• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
quinta-feira - 01/06/2023 - 10:42h
Diferencial

Aberto às redes e à imprensa, “prefeito da mídia” só se fortalece

No bate-papo com os apresentadores do programa Conexão Política, da Rádio Difusora de Mossoró, repórter Joãozinho GPS e Petras Vinícius, falamos sobre política, comunicação, Mossoró Cidade Junina (GPS), disputa municipal, dificuldades do governo Fátima Bezerra (PT), primeiros meses da gestão Lula (PT) e por aí vai.

Foi nessa quarta-feira (31), ao vivo, com participação de ouvintes e internautas.

Na pauta, ainda a capacidade de comunicação do prefeito mossoroense Allyson Bezerra (SDD) com um celular à mão. Seu estilo de interação com a sociedade através das várias plataformas da Internet e a relação de abertura com a própria imprensa convencional – sem censuras – é impactante.

“Ele realmente é o prefeito da mídia”, assinalamos. E essa postura é muito mais um capital do que um ônus à sua imagem.

Muitos “estranham” porque num passado recente, titular do cargo que ele ocupa, se esquivava da imprensa, não dava entrevistas e evitava sabatinas abertas e livres. Tinha medo de questionamentos sobre temas delicados.

Veja a íntegra de nossa conversa no Conexão Difusora no boxe de vídeo abaixo:

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Categoria(s): Comunicação / Política
segunda-feira - 08/05/2023 - 12:38h
Cenário Político

Nossa opinião sobre gestão Lula, quadro municipal e governo Fátima

Acompanhe nesses três boxes de vídeos como foi nossa participação no programa Cenário Político da TV Cabo Mossoró (TCM Telecom), Canal 10, nessa sexta-feira (5).

Conversamos com os âncoras-jornalistas Vonúvio Praxedes e Carol Ribeiro, com intervenções de telespectadores e internautas, sobre política nacional, estadual e mossoroense.

Primeiro bloco

Nova Gestão Fátima

Para o entrevistado, a governadora Fátima Bezerra (PT) aposta todas as suas fichas no presidente Lula (PT). “Se ficar esperando por ele, vai terminar gestão de forma melancólica”, afirmamos. O presidente tem pouca margem de manobra com um Congresso Nacional que não é petista ou governista.

Saúde

“O Hospital Regional Tarcísio Maia é uma unidade heroica”, definimos. Quadro de saúde pública é grave no segundo governo Fátima Bezerra.

Segundo bloco

Nomeação de bolsonaristas

“Nomeação de Getúlio Batista (um bolsonarista) para o Dnit, é reflexo dos acordos, das arrumações, do palanque ‘curva de rio’, que Lula e Fátima fizeram no Brasil e no RN”, destacamos.

União Brasil e Agripino

Partido liderado pelo ex-senador José Agripino faz parte da base de Lula, mas no RN “não empina discurso ostensivo contra Fátima”.

“Só uma manada de inocentes acha que Agripino e Fátima são inimigos”.

Allyson no União Brasil?

A gente tratou desse tema, instigado pelos âncoras do programa. Acompanhe se o prefeito mossoroense Allyson Bezerra (Solidariedade) vai para essa legenda ou outra. E como fica uma banda do clã Rosado, que já está na sigla?

Frente Ampla, PT e Rosalba

“PCdoB tomou iniciativa de dizer: ‘ei, gente, vamos nos juntar'”. Para o entrevistado, o PT foi engolido e ficou acanhado com posição proeminente dos comunistas. E, quanto à Rosalba Ciarlini (PP), ex-prefeita, sua presença no evento de 101 do partido, tem alguns significados.

“Rosalba ainda é a maior eleitora de Mossoró, depois do prefeito,” disparamos.

Oposição ao prefeito

Acompanhe nossa análise sobre nomes.

Terceiro bloco

As bases frágeis de Lula e Fátima

“Lula é refém desse pessoal”, apontamos, em referência à liderança do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), bem como dirigente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que “já estiveram ao lado de Jair Bolsonaro (PL)”.

“O apoio popular de Lula é maciço, mas não tem folga”, assinalamos. Mostramos que o presidente vive uma realidade bem diferente do que aconteceu em seus mandatos anteriores.

Sobre Fátima e Ezequiel

“A princípio, relação da governadora Fátima Bezerra com o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), é muito boa. Mas, “a maioria da base de Fátima na AL não é dela, é de Ezequiel”.

Lawrence Amorim

O presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Lawrence Amorim (Solidariedade), está indo para o PSDB. “Ele estará num possível projeto de reeleição do prefeito Allyson Bezerra ou de oposição?”, perguntou Carol Ribeiro. Veja nossa opinião.

Também somos inquiridos sobre saída e chegada de grandes marcas comerciais a Mossoró, além de outras questões como bancada federal. “Eleger um idiota, um estúpido, um despreparado, é um prejuízo sem remendo”, assinalamos.

