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segunda-feira - 29/05/2023 - 18:00h
PJE

Processos judiciais eletrônicos passam a ter plataforma única

Do Blog Tio Colorau

Foto ilustrativa

Foto ilustrativa

Os operadores do direito com atuação no RN vinham trabalhando com três plataformas para manusear os processos eletrônicos: Sistema de Automação do Judiciário (SAJ), Processo Judicial Eletrônico (PJE) e Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU).

A partir desta segunda-feira (29), contudo, o SAJ deixou de funcionar, tendo os processos sido agregados ao PJE.

Uma reivindicação antiga.

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público
segunda-feira - 29/05/2023 - 17:26h
Bandeira verde

Conta de energia elétrica não terá cobrança extra em junho

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) confirmou, no dia 26 de maio, que não haverá cobrança extra nas contas de luz em junho, com a manutenção da Bandeira Verde.

Bandeira verde poderá continuar até o fim deste ano (Foto ilustrativa)

Bandeira verde poderá continuar até o fim deste ano (Foto ilustrativa)

A bandeira verde, válida para todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional (SIN), reflete a melhoria dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, beneficiados com o período de chuvas. O SIN é a malha de linhas de transmissão de energia elétrica que conecta as usinas aos consumidores.

O sistema de bandeiras tarifárias, criado pela Aneel, tem como objetivo indicar o custo da geração de energia no país. Quando o custo de produção é maior, a agência pode ativar as bandeiras amarela ou vermelha (patamar 1 ou 2), que implicam em custos extras para os consumidores.

A bandeira verde está continuamente em vigor desde abril do ano passado e expectativa é de que siga assim durante todo ano de 2023. os reservatórios brasileiros apresentam alto nível de armazenamento, variando entre 82,87% e 98,67%, levando em conta dados até a última quinta-feira (25).

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segunda-feira - 29/05/2023 - 16:58h
Mossoró

Coronel da Polícia Militar vai comandar Segurança Municipal

Do Diário Político

Na manhã desta segunda-feira (29/05), o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) confirmou ao Jornalismo TV Cabo Mossoró (TCM) convite feito ao coronel da Polícia Militar Walmary Costa para assumir a Secretaria Municipal de Segurança Pública.

Coronel Costa deverá ser cedido pelo Governo do RN para cargo em Mossoró (Foto: Isaías Fernandes/TCM)

Coronel Costa deverá ser cedido pelo Governo do RN para cargo em Mossoró (Foto: Isaías Fernandes/TCM)

“Conversei no sábado (27) com o Coronel Costa e fiz realmente o convite para ele assumir a Secretaria de Segurança. O Coronel confirmou a disponibilidade, o interesse e já há o convite para a cessão junto ao Governo do RN”, disse Allyson.

Ainda esta semana deverá ser confirmada a cessão por parte do Governo Fátima Bezerra. O Prefeito ainda elogiou Costa e sua atuação na Polícia Militar do RN:

– “É um nome de grande importância dentro dos quadros da Polícia Militar no Estado do RN e vai fazer com certeza um grande trabalho na cidade de Mossoró”, atestou chefe do executivo mossoroense.”

Este Diário Político antecipou a informação do convite na semana passada.

Em Mossoró há um ano e oito meses, Coronel Walmary Costa afirma que que feliz por ter sido lembrado e convidado para assumir a secretaria municipal de segurança: “Não é indicação política, é uma escolha técnica”, disse.

Nota do Canal BCS – Um nome de grande envergadura, muito respeitado dentro e fora da PMRN. Golaço.

A pasta está sem um titular desde fevereiro deste ano, com saída do sargento da PMRN, Cledinilson Morais de Oliveira. Interinamente, quem responde pela pasta é o chefe de Gabinete Thiago Marques.

Cledinilson Morais cumpriu ciclo de cessão, não tendo meios legais à renovação. O prefeito ainda diligenciou para reverter essa situação, não obtendo êxito.

