Nasceu “Última Hora”, romance que venceu o Prêmio Sesc de Literatura em 2017. A publicação conta a história de “Marcos”, um jornalista atormentado entre a militância comunista e o trabalho no jornal que apoia Getúlio Vargas. O autor José Almeida Júnior reconstrói os últimos meses do presidente no governo, antes do suicídio, e a briga entre Samuel Wainer, da Última Hora, e Carlos Lacerda, da Tribuna da Imprensa.
O livro será lançado oficialmente pela Editora Record em quatro cidades: 28/11 em São Paulo, 05/12 em Brasília, 07/12 em Belém e 21/12 em Mossoró, no Teatro Municipal Dix-huit Rosado.
Natural de Mossoró, José Almeida Júnior é formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), com pós-graduação em Direito Processual e em Direito Civil. Há dez anos reside em Brasília, onde exerce o cargo de Defensor Público do Distrito Federal.
‘Democrata’ e ditador
“Getúlio Vargas lançou as bases do trabalhismo brasileiro e influenciou o pensamento de esquerda de políticos como Jango, Brizola e Lula. Por outro lado, Vargas perseguiu comunistas e implantou uma ditadura violenta durante o Estado Novo. Tive a curiosidade de compreender o comportamento dos comunistas, que haviam sido perseguidos no Estado Novo, durante o governo democrático Vargas do início dos anos 50”, conta o autor, em entrevista ao blog da editora.
No livro, Almeida Júnior refaz uma das maiores batalhas da imprensa na época, a de Carlos Lacerda, da Tribuna da Imprensa, e Wainer. Com o apoio da cadeia de jornais e rádios de Assis Chateaubriand, o Chatô, e de outros magnatas das comunicações, como Roberto Marinho, Lacerda perseguiu o dono da Última Hora até o desfecho final da crise, com o suicídio do presidente. Marcos, que ora se alia a Wainer ora ajuda Lacerda, é o contraponto entre esses personagens tão complexos.
Boa literatura
“Procurei encontrar as contradições em Wainer e Lacerda e explorá-las no ponto de vista de Marcos”, diz o autor.
“Histórico, mas sem qualquer ranço de didatismo, Almeida Júnior consegue, ao mesmo tempo, com enorme competência, reviver uma época e insuflar vida a personagens reais, tornando-os complexos”, assinala o escritor Luiz Luffato, resenhando as 352 páginas de “Última Hora”.
“O romance é lapidar em nos lembrar a história do país sem expor a pesquisa – um bordado que camufla o cerzido e deixa ver apenas o que interessa: a boa literatura, diz a também escritora Andréa del Fuego, na orelha do livro.
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