Vereadores governista e Allyson

“Vejo muito vereador governista que não defende governo, mas nas redes sociais se apresenta como autor de obras do governo”, mostramos. “Mas, isso é problema do prefeito. Ele que vá lidar com esse povo.”

Imperfeições do Governo Allyson

“Parte de sua equipe não entendeu, não entendeu ainda, que apesar de ser técnica, precisa ser política. Vereador não é para esperar uma hora na antessala,” dissemos.

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  • Art&C - PMM - 12 de Abril de 2024 - Arte Nova - Autismo
sexta-feira - 05/05/2023 - 10:54h
Agende-se

Cenário Político da TCM recebe Blog Carlos Santos

Cenário PolíticoÀs 19h25 de hoje, sexta-feira (5), os jornalistas Carol Ribeiro e Vonúvio Praxedes recebem a gente no programa Cenário Político da TV Cabo Mossoró (TCM Telecom), Canal 10.

Temos muita coisa a conversar.

Anote esse nosso compromisso.

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quarta-feira - 03/05/2023 - 08:24h
Sexta-feira, 5

Encontro marcado no Cenário Político da TCM

Bate-papo com Carol Ribeiro e Vonúvio Praxedes é essa noite,, às 19h25 (Foto: arquivo/11-05-2022

Bate-papo com Carol Ribeiro e Vonúvio Praxedes será na sexta-feira, às 19h25 (Foto: arquivo/11-05-2022)

Na próxima sexta-feira (5), às 19h25, vamos estar novamente com os jornalistas Carol Ribeiro e Vonúvio Praxedes no programa Cenário Político da TV Cabo Mossoró (TCM Telecom), Canal 10.

Convite feito, convite aceito.

Vamos papear sobre diversas questões da política local, estadual e nacional.

Até lá.

Encontro marcado.

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  • Art&C 25 anos - Institucional - 19-12-2023
terça-feira - 25/04/2023 - 05:24h
Saúde

De volta à luta

Gládio IIDepois de 12 dias infestado por virose, posso afirmar que me sinto curado.

Febre, dor de cabeça, tontura, expectoração, tosse, fastio, dificuldade de raciocínio, indisposição física, sonolência… foram dissipados.

Tentar retornar à realidade, inclusive na labuta.

Gládio à mão; à luta.

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segunda-feira - 17/04/2023 - 06:22h
Virose

Tentando voltar à rotina

Sem ritmo à volta à normalidade de trabalho e vida em si, entro a semana tentando debelar virose braba que até o raciocínio me compromete.

Vamos lá, seguindo recomendação médica de muito líquido, repouso e alimentação.

Produzir o possível, na marra.

Fácil não está.

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Categoria(s): Crônica
  • Pastel Premium Mossoró - Pastel de Tangará - Aclecivam Soares
domingo - 02/04/2023 - 04:30h

Clube do Cafezinho

Por Marcos Ferreira

Esta semana precisei ir ao banco. Parei diante da porta giratória e dentro de uma caixa em acrílico (creio que fosse em acrílico) larguei alguns pertences que trazia comigo. Eram nada mais que um celular, as chaves de minha casa e algumas moedas embaladas numa fita adesiva transparente. Apenas depois disso foi que a desconfiada porta autorizou o meu ingresso naquele típico reduto do capital.

Foto ilustrativa

Foto ilustrativa

Peguei uma ficha no porteiro eletrônico e, a seguir, tomei uma maçada de quase hora e meia até meu número ser chamado no monitor de televisão afixado no alto de uma parede. Nem sei dizer se toda aquela espera valeu a pena, pois o motivo de eu estar ali era um só: receber um novo cartão do Banco do Brasil. O outro estava vencido e com uma rachadura. Então, para obter esse objeto de importância nenhuma no tocante a dinheiro em caixa, lá estava eu, um cidadão ordinário e igualmente desimportante com uma merreca de setenta e quatro reais na conta-corrente.

Deixei a agência da Alberto Maranhão convicto do quanto o meu viver é uma espécie de zero à esquerda. Hoje me permitam estar assim, melodramático. É uma espécie de trejeito, um cacoete. Imagino que não se trate de vitimismo ou autocomiseração. Como se alguém houvesse perguntado, digo também que no próximo dia 10 de abril (peço que isto fique somente entre nós) completarei cinquenta e três anos de idade. Até o momento, para lhes ser franco, não me tornei outra coisa à exceção de um homem de letras sem relevo nesta terra e menos ainda por aí afora.

O que possuo de valor, outra vez sendo honesto comigo e com um bocado de gente bacana, não é muita coisa material, mas amigos que me têm honrado com sua amizade e consideração gratuitas. Alguns são de longa data, desde 1912, como Antonio Alvino, outros se achegaram não faz muito tempo. Talvez devido à minha súbita mudança de açougueiro do verbo para cronista dominical. Então, feito um sonâmbulo, eu caminhava devagar pela Avenida Alberto Maranhão, escolhendo os passos nas calçadas irregulares desta cidade, pensando à toa numa coisa e noutra.

