Por Odemirton Filho
Faz parte do sentir humano o desejo de impor suas ideias e vontades. É intrínseco ao homem apresentar seus pensamentos aos semelhantes e defendê-los.
Entretanto, nos últimos tempos, presenciamos um embate acalorado de ideias e pontos de vista, sobre quase tudo que nos circunda.
Da política a religião, o homem tenta convencer seus pares que as suas opiniões ou viés sobre determinado assunto são os mais acertados.
Nesse sentido, em recente artigo publicado, o Juiz Federal George Marmelstein, de largo conceito, abordou o tema do desejo de confirmação ou viés de confirmação.
Em síntese, conforme o magistrado, as pessoas querem apenas ouvir opiniões e ideias que se coadunem, isto é, confirmem seus pensamentos ou crenças.
Com efeito, o que estamos vivenciando, sobretudo, nas redes sociais é uma espécie de guerra virtual, na qual a opinião do emitente é a mais escorreita, que não admite qualquer sorte de contraditório.
Fecham-se os olhos para o debate ou contraponto que possam enriquecer ou esclarecer o conhecimento sobre determinada pessoa ou assunto.
Ficam envoltos em seus pensamentos, não deixando margem para qualquer tipo de diálogo que possa ir de encontro ao que imaginam ser o correto.
Segundo Marmelstein, “este vício cognitivo nada mais é do que a tendência de buscar, interpretar, catalogar e lembrar de informações que confirmem aquilo que queremos que seja confirmado. Estamos predispostos a receber com facilidade e sem críticas as informações que tendem a solidificar nossas crenças e a rejeitar qualquer possibilidade alternativa que possa colocá-las em risco”.
Ou seja, não há dialeticidade. Aceita-se somente aquilo que se encaixa no que pensam. Ficam presos a conceitos imutáveis, fazendo de suas opiniões um verdadeiro dogma.
Nesses tempos da política dos extremos, da direita à esquerda, existe um embate irrazoável de ideologias, ou melhor, de defesa de pré-candidatos.
Nas palavras do magistrado, “parece óbvio que, em questões envolvendo profundas discordâncias políticas, o viés da confirmação tende a se intensificar. Eleitores de um candidato costumam exaltar suas qualidades e a minimizar seus defeitos. Por outro lado, exageram as falhas do candidato adversário e praticamente não enxergam seus méritos”.
Aliado a esse viés de confirmação se observam posições maniqueístas, isto é, o dualismo entre o bem e o mal, o certo e o errado.
Não podemos, de igual modo, esquecer a cultura do ódio que se espraia nas redes sociais, disseminando a intolerância entre as pessoas, principalmente, as minorias.
A sociedade brasileira estar envolvida em uma luta inglória que não ajuda a superar as dificuldades que estamos atravessando.
Conclui-se, portanto, que esse radicalismo nos faz perder a razoabilidade para respeitar e compreender o outro e, em especial, analisar os pré-candidatos que estão postos no tabuleiro político das eleições que se aproximam.
Odemirton Filho é professor e oficial de Justiça
E por falar em candidato lembrei-me disto:”Nenhum homem é tão bom como o seu partido o apregoa, nem tão mau como o contrário o representa…” Marquês de Maricá
Prof. Odemirton. O que me deixa um tanto impossibilitada de fazer uma análise razoável dos candidatos no ” tabuleiro político”, é o fato das peças serem as mesmas.
De todas as frases que ouvi no devaneio de nossas esperanças, pós enxurrada das descobertas de corrupção, foi: vamos renovar. Não vejo a renovação.
E, aí, dói. Não mudaram os políticos e há quem os aplauda. Dói porque se o povo se abstiver de votar, de todo modo, os velhos nomes serão reeleitos.
Mesmo assim, não sou radical. É possível que raros se salvem.
Parabéns! O seu Artigo prestigia a paz.
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A situação chegou aonde chegou, ‘graças’ ao eleitor que não sabe votar.
Quanto ao povo brasileiro, é ele que não presta. Fato, fato e fato.
Ou assume alguém com os três culhões roxos e faz uma mudança de A a Z, ou a cantiga da perua continuará a mesma até o próximo Big Bang. Fato, fato e fato.
P.S – As ausências de Amorim e Inácio neste setor, me leva a crer que ambos estão na Rússia trabalhando de graça para a Madame ‘Vivaldina’ Fifa.
Se duvidar, eles estão entre aqueles ‘privilegiados’ que vestem colete verde limão e assistem(???) os jogos com as costas voltadas para os jogadores. Um luxo.
Vou conferir e retorno com o assunto.