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segunda-feira - 29/05/2023 - 16:22h
Projeto de Lei

Igualdade Salarial entre homens/mulheres tem relatoria de Zenaide

Projeto com relatoria de Zenaide Maia foi enviado pelo presidente Lula (Foto: Senado)

Projeto com relatoria de Zenaide Maia foi enviado pelo presidente Lula (Foto: Senado)

A senadora Zenaide Maia (PSD – RN) é a relatora, na Comissão de Direitos Humanos, do projeto de lei da Igualdade Salarial entre homens e mulheres (PL 1.085/2023), enviado ao Congresso pelo presidente Lula (PT) e já aprovado na Câmara dos Deputados. O PL está sendo analisado no Senado em regime de urgência, em três comissões simultaneamente: CDH, Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

A senadora potiguar apresentará o seu relatório nesta quarta-feira (31). “É uma questão de justiça: se um homem e uma mulher estão na mesma empresa e desempenham a mesma função, eles têm que ganhar o mesmo salário! Nossa legislação já tem a igualdade como princípio, mas isso não é cumprido na prática. As mulheres recebem, em média, 78% do salário dos homens. Essa discriminação é inaceitável!”, argumenta a senadora.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já proíbe a discriminação salarial, mas a norma não tem sido suficiente para acabar com a prática e, por isso, o PL 1.085 endurece as punições para a empresa: prevê, por exemplo, multa de dez vezes o valor do salário devido pelo empregador ao empregado discriminado; sendo elevada ao dobro em caso de reincidência.

Além disso, o projeto também propõe mecanismos de fiscalização e controle, como a publicação semestral de relatórios de transparência salarial e remuneratória por parte das empresas com cem ou mais empregados.

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segunda-feira - 29/05/2023 - 15:26h
Política

Dois novos vereadores vão tomar posse nessa terça-feira

Tony Cabelos e Ozaniel Mesquita, ex-vereadores, voltam à CMM (Fotomontagem com fotos de Edilberto Barros/Arquivo)

Tony Cabelos e Ozaniel Mesquita, ex-vereadores, voltam à CMM (Fotos de Edilberto Barros/Arquivo)

A Câmara Municipal de Mossoró dará posse a dois novos vereadores nesta terça-feira (30), no decorrer da sessão ordinária, a depender da dinâmica da reunião. Poderá ser tanto após a abertura, por volta das 9h30, quanto antes do início votações, próximo às 11h.

Em ato publicado nesta segunda-feira (29), no Diário Oficial da Federação das Câmaras Municipais (FECAM/RN), a Mesa Diretora da Câmara de Mossoró convoca os vereadores diplomados Tony Cabelos (Progressistas) e Ozaniel Mesquita (União Brasil) à apresentação de documentos exigidos à posse no Poder Legislativo.

Dessa forma, a Câmara cumpre decisão da Justiça Eleitoral, que notificou a Casa, sexta-feira (26), sobre a diplomação de ambos, em decorrência da cassação dos mandatos de Lamarque Oliveira (PSC) e de Naldo Feitosa (PSC), determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os dois são ex-vereadores. Fizeram parte da legislatura passada, mas não se reelegeram em 2020.

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 29/05/2023 - 07:54h
Série D

Potiguar vence e sobe na tabela de classificação

O Potiguar de Mossoró segue subindo na classificação do Grupo C da Série D do Brasileirão 2023. Nesse domingo (28), obteve a segunda vitória na competição ao passar pelo Iguatu (CE) por 1 x 0, no Estádio Nogueirão.

Alvirrubro teve domínio quase total do jogo e poderia ter ampliado placar (Foto: Marcelo DIaz)

Alvirrubro teve domínio quase total do jogo e poderia ter ampliado placar (Foto: Marcelo DIaz)

O autor do gol foi Michel Potiguar, no segundo tempo.

Time alvirrubro teve domínio quase total do jogo, sob comando do técnico interino Márcio Mossoró (ex-atleta e CEO do clube). Placar poderia ter sido até mais elástico.

Com resultado, o Potiguar soma 7 pontos e chega a 5ª colocação. Tem saldo inferior a Pacajus (CE), Nacional (PB) e Santa Cruz, que também somam 7 pontos. Mas terá confronto direto contra o time cearense, no próximo sábado (3), às 19h no João Ronaldo. Primeiro colocado é o Sousa (PB) com 9 pontos.