Meti a mão no bolso, peguei o telefone e consultei as horas: 16:05. Com a mixaria no banco e aquelas moedinhas, cogitei entrar num café e pedir uma xícara da rubiácea. Mas, num reflexo de bom senso, larguei tal ideia e rumei para outro endereço: o do meu próprio casulo, onde uma porção do velho e saboroso moca não desfalcaria o meu orçamento como certamente ocorreria no comércio.

Quem sabe num dia qualquer, acompanhado de cafezistas como Elias Epaminondas, Marcos Rebouças, Odemirton Filho, Rocha Neto, Antonio Railton, Clauder Arcanjo, Carlos Santos, todos esses notórios apreciadores do líquido citado, sentemos para tomar essa bebidinha quente e odorífica. Por onde andarão Mário Gaudêncio, Ayala Gurgel, José Arimatéia, Francisco Amaral Campina, Túlio Ratto?… Estarei feliz ao redor dessas pessoas. Ontem mesmo, antes que eu me esqueça, recebi a visita do Dr. Marconi Amorim. E, evidentemente, tomamos mais um cafezinho.

Marconi veio conferir como ficou esta nova morada da Euclides Deocleciano, 32, fruto, em grande parte, do apoio de amigos. Claro que esta crônica não deveria ser tristonha, como se vê de modo predominante, todavia alguns ímpetos depressivos ainda me acometem, morbidez que combato seguindo as prescrições do Dr. Dirceu Lopes. Então, geralmente devido ao meu estado psíquico, às vezes esqueço do quanto a vida é maravilhosa e este mundo não é tão ruim quanto parece.

Portanto, às quatro e pouco da tarde, lá ia eu um tanto sem rumo, decerto em busca de algum amigo com o qual não havia agendado me encontrar. Realmente não encontrei ninguém, nenhum dos meus colegas batendo pernas.

Entrei no meu lar, tomei um banho, fiz café e bebi uma xícara sozinho. Após uns minutos o telefone tocou. Era o poeta Rogério Dias. Trocamos umas ideias através da invenção de Graham Bell e combinamos em ele vir aqui na próxima semana. Trará os seus apetrechos culinários para produzir algumas de suas boas e famosas tapiocas recheadas. De minha parte ficarei encarregado do café.

No fim das contas, dando o braço a torcer, reconheço que esta tarde não foi nada infecunda. Vez por outra, cheio de caraminholas, é o meu quengo que inventa as penas em que vivo, como no belo soneto de Olavo Bilac.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
quarta-feira - 22/03/2023 - 21:24h
É guerra!

Precisamos que vocês acertem

Foto ilustrativa

Foto ilustrativa

Chuvinha boa nesta noite de quarta-feira (22) em Mossoró.

Daí, passa-me uma picape da Força Nacional em alta velocidade, com giroflex e sirene abrindo caminho.

Desejo boa sorte, numa manifestação individual e inaudível.

Precisamos que vocês acertem.

Não é fácil está no meio dessa guerra insana e estúpida.

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C 25 anos - Institucional - 19-12-2023
domingo - 12/03/2023 - 04:10h

Nau esperança

Por Carlos Santos

Rua Jerônimo Rosado, um marzão que parecia não ter fim, em 1974 (Acervo do Relembrando Mossoró)

Rua Jerônimo Rosado, um marzão que parecia não ter fim, em 1974 (Acervo do Relembrando Mossoró)

Relembro o poeta Gonçalves Dias em “Juca Pirama” para proclamar: “Meninos, eu vi”. Testemunhei duas enchentes épicas em Mossoró. Dois quadros, duas visões.

Em uma delas fui desalojado pela enxurrada; de outra resultou meu alojamento, de forma indireta, numa paixão: o jornalismo.

Vou contar o primeiro caso. Depois, quem sabe, abordo o outro, acontecido em 1985.

Situo-me em 1974. Estou nos arrabaldes do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, Centro de Mossoró. Assisto o rio Mossoró banhar lentamente a rua Jerônimo Rosado, escalar as escadarias do adro desse templo e ocupar nossa casa sem resistência.

Sua água barrenta e devastadora produzia cenas incomuns aos meus olhos infantis: homens com calças arregaçadas, outras crianças a nado, caminhões ou simples carroças transportando móveis e picuás da vizinhança.

A chuva incessante que engordou o rio nos empurrou para fora com a força de quem manda, sem pedir licença. Um poder onipotente. Mesmo assim, a água que quase batia à cintura de muitos ali bem em frente, me divertia, sem que eu soubesse medir os estragos ou pressentir os desdobramentos da cheia.

