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quarta-feira - 23/07/2014 - 23:13h
Perda

Morre no Recife, aos 87 anos, o escritor Ariano Suassuna

Morreu no Recife, nesta quarta-feira (23), o escritor, dramaturgo e poeta paraibano Ariano Suassuna, aos 87 anos. Ele estava internado desde a noite de segunda (21) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, onde foi submetido a uma cirurgia na mesma noite após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico.

Suassuna nasceu em João Pessoa e retratou o nordestino em obras (Foto: Lenise Pinheiro / Folhapress)

Segundo boletim médico, o escritor faleceu às 17h15. “O paciente teve uma parada cardíaca provocada pela hipertensão intracraniana”.

O velório do corpo do escritor começa ainda esta noite, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, que decretou luto oficial de três dias. A partir das 23h, será aberto o acesso do público ao local. O enterro está previsto para a tarde de quinta-feira (24), no cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.

Internamentos

Em 2013, Ariano foi internado duas vezes. A primeira delas em 21 de agosto, quando sentiu-se mal após sofrer um infarto agudo do miocárdio de pequenas proporções, de acordo com os médicos, e ficou internado na unidade coronária, mas depois foi transferido para um apartamento no hospital. Recebeu alta após seis dias, com recomendação de repouso e nenhuma visita.

Dias depois, um aneurisma cerebral o levou de volta ao hospital. Uma arteriografia foi feita para tratamento e ele saiu da UTI para um apartamento do hospital, de onde recebeu alta seis dias depois da internação, no dia 4 de setembro.

Na noite de segunda-feira (21), Ariano Suassuna deu entrada no hospital e foi operado após o diagnóstico do AVC. A cirurgia foi para a colocação de dois drenos, na tentativa de controlar a pressão intracraniana. Na noite de terça, o quadro dele se agravou, devido a “queda da pressão arterial e pressão intracraniana muito elevada”, conforme foi informado em boletim.

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Categoria(s): Cultura

Comentários

  1. naide maria rosado de souza diz:

    Temporada de perdas em nossa cultura. Que lástima. Paz, Suassuna! Hei de abraçar o seu legado.

  2. AVELINO diz:

    Aprendi com Ele o sábio ensinamento que só se deve “falar de alguém” se for pelas costas, pois se você falar na frente do “comentado (a)”, na maioria das vezes, causa muito constrangimento e bastante confusão… Aprenda e veja se aplica isso já na sua próxima vez…

  3. Inácio Augusto de Almeida diz:

    UM HOMEM.

  4. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Um homem que fez da sua vida e da relação com as artes, um demorado, afetuoso e fecundo abraço direcionado à cultura popular e, sobretudo a cultura produzida pelos excluídos e a verdadeira cultura autóctone.

    Ariano não apenas produziu cultura, disseminou cultura, mais ainda lutou bravamente contra os movimentos alienígenas e entreguistas que tanto causaram e ainda causam irreparáveis perdas à nossa cultura. Cultura essa, que na verdade fica órfão de um escritor que não apenas amava sua obra, mais ainda vivia e vivenciava sua criação como extensão de sua própria vida, ou seja, o criador e a criatura que tão benfazejamente se confundiam.

    Dizem que não existem insubstituíveis, no caso de Ariano, temos manifesta exceção, mesmo porque sua vida e sua obra bem respondem a esse respeito. “Com a morte de Ariano Suassuna, a cultura nordestina e brasileira perde um dos maiores nomes da literatura e das artes em geral. Perde um lutador pelo resgate e valorização da nossa cultura. Mais que qualquer outro escritor, Ariano foi capaz de ser universal a partir de seu universo regional. Foi erudito, foi popular sem jamais confundir simplicidade com simplismo.

    Não só Pernambuco, o Brasil que conhece e compreende suas raízes chora a perda de Ariano Suassuna: O grande, mestre das palavras e do sentimento mais profundo da alma nordestina. Com a sua partida fica o vazio intelectual, mas, sobretudo, o vazio humano, pela sua imensa capacidade de entender, traduzir e amar os pernambucanos, os nordestinos, os brasileiros de de todas os estamentos sociais e de todas as matizes político-ideológicas.

    Seu legado, é, sobretudo lição de mestre da luta pela cultura nacional, luta pelos nossos valores mais autênticos, que representam na verdade a sobrevivência das nossas raízes em contrapartida ao processo de aculturação metodicamente implementado de forma manifesta por aqueles que direta e indiretamente patrocinaram o golpe de estado de 31 de Março de 1964.

    Um abraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

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