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domingo - 20/12/2015 - 10:12h

Desabafo contra o assédio moral e negligência com a Saúde

Por Gledson Cavalcante

Parece que estou no ano de 1964, após o golpe militar, quando dar uma opinião contrária ao sistema era crime, mas estou em pleno século 21, na tão amada Mossoró.

Perguntar sobre o salário e “quando será o pagamento?” virou crime. Os chefes logo dizem: “Por que está perguntando isso? Fui vítima dessa politica.

A empresa a qual pertenço – Sama – pediu para que eu me desligasse, apenas por questionar o pagamento dos salários.

Após repetidos atrasos, que chegam há quase três meses, a grande maioria do corpo clínico das UPAs, mais de cinquenta médicos, resolveu pedir para sair da escala da empresa médica a qual pertencemos, a Sama. É desumano para qualquer trabalhador passar quase 90 dias sem receber.

Pra se ter uma ideia, o mês de setembro foi pago no dia 16\12\15. É fato que estamos passando por um momento de crise econômica nacional, mas passar até três meses e não receber salário…? É crise ou má gestão? Ou será um misto dessas duas variáveis?

Estou aqui dando ênfase a um problema, mas existem vários. Faltam condições dignas de trabalho, além de materiais essenciais para o pleno desenvolvimento do nosso trabalho. Como exemplos básicos podemos citar a falta de fita para o aparelho de aferir glicose capilar e o eletrocardiograma, que constantemente fica “quebrado”.

Quem já precisou de atendimento nas UPAs sabe que é rotineiro a falta deles. Sem contar a ausência de medicamentos básicos.

Até o oxigênio chegou a faltar nas UPAs, recentemente. Queremos, estamos aptos e nascemos para trabalhar em prol da população, mas algumas falhas gerenciais e éticas precisam ser corrigidas. Tais como: calendário de pagamento respeitado; respeito aos profissionais ; fim do assédio moral e da perseguição aos médicos.

Isso precisa ficar bem claro.

Gledson Cavalcante é médico de origem mossoroense

Nota do Blog – Conheço esse rapaz desde a época em que era acadêmico de Medicina. Humanista, consciente do seu papel no mundo, orgulho para sua família e amigos.

Sua coragem desafiadora do status quo e dessa perversa e nebulosa aliança entre Medicina terceirizada e o poder público, merece nosso aplauso.

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Alexey Madjelane Paulo de Sousa diz:

    Fatos dessa natureza é da conta de todos e precisa amplamente denunciado.
    Por onde anda o Ministério Público do Trabalho​ que não fiscaliza essa desordem?

  2. Marcos diz:

    Vai ter greve na saúde, o prefeito não paga,então ninguém trabalha, em todos os cargos, governo sem vergonha na cara

  3. Patricia diz:

    Infelizmente a maioria das pessoas só se dão conta do cãos na saude quando precisam do serviço.

  4. Gustavo Barreto diz:

    O problema não é a medicina terceirizada. É falta de pagamento mesmo. Seja oferecida diretamente por funcionários públicos ou por profissionais contratados, o serviço funcionaria bem se bem supervisionado, gerido E PAGO!

  5. João diz:

    Assédio moral é uma denúncia grave. Repudiavel. Como médico , me coloco no lugar desse colega. O impacto psicológico que deve ter sofrido . Extrapolo essa situação para toda a classe. Poderia ter sido com qualquer um. Não se pode aceitar isso tacitamente. Médico merece respeito.

  6. rraimundo nonato sobrinho diz:

    Mais uma vez lamento o comentário atrasado do blogueiro quando relata a posição cidadã do dr Gledson o qual trabalhou, “trabalha” comigo na UPA do BH. É assim que age a imprensa Mossoroense, infelizmente.
    Assim como nas denuncias vinculadas na SEMOB muitos antes de Geniven e Jadson, ninguém deu importância. Mais só foi o vereador reprisar na CMM que o assunto virou caso de polícia.
    Com esta denuncia não será diferente agora, porque é um médico que esta falando. Êta sociedade “ZICA”, preconceituosa, e interesseira.
    Os problemas na secretaria de saúde, seja de escalas, seja de jornada de trabalho no PSf, seja de baixos salários, sejam de atraso de pagamento só serão ouvidos quando um vereador, “Cargos de confiança” ou médicos denunciarem, e assim caminha Mossoró e sua mídia pequenez.
    O Dr. Gledson sabe direitinho o que falo e o que penso.
    Dr Gledson eu pergunto os 50 médicos pediram pra sair, ou saíram?
    Porque os médicos do PSF não pedem demissão, é porque o salário é compensador, ou porque algo de muito estranho está acontecendo há anos, desde os temos de uma tal prefeita FFF.
    O que foi dito na última audiência pública na CMM, a mídia tomou conhecimento
    Atenção MP, Não se rouba somente dinheiro, também se rouba cidadania.