Sapos apareciam aos montes, como se fora reprodução de uma das dez pragas do Egito. Multiplicavam-se aos milhares, fazendo do enorme quintal uma Normandia no Dia D, só para anfíbios. Uma cena grotesca que nunca mais vi se repetir.

Canoas e pequenas lanchas navegavam à nossa frente; o rádio ligado noticiava a ampliação territorial do rio Mossoró. Estávamos ilhados, acuados, a cada dia.

O burburinho na rua e o alagamento continuado não me afligiam. A imagem diluviana era acima de tudo encantadora à minha avaliação limitada. Cinematográfica. Estimulava a imaginação cheia de aventuras e super-heróis da TV e quadrinhos.

Ruas, praças e avenidas estavam transformadas num marzão. Uma via só. Fluvial. Quase amazônica.

Só me toquei do pior com a convocação final: “Arrume suas coisas. Amanhã cedinho a gente vai embora”. Partimos para nunca mais voltarmos àquele endereço.

Lá ficou uma parte de minha infância e inocência: a pequena pracinha de seu João Cantídio, nosso Colégio Dom Bosco a tão poucos passos.

Para trás o presépio de Maria de Uriel, miniatura bíblica cheia de vida em todo Natal; a casa acolhedora de dona Fefita e seus netos, todos meus amigos, que vez por outra me convocavam para tumultuar seu sossego.

A padaria de seu Eliseu Costa e dona Julita nunca mais seriam meu endereço de fim de tarde. Seus pães e bolos deliciosos, enrolados com técnica apurada em papel madeira, continuam em meus olhos, olfato e paladar. Memória sensorial.

As confrarias noturnas à calçada, com o tititi do dia, quase sempre vetadas à presença de crianças curiosas, continuam gravadas. As famílias pareciam uma só, sem o temor da violência urbana, sem as aflições psicossociais deste século XXI.

Vários nomes e lugares mantêm-se memorizados, outros se dispersaram com o tempo, mesmo que a imagem deles, ainda turva, pulule até hoje em minha mente.

Vejo o casal Izete-Raílton; Moisés dos Portões, padre Américo Simonetti e suas concorridas missas no Coração de Jesus; o tenente e delegado Clodoaldo Meira aboletado num Jeep aterrorizando quem teimava em jogar bola na área, pronto para picotar a pelota.

A senhora Júlia Menezes absorta; as irmãs Ilná e Alaíde Nascimento; minha “Maura” sempre loquaz, festiva e amante da prosa com Nadir Brasil e tantos amigos e amigas. A professora exemplar Dagmar Filgueira e a serenidade do senhor Trajano Filgueira.

O sítio “Pica-pau” no beiço do rio; o Cine Cid tão perto e a lenda de que em seu subsolo existia uma baleia. Com chuva ou sol, enchente ou não, o barulho que vinha de lá nos fazia acreditar nesse “Moby Dick” subterrâneo. O enredo caberia numa aventura escrita por Herman Melville ou o engenhoso Júlio Verne.

Por aquele pequeno portão gradeado de ferro da casa em que eu morava, de batente alto, soltei meu barquinho tosco, de papel. Vi-o flutuar nas águas por alguns minutos, até que desaparecesse.

Só muito tempo depois descobri que “navegar é preciso”. Minha nau frágil, não tripulada, era também esperança.

Buscava outro porto seguro além-mar.

Carlos Santos é criador e editor do Canal BCS – Blog Carlos Santos

*Texto originalmente publicado nesta página no dia 21 de janeiro de 2011, há mais de 12 anos e dois meses.

*Fotos do acervo do Relembrando Mossoró, de Lindomarcos Faustino, que podem ser ampliadas clicando sobre cada uma.

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Categoria(s): Crônica
domingo - 05/03/2023 - 08:52h

Uma nova Casa Branca

Por Marcos Ferreira

Imóvel que foi demolido para que pudesse nascer um lugar habitável...

Imóvel que foi demolido para que pudesse nascer um lugar habitável…

... e decente à vida modesta, mas digna (Fotos: Marcos Ferreira)

… e decente à vida modesta, mas digna (Fotos: Marcos Ferreira)

Tudo começou com o escritor David de Medeiros Leite. Àquela época David estava presidente da Companhia de Habitação do Rio Grande do Norte (Cohab/RN). O filho da saudosa senhora Hilda foi quem me apontou a disponibilidade do imóvel situado no Conjunto Walfredo Gurgel, no Alto de São Manoel.

Eu contava com um cargo miúdo na Prefeitura de Mossoró, e fomos (eu, David Leite e o também escritor Clauder Arcanjo) dar uma olhada na casa, que encontramos em escombros. Assim mesmo, com o apoio de David e Clauder, conseguimos tornar aquelas ruínas em algo habitável. Esse, portanto, foi o início.

