É muito mais grave do que parece ou a imprensa autárquica tenta esconder, os efeitos da demissão em massa na Prefeitura de Mossoró. O quadro é apavorante.

Os desdobramentos políticos da medida também são ainda insondáveis, porém tendem a causar muito desgaste na imagem do governo da prefeita Fafá Rosado (DEM). Até agora, da enxurrada de cerca de 1.100 demitidos em dezembro, só houve espaço para ocupação de 189 cargos na segunda gestão da enfermeira Fafá.

Desses, muitos são novatos, gente que não estava na lista de exonerados do bota-fora de dezembro.

A grande maioria não terá o emprego à mão outra vez. Apesar de ter se esgoelado na campanha municipal, arranjado inimizades e acenado para ser vista e lembrada pela prefeita, outra leva vai dançar mesmo.

Só faltam ser ocupados 261 cargos por portaria, sem concurso logicamente. Desses, 35 de diretor e igual número de vice nas unidades de Saúde, ou seja, 70 cargos. Contabilize-se também 57 escolas, com diretor e vice, o que equivale a 114 nomeações. Só aí, a soma bate em 184 contratações.

Não se deve esquecer que nos bastidores, ainda existe acordo para que sejam nomeados nomes indicados por vereadores governistas, que ajudaram na eleição do novo presidente da Câmara Municipal, Claudionor dos Santos (PDT). O choro, que é grande, tende a aumentar consideravelmente.

Cerca de 750 comissionados que estavam nos comícios, reuniões na casa da prefeita, passeatas e carretas, não voltarão mais. A menos que consigam um "arranjo".

O interessante é que mesmo assim, a prefeitura continuará funcionando normalmente, segundo afirmou ao Correio da Tarde, recentemente, o secretário de Recursos Humanos, Manoel Bizerra. Ele assegurou que as demissões não estariam comprometendo os serviços básicos do município.

Assim é fácil entender, que parcela considerável “dessa gente” já foi útil de julho a início de outubro do ano passado – o período de disputa à reeleição da prefeita. Agora, virou "bagaço".

E ainda tem quem mate ou morra por essa patota.