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Boa noite, Cinquentinha.

      Lamento que você continue utilizando este espaço privilegiadíssimo, sem nenhum tipo de bloqueio ou censura cretina, para até mesmo emitir uma análise tão leviana sobre meu trabalho.

      Mesmo assim, o espaço continua aberto para você se manifestar, inclusive sendo tão injusto.

      Aproveite.

      Não é em todo canto que você tem tamanha dimensão e importância.

      Abraços

      • rraimundo nonato sobrinho diz:

        Reconheço o espaço privilegiadíssimo, e agradeço. Quanto a minha análise sobre seu trabalho posso estar errado, mais é minha visão em determinados momentos. ninguém é perfeito. Fiz o comentário comparando algumas audiência Públicas na CMM e esta em destaque; não generalizei seus comentários que na maioria são razoáveis. Quanto ao bloquei alguns já praticam, mais só demonstram suas mediocridades. Ainda bem que você sabe superar isso. boa noite.

  7. Nelson diz:

    Infelizmente a midia e os politicos tendem a culpar os médicos pois é mais facil apontar o dedo do que assumir a culpa! Problemas de infra estrutura e mal gerenciamento da verba publica nao é culpa de médico, é culpa dos corruptos que estao na gerencia da saude!

  8. Inácio Augusto de Almeida diz:

    “Faltam condições dignas de trabalho, além de materiais essenciais para o pleno desenvolvimento do nosso trabalho. Como exemplos básicos podemos citar a falta de fita para o aparelho de aferir glicose capilar e o eletrocardiograma, que constantemente fica “quebrado”.
    Quem já precisou de atendimento nas UPAs sabe que é rotineiro a falta deles. Sem contar a ausência de medicamentos básicos.”
    Esta é uma realidade presente em quase todos os hospitais públicos do Brasil. Doentes colocados no chão não é só em Mossoró que acontece. Eu vi no Ceará mulheres grávidas no aguardo do parto deitadas no chão como se fossem leitoas. Isto em Fortaleza. Aconteceu no Governo Adauto Bezerra.
    Uma vergonha que todos fingem não ver.
    Até quando, meu Deus?
    Enquanto falta dinheiro para a saúde, em Mossoró, segundo a auditoria realizada na prefeitura, tem Agente Fiscal de Tributos que recebe só de gratificação quase o dobro do salário de um juiz.. Isto só de gratificação. A este valor acrescente o salário base, o tempo de serviço e o valor do PCCR.
    Como nas folhas da auditoria está escrito CONFIDENCIAL, não publico aqui o valor exato. Mas como contribuinte me sinto revoltado e não posso deixar de dar a conhecer que o valor é absurdo.
    Recebi esta copia da auditoria realizada na Prefeitura do Seu Cinquentinha.
    Tomaz Neto, pode continuar escondendo a cópia do relatório da auditoria realizada na Prefeitura Municipal de Mossoró que constatou estes salários mixurucas. Esconda Tomaz Neto, esconda bem escondidinho porque uma cópia eu já tenho. Será por causa destas gratificações “AVILTANTES” que o Tomaz Neto esconde esta cópia da auditoria? Esta cópia da auditoria deveria ser distribuída nas universidades, nas repartições, em todos os locais.
    O POVO TEM QUE TOMAR CONHECIMENTO DO RELATÓRIO DA CÓPIA DA AUDITORIA REALIZADA NA PMM.
    ////
    SAL GROSSO NÃO NÃO VAI PRESCREVER! SAL GROSSO NÃO PODE PRESCREVER!
    SE SAL GROSSO PRESCREVER NÃO MAIS DIREI AOS MEUS FILHOS QUE O CRIME NÃO COMPENSA.