Depois de vários anos, sempre entremeados de incontáveis apuros, não pude mais realizar nenhum benefício na residência, e esta foi estiolando-se rapidamente. Decorridos cerca de quinze anos, portanto, a situação se agravou. A ponto de eu colocar uma placa de venda, buscando assim adquirir outro imóvel noutro subúrbio mais distante deste município. Ressalto que o Walfredo Gurgel, exceto por alguns problemas estruturais, ainda é um bairro bem familiar, de cadeiras nas calçadas.

Ao saber da placa de venda, meu amigo petroleiro Elias Epaminondas bateu os coturnos e se opôs com veemência à venda de meu endereço. Sim. Eu costumava dizer que não tinha uma casa, mas somente um endereço. A placa de venda foi retirada. Miriam Ferreira, esposa de Elias, elaborou um simples e belo projeto para minha nova habitação e Elias deu início a um mutirão entre nossos amigos.

Agora, extremamente grato, eu me sinto na obrigação de relacionar aqui os nomes daqueles que se sensibilizaram e contribuíram, de maneira relevante, para tornar meu sonho e o projeto de Miriam Ferreira em realidade.

De largada, cito o amigo Clauder Arcanjo, que prontamente se comprometeu em adquirir todas as telhas. A seguir, embora sempre discretos, vêm Túlio Ratto e José Antero dos Santos, responsáveis por grande parte do cimento. Na sequência, em ordem aleatória, vou citando o restante dos nomes. Torço que isso não lhes pareça maçante ou enjoativo, tendo em vista que o nobre leitor sempre espera encontrar neste espaço o mínimo possível de literatura, sobretudo no gênero crônica.

Mas, repito, eis os bons samaritanos em ordem aleatória: Luiza Maria Freire de Medeiros, Raimundo Antonio, Fabrício Caymon, Raimundo César Barbosa, Odemirton Filho, Zilene Medeiros, Dr. Dirceu Lopes, João Bezerra de Castro, Aluísio Barros, Francisco Wanderley, Cristiane Reis, Marconi Amorim.

Acho que isto, com perdão do leitor, não se trata de prestação de contas ou cabotinismo imobiliário. Não é isso. Também não é subserviência, servilismo púbico. Quero apenas, no breve espaço de uma crônica, quiçá duas páginas, exibir, de maneira honesta, minha gratidão a essas pessoas que venho citando. Porque a gente não tem rédeas no instante de fazer determinadas críticas a terceiros, todavia se omite no momento de tornar notório aquilo de bom que lhe foi feito. Aqui eu falo de gratidão. E gratidão não está nem nunca esteve fora de moda. É algo bom a se praticar.

Contei, entre outros, com figuras como Rogério Dias, Flávio Quadrado, Ranniere Ferreira, Sandro Jorge, Jessé de Andrade Alexandria, Alexsandro Lopes Pinto, Laélio Ferreira, André Luís, Carlos Silva, Antonio Alvino, Dr. Lúcio Leopoldino, Francisco Nolasco, Francisco Amaral Campina, Gildemar Condados, Elder Nolasco, Anchieta Albuquerque, além do meu culto Editor Carlos Santos.

Não paramos por aqui. O mutirão prossegue. A velha choupana foi inteiramente demolida e uma nova casa branca (que não é a dos americanos) ergueu-se bela e majestosa sob as mãos dos pedreiros Jailson Batista, Rogério Cordeiro e Wellington Azevedo. “Agora não tem mais volta”, falei comigo mesmo.

Vamos aos demais: Francinaldo Rafael, Honório de Medeiros, Cid Augusto, Elisabete Stradiotto, Valdemar Siqueira, Ênio Souza, Luzia Praxedes Arcanjo, João Helder Alves Arcanjo, José Anchieta de Oliveira, Afrânio Melo, João Maria Souza da Silva, Antônio Railton, Marquinhos Rebouças, Nilson Rebouças, Jorge Alves, Vanda Maia, Arlete Jácome, Dr. Diego Dantas e Alexandre Miranda. Creio que não esqueci ninguém, isto graças a Natália Maia e às suas planilhas cheias de nomes e números. Também agradeço àqueles que, por um motivo ou outro, não puderam ajudar. Sei que muitos torceram pelo êxito desta empreitada construída graças a várias doações.

Não tenho, pois, o menor embaraço em escrever expondo meu agradecimento a todos esses amigos de primeira e de última hora. Porque a gratidão, repito, faz parte do meu DNA, da minha constituição e personalidade.

Todos são bem-vindos para um cafezinho.

Marcos Ferreira é escritor

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  • Pastel Premium Mossoró - Pastel de Tangará - Aclecivam Soares
quarta-feira - 22/02/2023 - 22:28h
Café e livro

Meu reencontro com Márquez

Doze contos peregrinosPor muitos anos, não 100, bem menos do que isso, fiquei distante de Gabriel Garcia Márquez. Ele que foi minha companhia em solidão e na memória de um moço triste, na depressão, bate à minha porta de novo.

