As eleições deste ano, no país, revelaram como é difícil transferir votos. Derrubaram a tese, por exemplo, de que o presidente Lula “elege até um poste”. Não é bem assim.
As disputas municipais em todos os recantos do Brasil tiveram peculiaridades comuns a cada localidade. O que é absolutamente normal. O ambiente municipal, paroquial, é que formou as condições basilares para a conquista ou derrota.
Em São Bernardo (SP), onde o ex-ministro Luiz Marinho (PT) obteve vitória em segundo turno, com intervenção direta do presidente Lula, o vencedor assinalou a importância do apoio. Entretanto minimizou a dimensão do papel do presidente em sua vitória.
Em sua ótica, “a força das alianças” formalizadas pelo PT no município é que determinou o sucesso. Faz sentido.
Em Natal, houve apoio grandiloquente a deputada federal petista Fátima Bezerra, nome historicamente ligado a Lula. Não vingou. Desde que foi anunciado o acordão em torno de sua postulação, parecia fadado a não prosperar mesmo.
Em Mossoró, a deputada estadual Larissa Rosado (PSB) vendeu-se como “candidata de Lula” e também não venceu, mesmo diante do desgaste da adversária reeleita, prefeita Fafá Rosado (DEM).
Em São Paulo, Marta Suplicy (PT) foi atropelada por Gilberto Kassab (DEM).
Transferir votos é sempre muito difícil, sobretudo em determinadas condições no relacionamento entre o doador e o receptor. Não basta ter um bom padrinho ou cabo eleitoral.
A transfusão de votos passa por uma série de provações. Na maioria das vezes há incompatibilidade, só detectada e admitida nas urnas, com a manifestada vontade popular.
O sujeito tem um Chevette caindo aos pedaços, bota o motor de uma Ferrari e acha que pode vencer qualquer adversário na pista. Não é bem assim.
Quando mete o pé no acelerador vê que o veículo se desmancha, incapaz de acomodar o reforço. É o que ocorre com boa parte de candidatos que pensam estar eleitos, só confiando na transferência de votos.
Não basta ter uma Ferrari.
Carlos, essa do chevette, foi 10.
Me fez lembrar de um dos apoios q Nilton fez aqui em Pau dos Ferros.
Que Lula elege um poste, não tenho dúvidas.. agora daí a eleger um poste que em vez de fornecer energia “suga”, é complicado.