Anchieta recebeu Brizola (Foto: Claudino Nunes)
Mexendo em meus alfarrábios, driblando a concorrência das traças, reencontro material que me remete ao distante ano de 1989.
Precisamente, dia 29 de outubro de 1989. São 30 anos de distância no tempo.
Concorrente à Presidência da República, Leonel Brizola (PDT), ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, fazia comÃcio em Mossoró – no centro da cidade.
Prefeita Rosalba Ciarlini (PDT), prefeita natalense Wilma de Faria Maia (PDT), senador Lavoisier Maia (PDT), vice-prefeito natalense Ney Lopes (PFL) e o dirigente histórico do pedetismo local, Anchieta Alves, foram alguns dos presentes ao evento.
Àquele mês, o pedetismo fez várias ações para levantar o nome de Brizola em Mossoró e região, como instalação do Comitê de campanha no dia 14, movimentação com o deputado federal/ex-ministro da Justiça e candidato a vice-presidente Fernando Lyra (PDT-PE), no dia 18, além de comÃcio no dia 28 com Lavoisier, Rosalba Wilma e outros membros locais e no estado da legenda.
Na corrida eleitoral, Brizola acabou sobrando. Foram para o segundo turno Fernando Collor de Mello (PRN) e Lula da Silva (PT), com vitória do primeiro.
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Se a memória não me falha e o espÃrito não me engana, essa cabeça que está entre Anchieta e Brizola pertence a a Enio Ticiano, FM 105 (já foi boa).
O pouzudo usando óculos escuro e bigode parece ser Chico Soldado desfardado.
Em 1989 eu era feliz e não sabia. Sostô!
Sou testemunha presencial nesse grande evento histórico -partidário. À época eu era um dos filiados ao PDT mossoroense. Inclusive, ocorreu um fato muito hilário, protagonizado pelo famoso lÃder esquerdista Zé Gago, cujo nome Civil era José Andrade do Nascimento. Era um grande expoente na história dos movimentos populares de/em Mossoró. Como ele fora escolhido para ser um dos oradores para falar após a chegada ao palanque do candidato Brizola, havia escrito antecipadamente o dito discurso. Palanque superlotado. Cenário emocionante, repleto de nomes de proa da esquerda mossoroense. Lembro-me do garboso ZÉ Gago trajando um paletó de cor café com leite, no qual o Zé Gago guardara o discurso no bolso externo, mais acessÃvel para ser sacado no momento em que disse convocado para fazer o tão esperado discurso. Todos atentos de olhos pregados no Zé Gago. Com o microfone à mão esquerda e já saudando o carismático Brizola, eis que o orador procura enfia a mão direita no bolso onde havia guardado o discurso e nada de encontrá-lo. No ruge-ruge existente no palanque, alguém havia surrupiar o tão importante discurso. Já suando em bicas, o lépido e agoniado orador arregalou os olhos, que estavam quase soltando das órbitas, por trás de um potente óculos de grau, e, olhando para os que o ladeavam e também para os que estavam atrás, para logo a seguir disparar, em alto e bom tom, com o seu vozeirão e a sua inconfundÃvel gagueira: “AQUI SÓ TEM LADRÃO !”. Imagine o clima de mal estar gerado, atenuado pela risada de alguns do palanque, cenário completado por algumas vaias do povo postado na Praça Vigário António Joaquim
O palanque fora armado ao lado do prédio da Coletoria Estadual e defronte a porta de acesso à atual Câmara Municipal de Mossoró, que à época funcionava o Hotel São Pedro. Guardo fatos pretéritos na retina da memória , debruçado na janela da saudade, com a vista já dobrando as esquinas do tempo. É isso aÃ.
NOTA DO BLOG – Grande Zé Gago. Lembro demais, Marcos. Uma grande figura humana. Esse episódio folclórico está em um de meus livros, o Só Rindo – A polÃtica do bom humor do palanque aos bastidores. Abraços.
Em adendo ao primeiro comentário : Diante tão inusitado incidente, o lÃder Zé Gago não conseguira esconder o seu nervosismo e a sua irritação. Até hoje indago-me: Quem teria s urrupiado o discurso ?. Tal fato teria sido tramado por alguém que não queria a participação do Zé Gago em tão aguardado evento ?. Resta um corolário de mistérios emoldurando uma maldade. Registre-se, pois, nos anais da história mossoroense.
Nobre Carlos Santos, eu era bebê quando Leonel Brizola esteve por Mossoró. Nesta ocasião, meu pai me entregou ao Brizola e este passou a discursar alguns minutos comigo sobre seus ombros. Apesar do momento ter sido fotografado, não possui nenhum registro desse momento. Teria algum registro ou conhece alguém que poderia me ajudar a encontrar essa Foto?
NOTA DO BLOG – Bom dia, Mauro. Arquivos de O Mossoroense e do Gazeta do Oeste podem ter. Lembro de uma passagem dele, já trabalhando – fiz cobertura para o Gazeta. O segundo arquivo que cito o escritor e editor da página Relembrando Mossoró, Lindomarcos Faustino, deve ter algo. Faça contato.
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Abraços