Na prosa à mesa, regada a café, com o amigo Aílson Teodoro, rebobinamos a vida e experiências pessoais entrelaçadas com a obra do autor.

Daí me aparece Doze contos peregrinos. “Como é insaciável e abrasivo o vicio de escrever”, diz o escritor, jornalista, político e editor colombiano, Prêmio Nobel de Literatura (1982).

Peregrino.

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Categoria(s): Crônica
quarta-feira - 22/02/2023 - 16:44h
Começou

Declaro oficialmente aberto o Inverno 2023

Um homem com um rodo não quer guerra com ninguém (Foto: pessoal)

Um homem com um rodo não quer guerra com ninguém (Foto: pessoal)

Declaro oficialmente aberto o Inverno 2023 em Mossoró.

Solenemente, tomei meu primeiro banho de chuva do ano nesta quarta-feira (22), enquanto usava rodo (lembrei de uma campanha…) e desentupia ralo para evacuar água.

Apesar de trovões e relâmpagos, comemorei muito.

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  • San Valle Rodape GIF
sábado - 04/02/2023 - 09:36h
Cenário Político

Força de Rogério Marinho, entraves para Lula e o poder no RN

O quadro político nacional com eleições das mesas diretoras do Senado e da Câmara dos Deputados, reflexos na política do RN, o peso do senador Rogério Marinho (PL) pós-disputa pela presidência senatorial, o poder do deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB) e outras questões.

Eis parte da pauta de nosso bate-papo com os jornalista Carol Ribeiro e Vonúvio Praxedes no Cenário Político.

O programa da TV Cabo Mossoró (TCM Telecom), Canal 10, foi ao ar nessa quarta-feira (1º), às 19h25, também com participação dos webleitores, internautas e telespectadores.

Acompanhe nas caixas de vídeo abaixo.

Primeiro bloco

Segundo bloco

Terceiro bloco

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sexta-feira - 03/02/2023 - 06:20h
Opinião

Acompanhe análise dos principais fatos desta semana na política

Carlos Santos no Análise da Semana do programa Jornal da Tarde da Ràdio Rural com Cézar Alves e Esdras Marchezan, apresentado por Saulo Vale - 03-02-2023

O Jornal da Tarde desta sexta-feira (3) na Rádio Rural de  Mossoró recebe os jornalistas Cézar Alves, editor-chefe do portal Mossoró Hoje; Carlos Santos, do Canal BCS (Blog Carlos Santos), e Esdras Marchezan, professor de Jornalismo da Universidade do Estado do RN (UERN).

Junto com o jornalista Saulo Vale, âncora do programa, o trio vai analisar os principais assuntos da semana.

Sintonize às 12h10 na AM 990.

Ou acompanhe pela Internet AQUI ao vivo.

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quarta-feira - 01/02/2023 - 12:54h
Carlos Santos

“Cenário Político” conversa sobre posses e poder nos legislativos

Da TCM TelecomCarlos Santos no Cenário Político de 1º de Fevereiro de 2023

O dia é marcado pelas posses das novas legislaturas na Assembleia Legislativa do RN, na Câmara Federal e no Senado. As eleições às presidências das respectivas mesas diretoras acontecem após semanas de articulações e negociações e são alguns dos momentos mais aguardados.

Os resultados deverão impactar o Governo Lula e também mexem com a política do RN.

Os reflexos desta quarta-feira (1º) para a política nacional são o tema do programa “Cenário Político” da TV Cabo Mossoró (TCM Telecom), Canal 10, a partir das 19h25.

O convidado especial é o jornalista e editor do Canal BCS (Blog Carlos Santos), Carlos Santos.

O bate-papo é com os jornalistas e âncoras do programa, Vonúvio Praxedes e Carol Ribeiro.

Participe através do nosso direct, ou enviando mensagem pelo whatsapp 98802-8979, ou no twitter @cenapoliticotcm.

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segunda-feira - 30/01/2023 - 09:10h
Reflexão

Vida boa não é a dos outros

Carlos Santos olhando para página do Blog Carlos Santos no Notebook - madrugada de 02-04-20Ao contrário do que diz a sabedoria popular, vida boa não é a dos outros.

É a minha.

Amém!

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 29/01/2023 - 08:20h

Minha crônica para viver mais

Por Carlos SantosLápis, ponta de lápis, escrita, escrever, crônica,

Vi em algum lugar do Facebook, uma pergunta instigante. Indagava: “O que você faria se tivesse apenas mais um dia de vida?

Nem hesitei. De chofre, o clique: iria para o computador e escreveria uma crônica. Escrever tem sido minha atividade laboral há quase 30 anos; é-me oxigênio.