  9. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Ontem a noite, muito calor, fui para o quintal com minha mulher e minhas filhas. E ficamos brincando de contar estrelas. Uma maneira de fugir desta quentura que quase asfixia os que moram nesta linda cidade.
    Eu contei 53.289 estrelas.
    Maria contou 1.698 estrelas.
    Lana contou 595 estrelas.
    Patrícia preferiu não contar estrelas. Ficou brincando com o gatinho Nando.
    Total das estrelas que contamos enquanto fugíamos do calor foi de 55.592.
    Como é estrelado o céu de Mossoró. Parece até uma colcha de retalhos.
    Zé Buchudinho me olha e balança a cabeça. Zé Ruela que de besta só tem o nome fica rindo.
    E eu fico sem saber o porquê. E vocês, vocês podem me dizer porque estes dois estão assim?
    ////
    SAL GROSSO NÃO VAI PRESCREVER! SAL GROSSO NÃO PODE PRESCREVER!
    SE SAL GROSSO PRESCREVER NÃO MAIS DIREI AOS MEUS FILHOS QUE O CRIME NÃO COMPENSA.

  10. Gabriela Fernandes diz:

    Os médicos, como você, que estão com coragem suficiente para reivindicar e exigir seus direitos básicos e defender com garra a profissão, merecem meu respeito e o respeito da sociedade. Muito obrigada pela ética e pelo amor à Medicina. Isso sim é honrar o título de MÉDICO! Estão servindo de estímulo para o meu projeto de um dia ser médica, e uma médica como vocês, que apesar dos riscos e das dificuldades, não se acovardam.
    Vocês possuem meu apoio e me servem de espelho. Força! Continuem!

  11. Aione Sousa diz:

    A verdade é que esse processo de privatização da saúde não é a solução, pelo contrário, o Estado gasta mais e os problemas são maiores. É isso que dá tentar se desresponaabilizar via terceirizacão, contratando “cooperativas” que são uma farsa.

  12. Priscilla diz:

    Ao simplesmente ler esse artigo percebe-se que nele há um equívoco e que as mensagens postas não estão conexas… Há um exagero sem limites e ocultação de fatos… Por isso, não deve-se considerar.

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – “Priscilla, boa noite.

      Você utiliza também, com este endereço, o prenome de Daniel.

      Afinal, você é Daniel ou Priscilla?

  13. jose nildo da costa diz:

    Deixo aqui meu total apoio ao grande profissional e médico que tem a coragem e a honra de expor sua total insatisfação e repúdio ao tratamento dispensado aos profissionais médicos. Esse profissional está sendo tratado de forma desrespeitosa somente por expor a verdade. Existem indícios de que estão fazendo de tudo para que o mesmo não seja mais aceito em lugar algum para realizar seu trabalho. Fiquei sabendo que uma funcionaria do SAMA o procurou numa UPA, quando o mesmo estava trabalhando para pressioná-lo a se demitir da Empresa , que eles intitulam de Cooperativa, caracterizando assédio moral. Todos nós sabemos que de Cooperativa nao tem nada, trata-se sim, de uma empresa, que inclusive tem um familiar do Prefeito em seus quadros. Que Cooperativa é essa que, para se ter acesso a informações, o profissional médico e “teoricamente” cooperado, encontra uma série de dificuldades? que o profissional ,ao questionar sobre as dificuldades encontradas, tanto no que diz respeito as condições de trabalho, quanto em relaçao ao atraso constante dos salários, é convidado a se retirar ? a se demitir ? é isso que denominamos Cooperativa ? sugiro mais respeito com os profissionais. a sociedade agradece. Enquanto isso, o Sr. Diretor da SAMA, tranquilamente, como se nada estivesse acontecendo, se desloca para Las Vergas, ou sei lá para onde, simplesmente para assistir de camarote, a luta do José Aldo. Tudo bem que é com seu dinheiro, mas enquanto isso, por aquí, o fogo toma de conta. Afinal, que queira ou não, presta um serviço público através de uma concessão.

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  2. […] escreveu artigo falando de assédio moral, falta de pagamento e outros problemas na Saúde (veja AQUI). Categoria(s): […]

  3. […] pelos médicos, principalmente Gledson Cavalcante – ainda no dia 20 de dezembro (veja AQUI). Ele escreveu artigo à nossa página, denunciando “assédio moral”, por […]

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