digam uma coisa: e a deputada Bezerra num é pareia política com o responsável direto por esse holocausto mossoroense??? E por que Ela num faz nada de proveitoso junto ao nosso imaturo gestor municipal, heim???

  7. Carlos diz:

    Não entendo como o caos na obstetrícia e a morte de bebês não consegue sensibilizar uma médica pediatra chamada Rosalba. Realmente é o fim do mundo.

  8. Neto Vale diz:

    De cinismo, dissimulação, hipocrisia, ganância, falta de controle social e má gestão!

    Tudo isso está presente nessa – mais uma – crise da saúde. A primeira e principal questão: a crise tem raízes na privatização da coisa pública, a saúde, em Mossoró, sempre foi gerenciada em perfeita harmonia com os interesses do setor privado, funcionando como uma importante moeda eleitoral, isso as custas das lágrimas de seus usuários, que o diga as dezenas de mulheres prejudicadas por esses interesses perversos;

    Isso funciona assim, desde décadas, um grupo familiar apropriou-se do poder político na cidade, criando um sistema privado de saúde paralelo (Alguns deram o nome generoso de filantropia) sustentado por recursos públicos quase sem nenhum controle da sociedade;

    Esse sistema privado se alimenta de generosos convênios com o poder público, especialmente, aqueles proprietários com fortes influencias familiar sobre o poder público, aqueles que não conseguiram ou não consegue ter acesso a esse restrito circulo têm sérias dificuldades de sobreviver a essa desleal concorrência, alguns, inclusive foram a falência;

    Os senhores com forte influencia ou interesse financeiro no setor, não tem nenhum sentimento de respeito com a população usuária desses serviços, especialmente a mulher pobre, assim esses usuários de um dia para o outro ficaram – pelo fechamento – sem uma das melhores “sala de parto” de Mossoró que existia no HRTM (isso lá pela década de 90), fecharam esse serviço no HRTM para fortalecer o sistema privado, inclusive com mais verbas e privilégios;

    Em geral para te acesso aos recursos públicos os pretendentes ensaiam uma choradeira danada, louva o SUS, promete “ser fiel aos seus preceitos, na alegria e na dor”, mas quando consegue ter acesso a esses recursos se transforma do dia para o outro, ai começa a saga criminosa: ameaçam não atender a população alegando “o baixo preço pago pelo SUS por seus serviços” – coisa que ele já sabia – e contando com a generosidade e a cumplicidade dos gestores públicos, em geral, eleitos pelo esforços desses prestadores, os gestores públicos foram aos poucos aceitando todas as condições impostas o que originou uma série de crises nos últimos anos nesse setor, em troca sempre contaram com a colaboração desses nas eleições;

    A falta de transparência entre os prestadores de serviços ao SUS, os gestores públicos e a sociedade, somada a má gestão foi e continua sendo a principal causa da crise que afeta esse setor a décadas, e continua assim na atual gestão;

    Peçam que publiquem contratos dos diversos serviços, seus valores, quem prestam tais serviços (pessoas física ou jurídica, de forma q qualquer um possa identificar o nome de seus responsáveis/prestadores), quem são os donos dessa ou daquela empresa/clinica contratada para prestar determinado serviço, quantos atendimento foram realizados de fato durante a vigência do contrato;

    O caso mais emblemático dessa falta de transparência é a própria apamim/casa de saúde dix sept rosado que vem se constituindo num grande ralo dos recursos públicos, se a gente tivesse um sistema judiciário de vergonha muitos que têm algum tipo de relação com essas instituições estariam atrás das grades, no entanto continuam livres e todos protegido por políticos que continuam se elegendo para impedir que os responsáveis por tais falcatruas seja punidos, provavelmente com os recursos sumido por esse ralo e as custas do choro de dezenas de mulheres, aos defensores desses senhores, tudo isso já foi alvo de matéria dos nossos jornais locais é só pesquisá-los ou acessar o nosso poder judiciário;

    Antes que gritem: esse ou aquele serviço é de responsabilidade do estado, do governo federal, pode até ser, mas a gestão é do município, portanto é o município que deve responder pelo que está acontecendo;

    Sim Neto, até aqui tudo bem, mas o que fazer então, agora, para evitar que mais mães continuem chorando? simples podem reabrir a Dix Sept Rosado, mas para cada centavo direcionado aquela casa fiscalizem com o mais profundo rigor, na dúvida vá na casa do usuario/a e verifique se tudo que está sendo cobrado pelo SUS, ele usufruiu;

    Construam uma maternidade municipal ou assumam e ampliem o Hospital da Mulher, se continuar a depender dos hospitais privados e da ganancia de alguns profissionais, amanhã eles voltam a carga, pedindo aumento dos plantões e redução da carga horária por cada plantão, hoje foi para 12h00, amanhã pode ser para 06h00. Quem sobreviver verá.

    Não aceitem, não se curvem a ganância de alguns profissionais, pagando-lhes generosos plantões, mas se pagar fiscalizem com o mais profundo rigor se estão dando cada segundo desses plantões, pois muitos desses senhores dão plantões no HRTM, em hospitais privados, noutros municípios, fazendo, não a multiplicação dos pães, mas a multiplicação de seus rendimentos;

    Ah, vi que estão pagando uma boa grana relativos a serviços já prestados, mais de meio bilhão de reais! na dúvida, ver se cada plantão foi realmente dado, é fácil verificar, cruze com escalas de outras instituições, não custa nada, até pq são recursos públicos, não é mesmo?

    Para evitar esses privilégios a pequeno grupos de profissionais, façam um PCCS de vergonha valorizando todos os profissionais

    É isso, que o atendimento as mulheres sejam restabelecido o mais rápido possível!

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