Por François Silvestre
Deu Zé Bodin, menomale. É assim o complexo de vira lata, assumido, filho do canil de Nelson Rodrigues, desse Brasil idiota, que vejo e comemoro a derrota do estrupício.Tudo contido num quatro de terror, numa ribalta de horrores. Onde cada luz posta esmorece nas trevas estabelecidas. Na boca do palco, ao baixar o pano, a escuridão nem se curva para receber aplausos da ignorância.
Me vem à memória o diálogo final de “A Tempestade”, a peça quase esquecida de Shakespeare. Próspero, conquistador da ilha onde pontificava Calibã, teve com o nativo o último embate diante da revolta do conquistado.
“Eras uma figura ignóbil e eu te dei compleição humana”, disse próspero. “Mas a ilha era minha e tu ma tomaste”. Respondeu Calibã. Ao que Próspero argumentou: “Mas eu te ensinei minha língua”. E Calibã encerrou: “No que a mim só serve para nela eu poder amaldiçoar-te”.
Pois é. Nós daqui somos a ilha de Calibã. Aprendemos a língua de Próspero, mas não aprendemos a lição de Calibã. Não amaldiçoamos a desgraça cultural que nos sufoca, nem a violência econômica que nos escraviza.
Porém, cada Próspero tem seu jeito. O último que estava lá não era apenas o mal da ilha, mas o mal da humanidade. Nós, Calibãs, após aprendermos a língua de Próspero, precisamos muito mais do que apenas amaldiçoá-lo na sua língua. Muito mais. Precisamos engasgar a sua língua, para resgatar e manter a cultura bruta e nativa de Calibã. (esse texto continua)
François Silvestre é escritor
Somente sendo muito inocente para imaginar que alguma coisa vai mudar nas relações dos EUA com a Venezuela e Cuba.
Joe Binden já declarou que são duas ditaduras sangrentas e que Maduro é um BANDIDO.
Será que todos já esqueceram da invasão da Baía do Porcos bancada pelo presidente Kennedy?
Kennedy era do partido DEMOCRATA.
Meu caro caro Inácio, acho que vc está comentando outro texto. O meu tem nada disso.
A pedido do amigo Inácio Augusto de Almeida, por motivo de doença, transcrevo o comentário abaixo:
” Li o seu texto e li também o que escreveu Leandro Karnal no Estadão.
A Tempestade de Shakespeare tem inspirado muitos intelectuais. Leandro karnal imagina o relacionamento
de um intelectual com um homem de poucas letras que se unem através da leitura do Clássico a Tempestade.
No seu texto, Próspero são os nossos irmãos do norte e nós os náufragos a esperar que os rogos de Miranda
sejam atendidos.
A verdade, Mestre Silvestre, os tempos de complexo de vira lata ficaram para trás.
Hoje temos plena consciência do que somos e valemos.
Mossoró é uma prova do que estou afirmando.
Os dias de implorar não voltarão.
Aproveito para lhe parabenizar pelo ótimo texto que abrilhanta o blog Carlos Santos”.
Ô Inácio, você sabe que sou seu admirador há muito e muito tempo. Nenhuma divergência, e as há, consegue mexer nessa admiração. Pelo portador do nível de Odemirton, que dignifica nossa conversa, mando minha torcida por melhoras rápidas. Meu abraço, irmão de escolha. Que fique bom logo e continue como sempre sendo útil à humanidade.
Intermediar os comentários de dois mestres me
deixa lisonjeado.
Abração, François e Inácio.
Muito obrigado.
Quase fomos contemporâneos no Diocesano.
Sinto falta das suas brilhantes crônicas dominicais.
Um forte abraço.
Sem dúvida meu Caro François Silvestre, bela analogia trazendo à lume, conhecidos personagens grotescos incrustados nessa nossa cultura secular onde desponta o servilismo, o entreguismo e o puxa-saquismos colonialescos.
A derrota do Tampo de lá, necessariamente implica uma nova luz e esperança no campo das relações entre as nações, nações essas que estavam sob holofotes do obscurantismo e do medievalismo moral e religioso.
Entendo que, a derrota do Tampo de lá, cria condições de mais espaço e tempo, pra que lutemos dia após dia, pra que, o Estrupício daqui,colocadas pelas forças do atraso daqui e dos USA, também, seja destronado, de preferência, antes de 2022.
Lastro de ordem jurídica, temos de sobra. No caso, temos que viabilizar questões de ordem política suficientes à oportunizar processo de imediata retirada da verdadeira quadrilha de milicianos, pastores picaretas, empresários neo-escravocratas e milicos adestrados, os quais, internamente querem nos levar à idade média , tanto nos costumes quanto na economia, e, no plano externo tanto enxovalham quanto envergonham nosso país perante o mundo, sobretudo na órbita da diplomacia.
Um baraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
Americano de esquerda, é mais facil Marx ser de direita!!!
François, algo foi esquecido. Próspero se achava o dono do mundo. Não era. Mas, algo ele tinha de bonito: a esposa Melania.
Sra. Naide
Ainda bem que por aqui temos apenas os que se julgam donos de Mossoró.