Qual a autoridade moral de um prefeito que se queixa quanto à suposta queda na arrecadação do município, choraminga diante da seca e promove carnaval com sangria do erário?
Olhando a propaganda solta por aí, quanto ao período carnavalesco em vários pequenos e médios municípios do RN, a gente percebe a distância entre espírito público e espírito de porco.
A massa inorgânica e acéfala brinca com o dinheiro que é seu, sem perceber o desvio de finalidade a lhe fazer falta adiante.
O festim não é dever estatal. No máximo, o poder público deveria oferecer as condições estruturantes para tal fim.
Mas na boca do povão, o prefeito é bom ou ruim pelo tamanho do carnaval que promove a expensas do dinheiro do contribuinte. Não sou hipócrita, a ponto de ignorar a força catalisadora da festança à alegria de muitos, que se traduz em popularidade para o prefeito. Apenas faço uma observação que julgo pertinente.
"Atrair o pássaro com o apito ou o peixe com a isca do anzol, é mais difícil que atrair o povo para a servidão, pois basta passar-lhes junto à boca um engodo insignificante". Comentário feito há mais de 400 anos por Etienne de La Boétie, em seu "Discurso sobre a servidão voluntária."
Atualíssimo.
Ainda há quem imagine que somos civilizados.
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