• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
terça-feira - 28/07/2009 - 10:46h

Crime do rosalbismo e a legitimidade de Gustavo-Leonardo

Entre rosalbistas empedernidos, mas que evitam esbravejar em público, há sentimento de revolta. Sentem-se traídos pela facção da prefeita Fátima Rosado (DEM), comandada por seu irmão e chefe de Gabinete, agitador cultural Gustavo Rosado (DEM). Puro passionalismo e miopia política.

A indignação é em grande parte descabida, como este próprio Blog tem advogado há tempos. Fátima e sua patota estão no poder por endosso, incentivo e apoio intransigente da senadora Rosalba Ciarlini (DEM). No domingo (26), o deputado federal Betinho Rosado (DEM), cunhado da senadora e irmão do líder Carlos Augusto Rosado (DEM), disse isso claramente (AQUI).

Portanto chega de satanizar a prefeita, Gustavo, o lugar-tenente Chico Carlos e o deputado songamonga de olhar bovino, Leonardo Nogueira (DEM), por tudo de ruim que desaba sobre a legião de rosalbistas. Se há um grande culpado por todo o descalabro administrativo e a esqualidez moral é o rosalbismo.

Rosalba, Betinho e Carlos praticaram o crime hediondo de lesa-Mossoró, simplificado no "estelionato político" de 2004, repetido em 2008, vendendo à cidade que Fátima seria a "continuidade" e tinha "competência" para administrar o município. Ou seja, negociaram com o povo algo que sabiam ser falso.

Quanto às postulações que estão sendo ungidas no Palácio da Resistência (AQUI), elas não podem ser tratadas como atos de felonia. Não. Há legitimidade nas aspirações. De Leonardo e Gustavo. Esse último pode ser candidato a deputado estadual ou federal – porque é chefe do "fafaísmo" e serve aos propósitos particulares de sua ala. Apenas segue e repete o que os Rosado fazem há décadas.

Prefeita de Mossoró, Rosalba fincou pé para fazer da irmã – e atual vice-prefeita – Ruth Ciarlini (DEM) deputada estadual. Enfrentou até o marido Carlos Augusto Rosado, impondo sua vontade. E assim Ruth virou deputada em três mandatos. Da mesma forma que Betinho é deputado federal pela quarta vez.

Então, uma pergunta elementar precisa ser feita, para começarmos a desmitificar essa imagem de perfídia que o rosalbismo resmunga nos subterrâneos: se Rosalba pode ter uma irmã e um cunhado deputados, por que a prefeita Fátima Rosado não pode ter um irmão e o marido deputados?

Ora, ora.

Oligarquia

Não faço a defesa das postulações em si. Vejo-as como meramente oligárquicas, desprovidas de qualquer sentido do coletivo e incapazes. Contudo defendo intransigentemente o direito de serem oficializadas. E o povo, comprado ou não, que decida o futuro político de ambos. 

Leonardo, em seu primeiro mandato, revela o que estava escrito nas estrelas ou nas profundezas das Fossas Marianas: é um fracasso. Até então, antes da mulher ser prefeita, nunca tinha sido candidato sequer a presidente de Conselho Comunitário. Sem uma retaguarda chamada Prefeitura de Mossoró teria o mesmo destino que Ruth teve em 2006: a derrota.

Quanto a uma eventual candidatura de Gustavo, meu pensamento é o mesmo: sujeito sem profissão definida, suprasumo do recalque e fracasso pessoais, arrogante, frio e calculista, sempre viveu de bico e empregos públicos arranjados por tios e primos com mandatos públicos.

Dessa feita, Gustavo entrou no vácuo da irmã sem bússola, que não consegue manusear o próprio secador de cabelos. Virou prefeito de fato. Mossoró paga a fatura.

Mesmo sendo um regime político que implica em várias distorções, a democracia continua sendo o menos ruim. Eleger e deseleger fazem parte das manifestações de vontade da massa-gente. Com ou sem a influência nefasta do capital e da asfixiante máquina estatal.

Todas as civilizações modernas e democráticas passaram por esse pântano e até hoje duelam contra essas forças do mal. Faz parte da caminhada até o topo, naquilo que muitos conhecem como o Welfare State, o Estado do Bem-estar social: é quando as riquezas e seus benefícios finalmente chegam à base da pirâmide da sociedade. 

No caso específico de Mossoró, a banda Rosado que está troteando no Palácio da Resistência não é melhor nem pior do que as que estão de fora, querendo o mesmo espaço. Talvez seja apenas a mais sedenta pelo "ter", com olhar eminentemente patrimonialista. 

É incapaz de dar algo em troca à sociedade por estupidez patológica e ganância desmedida. Porém está legalmente à vontade para continuar sua marcha.

O rosalbismo que se aguente ou se rebele, fazendo um mea-culpa. Mossoró entenderá, visto que sente na pele as consequências desse crime.

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. lucia de fatima santos diz:

    Perfeito. Concordo em Tudo. Inclusive na CULPA de Rosalba, Carlos Augusto, Betinho e Sandra que descobriu e chocou o ovo da serpente.

  2. Rui Nascimento diz:

    Avaliação equilibrada e adequada, leitura correta e apropriada, como sempre, do ambiente político que há anos, décadas até, perdura nesta cidade, rica por natureza, mas pobre, entre outras coisas, na definição ou “distribuição” dos “intelectuais”, que ao longo desses mesmos anos ou décadas tem se alternado apenas nas entrelinhas do poder. Muito mais poderia ter sido feito para que esta cidade tivesse um desenvolvimento à altura do que produz. Uma pena, pois nota-se a olho nu que aproveitamos de forma discreta as oportunidades de crescimento. Sempre houve, há e haverá (até quando ninguém sabe), espaço para um melhor e maior aproveitamento das riquezas, principalmente as naturais, mas infelizmente há interesses muito direcionados, o que faz com que se perca de vista outras ambições. Apenas uma pequena parcela “cor de rosa” abocanha o grosso das benesses. O restante têm que se contentar com as sobras. Parece-me que o destino de todos aqui é se conformar com aquele velho ditado que diz: “time que está ganhando não se mexe”. Mas qual “time” está ganhando mesmo? O certo é que não há mudanças previstas para o “esquema tático do jogo”, pelo menos para os próximos “campeonatos”. O certo também é que sabemos bem quem está perdendo nesse “jogo”.

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