Seria meu último sopro de existência. Mesmo assim, comum. Feliz.

Nela agradeceria o tempo que pude ter, o tempo que foi possível ter, o tempo em que fui capaz de converter o ter no ser. Bradaria que venci a luta contra o não-ser.

Diria “obrigado” pela benção de ser humano – carregado de sentimentos, exageradamente intenso, completamente apaixonado.

Atestaria que sou incompleto. Que bom não ser superior! Completo, sim, na graça de poder encarar qualquer pessoa de frente, sem medo de olhar para trás.

Nem pensaria em me despedir. Desnecessário. Sei que continuarei pulsando no coração de quem tem um lugarzinho no peito para me guardar. Se for só tantinho assim e, em poucos, não importa. É o suficiente.

É minha crônica para viver mais.

Carlos Santos é criador e editor do Canal BCS (Blog Carlos Santos), jornalista nacionalmente ignorado e escritor mundialmente desconhecido

*Texto originalmente publicado no dia 1º de Julho de 2012 (veja AQUI), ou seja, há 10 anos e sete meses.

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Categoria(s): Crônica
sexta-feira - 27/01/2023 - 10:12h
Do meu jeito

Sobre paixão e vida no jornalismo

Obrigado ao âncora Nilton Giacomelli e à TV Cidade Oeste pelo convite para participar do programa “Do seu jeito”, à manhã desta quinta-feira (26).

Oportunidade para falar sobre minha profissão-paixão, amigos, família, redações, micos, alegrias, desapontamentos e vida.

Um papo tão leve, que nem senti o tempo passar.

Do Meu jeito.

Divido com você, webleitor do Canal BCS – Blog Carlos Santos.

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quarta-feira - 25/01/2023 - 19:28h
Televisão

Programa da Cidade Oeste conversa sobre jornalismo com Canal BCS

Por Nilton Giacomelli (Da TV Cidade Oeste)Carlos Santos no programa Do Seu Jeito da TV Cidade Oeste - 26-01-2023

Nosso convidado desta quinta-feira (26/01) no programa Do Seu Jeito, da TV Cidade Oeste, escreve sobre diversos temas de interesse geral, incluindo política, economia, esporte e cultura.

Conhecido por sua habilidade de analisar os fatos de forma clara e objetiva, Carlos Santos é fundamental para a formação da opinião pública.

Em nosso bate-papo falaremos sobre seus trabalhos jornalísticos no Canal BCS (Blog Carlos Santos) e outras plataformas que levam seu próprio nome, numa trajetória profissional de quase 38 anos,. Oportunidade para puxar conversa sobre suas experiências em rádio, televisão, jornais impressos e webjornalismo, além de incursão pela produção de livros e revistas.

Acesse ao vivo no Canal 172 da Brisanet, na página da emissora no Facebook AQUI ou em seu portal AQUI.

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Categoria(s): Política
sexta-feira - 20/01/2023 - 04:10h
Rádio e política

O bom debate no Jornal da Tarde desta sexta-feira, 20

Jornal da Tarde da Rádio Rural com Carlos Santos, Regy Carte e Humberto Fernandes. Apresentação de Saulo Vale - 20-01-2023O Jornal da Tarde desta sexta-feira (20) recebe os jornalistas Carlos Santos, do Canal BCS – Blog Carlos Santos; Regy Carte, do Blog Regy Carte, e o ex-presidente da OAB de Mossoró, ex-consultor-geral do Município e professor de Direito da Uern Humberto Fernandes.

Junto com o jornalista Saulo Vale, apresentador, os convidados farão análises e comentários sobre os principais acontecimentos políticos da semana em níveis nacional e local.

Começa às 12h10, na Rádio Rural (AM 990).

Sintonize AQUI ao vivo.

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domingo - 18/12/2022 - 05:04h

Retalhos do cotidiano

Por Marcos Ferreira

Penso agora em escrever alguma coisa na terceira pessoa, algo sobre fatos que não tenham nada a ver diretamente comigo. É isso. Ao menos uma pequena crônica que fale sobre terceiros, eventos alheios. Acontece, porém, que hoje, a exemplo de vários outros dias, não estou com vocação para falar sobre a vida além da minha pífia existência. Suponho que os meus poucos leitores já estejam enjoados, de saco cheio, de ler tantas narrativas tão pessoais.

Por que não falar um pouco sobre política? Não quero me ocupar com política. Até por uma questão de higiene mental.retalhos, cabeça, pensamento, cotidiano, homem, rosto, pensamentos

Há outros assuntos muito na moda. O futebol, por exemplo, é um deles. Contudo não entendo patavina acerca dessa matéria. Sei apenas que nossos atletas, os da seleção canarinha (vai com minúsculas mesmo) se preocupam muito mais em mudar a cor e o corte do cabelo a cada jogo, fazer dancinhas, mogangas e caretas do que propriamente jogar bem. Isso, todavia, como eu já disse, não é assunto para mim. Então passo a bola para o ex-futebolista e comentarista Walter Casagrande.

