É uma faca de dois gumes a propagação que o grupo da senadora Rosalba Ciarlini (DEM) faz, com considerável "naturalidade", sobre seu desempenho em termos de intenções de voto. É cedo para deitar em berço esplêndido.
As notÃcias e comentários que são espalhados criam realmente uma massa de entusiasmo, mas ao mesmo tempo geram delicado efeito entorpecente. Criam delÃrio perigoso para quem trabalha com vistas à Governadoria em 2010.
Os 48% de intenções de votos que "O Globo" divulgou ontem, mas antecipado há dias por Eliana Lima (Tribuna do Norte), são uma ninharia. Sobretudo porque não chegam agregados de informações detalhadas e qualitativas, sobre o atual quadro.
Existem muitos mais interrogações do que afirmações na atualidade, em termos de sucessão estadual. Estamos em meio a uma luta sem fronteiras ou camisas. A própria elite polÃtica do RN tratou de desmanchar barricadas que colocavam um leque de simbologias separatistas no teatro de guerra.
O contendor de hoje pode ser o parceiro de amanhã. Todos pensam assim.
Não se trata de um avanço na polÃtica potiguar. É um imbróglio intencional. Todos estão preocupados com a própria sobrevivência. Inclusive o esquema de Rosalba. Daà o discurso unÃssono de harmonia e fim do radicalismo. Não querem saber de bacurau e bicudo, verde e encarnado. O importante é somar.
É impossÃvel se afirmar com segurança que Rosalba tem uma candidatura irreversÃvel. Na prática a postulação é uma vontade com considerável valor agregado.
É importante salientar, que sequer existem adversários definidos. Surgem possÃveis concorrentes. Entre eles, até quem possa "pular a cerca" e se transformar em seu vice.
Rosalba não tem ainda uma "cristalização de votos" capaz de tornar sua pretensão irremovÃvel. Contudo trabalha com resultados crescentes, que podem lhe assegurar esse estágio um pouco mais adiante.
Cristalizar na linguagem polÃtica é um termo de fácil entendimento: significa "amarrar" um percentual de intenções de voto, a ponto de assegurar a quem o possui o fôlego mÃnimo para dar um salto à frente. E atingir esse patamar é o grande esforço desprendido pela senadora nessa fase.
Ela faz um périplo pelo estado, em todas as regiões, objetivando galvanizar apoio nas bases e de lideranças estratégicas. O passo seguinte é apresentar esse capital para aliados e eventuais "adesistas" ou neoseguidores. O cronograma vai se fechar à beira das convenções partidárias em junho do próximo ano.
Até lá, tudo pode acontecer. Mas por enquanto a senadora tem motivos para abrir um sorriso. A empolgação e passionalidade ficam com os que agem com outros sentidos e valores.
Quando os times estiverem definidos, a polÃtica de alianças fechada e os dados forem finalmente jogados na campanha, aà sim ficará mais fácil se avaliar o confronto. Ele passará a ser real.
No momento temos mais miragens do que realidade palpável à mão.
P.S: Volto ainda hoje com mais uma abordagens sobre o tema:
– O peso de Mossoró, Natal e regiões na corrida eleitoral;
– A influência do governo Fátima Rosado (DEM) na postulação da senadora;
– O quadro de forças no governismo;
– Passado recente mostra que menos de "50%" não é sobra confortável.
Que bom Carlos que contamos com sua análise fria e lúcida. Cada vez mais vc justifica a visita diária e obrigatória ao seu espaço virtual. Obrigada.
Apostem as suas fichas.Como o embate de 2010 revela que um dos três candidatos à Senatoria “vai dançar” (Gari,Vilma e JA).Numa análise fria,isenta do emocionalismo polÃtico-partidário,depreende-se que o viés da derrota denota-se mais sobre o Pênsil dos nomes de GARI e JA,dado o fato de que D. Vilma tem uma estrutura da máquina “lubrificada”. A Equação dá um resultado aonde JA iria para a disputa consensual ao governo,deixando a tranquila reeleição de GARI numa chapa com Vilma para o senado. O JA ficaria à cavalheiro para “queimar” a pretensão de Rosalba Rosado,alicerçado no seu pÃfio e global/novelÃstico desempenho parlamentar (Ou seria pralamentar ?). Quem viver verá!
Eu não acredito que a senadora de nada tenha essa vitória tão certa assim não. Vamos aguardar!