Do G1
O músico e compositor Marcelo Yuka, um dos fundadores da banda O Rappa, morreu no fim da noite de sexta-feira (18), aos 53 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo Hospital Quinta D’or na madrugada deste sábado (19).
Yuka estava internado em estado grave com um quadro de infecção generalizada. O músico sofreu um acidente vascular-cerebral (AVC) no dia 2 de janeiro. No meio do ano passado, ele já havia tido outro AVC.
Em 2000, Yuka ficou paraplégico ao ser atingido por nove tiros durante um assalto a uma mulher na Tijuca, na Zona Norte do Rio.
Nascido no Rio de Janeiro em 1965, Marcelo Fontes do Nascimento Viana de Santa Ana, o Marcelo Yuka, foi um dos fundadores da banda O Rappa. No grupo, era o baterista e principal compositor até sua saída, em 2001.
Com a banda, chegou ao sucesso com o segundo disco, “Rappa Mundi”, em 1996. Em 2000, foi atingido por tiros ao tentar impedir um assalto e ficou paraplégico.
Yuka escreveu letras sobre temas como violência urbana, racismo e desigualdades sociais. “Minha alma (a paz que eu não quero)”, “Me deixa” e “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro”, por exemplo, foram escritas por ele.
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Uma perda irreparável. Yuka deixa uma história de coragem e grande talento.
Um raro poeta e artista, que em vida jamais se vergou aos encantos da ganância, do individualismo, da artificialidade e da seletividade medíocre no mundo fonográfico nacional sob o comando das gravadoras multinacionais, aqui estacionadas desde sempre.
O título que comporta o noma da RAPPA, tem a ver, exatamente com o conhecido modus operandi da polícia tupiniquim, quando semanalmente realizar o chamada RAPA nas feiras de camelôs das cidades brasileiras, no mais das vezes, exigindo propinas e (ou) confiscando mercadorias e (ou) os poucos pertences que os excluídos buscam vender e negociar para sobreviver ao desemprego e penúria cotidiana.
O desfazimento do RAPPA original, deu-se exatamente na razão entre a maioria que buscava sonhos, aplausos e a busca pelo sucesso à qualquer preço, em contraponto à visão de Marcelo Yuka que desejava construir uma carreira juntamente com o grupo RAPPA,. com características coletivas, fecundas e duradouras Junto às futuras gerações.
Que a semente plantada por Marcelo YUKA, seja efetivamente fecunda e libertadora juntos às novas gerações, especialmente aos excluídos das periferias das grande e pequenas cidades do nosso fascinante e contraditório Brasilzão…!!!
Para quem não conhece e, por vezes, musicalmente, só se abastece do insosso, modorrento e medíocre sertanejo, aí vai uma das letras mais impactantes a Letras de Marcelo Yuka, um pouco à lá foucaultiano, vejamos:
Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)
O Rappa
A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego!
(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo!
(Medo! Medo! Medo! Medo!)
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?
A minha alma tá armada e apontada
Para a cara do sossego!
(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)
Pois paz sem, paz sem voz
Não é paz é medo
(Medo! Medo! Medo! Medo!)
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?
As grades do condomínio
São pra trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo (domingo!)
Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?
As grades do condomínio
São pra trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo (domingo!)
Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo
Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo
Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixa sentar na poltrona
No dia de domingo! (domingo!)
Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitido
Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir admitido
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir admitido.
Um baraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.