Hoje, entretanto, diante da escassez de motivação ou inspiração, digo honestamente que me sinto vazio, sem uma centelha de criatividade, sem voltagem literária. Considero chato, no entanto, e isso é uma opinião de muitos cronistas craques do gênero, como Rubem Braga e Fernando Sabino, Antônio Maria, lamuriar-me por causa da falta do que escrever. Não. Embora seja uma solução bem-aceita, uma receitinha caseira e salvadora, não vou ceder ou consolar o leitor com essa chupeta. Acho que ele sempre merece mais do que tapeação, lugares-comuns e monotonia.

Nessas horas de esterilidade verbal, situação esta que ocorre com incômoda frequência, penso na prosa suave e honesta do cronista Odemirton Filho, penso no estilo cheio de poeticidade do vate Cid Augusto, recordo o verbo instantâneo e burilado do meu Editor, jornalista e escritor Carlos Santos, além de outros colaboradores deste espaço dominical. Esses manejadores da palavra escrita, os quais leio e sempre aprendo alguma lição nova, dão corpo e forma a mais este parágrafo.

Acima, então, eis um parágrafo tão honesto quanto merecido. Porque não menciono tais pessoas nesta página fria por uma questão de favor ou de coleguismo gratuito. Não, meus prezados amigos. Não sou desse tipo, não sou bajulador. E há outros trabalhadores do verbo (colaboradores deste Blog) que povoam o Canal BCS e merecem igual referência, muito embora eu incorra no pecado da omissão e da curta memória. Cito, portanto, escribas de admirável talento como Honório de Medeiros, François Silvestre e o não menos aguerrido comentarista Marcos Pinto.

Bom. Deixemos o beija-mão de lado. E peço desculpas àqueles que deixei de citar por traição da memória. Neste momento da manhã, cuja hora prefiro não revelar, outra vez escuto a procissão dos pregoeiros do conjunto Walfredo Gurgel. Vão passando aqui pela rua do cubículo que habito provisoriamente. Negociam com todo tipo de coisa. Como o anônimo vendedor de frutas: “Olha a banana, olha a acerola, o abacaxi, a manga, a verdura, o melão”, diz o homem sobre sua carroça.

Outros mais, como eu já mencionei em textos anteriores, mercadejam toda sorte de produtos. Um anuncia o queijo de coalho, outro propaga que tem galinha caipira fresquinha, daí a pouco passa o carro dos ovos, o entregador de leite chama a clientela cativa: “Olha o leite!”, grita o sujeito sobre a motocicleta, já destampando o botijão metálico. Não só homens trafegam por estas ruas de paralelepípedos oferecendo uma coisa e outra aos moradores. Jovens senhoras, às vezes em companhia de filhos miúdos, tentam vender pamonha, canjica, tapioca, cocada, picolé e sorvete.

Eu bem sei que estou a me repetir. Como também sei que você não se apraz com isso. Os leitores querem, esperam por um assunto novo a cada semana, a cada domingo. Não lhes tiro a razão. Às vezes, porém, a gente precisa requentar o pão. E pão requentado não é coisa das piores. Porque não existe pão duro para uma boa fome. Ainda assim quem nos acompanha está correto. Pois paga, com o tempo que nos dedica, por um texto minimamente e, quem sabe, inovador. Não basta só arte.

A vida neste cubículo claustrofóbico, embora com a perspectiva de que isso dure cerca de três meses, é algo desestimulante. Aqui não há saída de ar, apenas a porta da frente, de maneira que o vento não entra. Não bastasse, fica defronte para o sol após o meio-dia. O ventilador já deu sinais de cansaço.

Pensar em literatura também se tornou um luxo bem pouco acessível. Minha velha casa foi demolida para a construção de uma nova. Um pouco menor, é verdade, mas sem o risco iminente de cair por cima de mim. O inverno está chegando, mas eu me sinto otimista.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
quarta-feira - 14/12/2022 - 14:24h
Entrevista

Blog Carlos Santos participa hoje do PodFalar

Carlos Santos - PodFalar - 14-12-2022 - Super TVO Canal BCS – Blog Carlos Santos participa nesta quarta-feira (14) do podcast PodFalar, da Super TV.

Em pauta: de futebol à fé, de família à política, eleições, perpsectiva para os governos Lula (PT), Fátima (PT) e Allyson (Solidariedade), bolsonarismo, prováveis nomes à disputa municipal e outros pontos.

O programa é apresentado pelo jornalista Saulo Vale e pelo advogado Jailton Magalhães, com produção do jornalista Nilton César.

O PodFalar vai ao ar pelo canal 14.1 da tv aberta em Mossoró, 173 da Brisanet, além de todas as redes sociais da emissora.

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