Globo

O outro time do RN na competição, o Globo de Ceará-mirim, voltou a perder e segue na lanterna. Dessa feita, o placar foi de 3 x 0 para o Pacajus. O ex-campeão potiguar tem apenas um ponto, fruto de empate com o Potiguar, jogando em casa.

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segunda-feira - 29/05/2023 - 07:36h
MCJ 2023

Polo Antônio Francisco terá humor, poesia, repente, música e bonecos

O “Polo Poeta Antônio Francisco” chega para abrilhantar o “Mossoró Cidade Junina (MCJ) 2023”. O novo núcleo de eventos terá programação de 7 a 23 de junho, levando arte e cultura popular ao Memorial da Resistência de Mossoró (MRM). Com grandes exposições, festivais e muito pé de serra, o polo contará ainda com show de humor, teatro de bonecos, quadrilhas juninas e o humor de Zé Lezin e Mução.

Memorial da Resistência recebe novo e diferenciado polo (Foto: Wilson Moreno/PMM)

Memorial da Resistência recebe novo e diferenciado polo (Foto: Wilson Moreno/PMM)

As atividades no polo Poeta Antônio Francisco iniciam às 17h, sempre com abertura das quadrilhas juninas. A programação segue com festival de teatro de bonecos, festival de sanfoneiros e trio pé de serra, presença de repentistas, personalidades da terra, além de convidados especiais.

“Será uma programação para todas as idades. Desde a criança até a melhor idade, são festivais, shows de humor, teatro e apresentações dos nossos grupos de quadrilhas juninas. Um momento para aproveitar o São João de Mossoró em grande estilo. Vale salientar que o polo Poeta Antônio Francisco terá programação de segunda a segunda, do dia 7 até 23 de junho”, evidenciou Igor Ferradaes, secretário municipal de Cultura.

O polo Poeta Antônio Francisco será instalado no Memorial da Resistência, na avenida Rio Branco, no Corredor Cultural. Ao todo serão mais 40 apresentações em 17 dias de atividades, realçando a cultura e a arte do Nordeste.

Além de valorizar o “Mossoró Cidade Junina” 2023 com os festivais culturais, o polo apresenta novo conceito para a festa, trazendo personalidades do Nordeste, como os humoristas Zé Lezin e Mução.

Veja programação

Programação

Dia 7

Inauguração-Exposição “Por motivos diversos” com Antônio Francisco
Apresentação de quadrilha Junina
Antônio Francisco (poesia)
Alex do Acordeon (música)

Dia 8

Apresentação de quadrilha junina
Festival de bonecos
Carlos Júnior e Trio Pé Duro (música)

Dia 9

Apresentação de quadrilha junina
Antônio Francisco (poesia)
Festival de Teatro de Bonecos

Dia 10 

Apresentação de quadrilha junina
Festival de teatro de bonecos
Carlos Júnior e Trio Pé Duro (música)

Dia 11

Apresentação de quadrilha junina
Festival de Cordel Mirim
Zé Lezin (Show de humor)

Dia 12 

Apresentação de quadrilha junina
Festival de Cordel Mirim
Orquestra Sanfônica de Mossoró

Dia 13

Apresentação de quadrilha junina
Festival de Sanfoneiros e Trio pé de serra

Dia 14

Apresentação de quadrilha junina
Festival de Teatro de Bonecos
Festival de Cordel Mirim

Dia 15

Apresentação de quadrilha junina
XXI Festival de Repentistas do Nordeste

Dia 16

Apresentação de quadrilha junina
Festival de Teatro de Bonecos
XXI Festival de Repentistas do Nordeste

Dia 17

Apresentação de quadrilha junina
Antônio Francisco (poesia)
Concriz (Coco, poesia popular)

Dia 18

Apresentação de quadrilha junina
Nonato Neto (poesia)
Festival de Cordel Mirim

Dia 19

Apresentação de quadrilha junina
Festival de Sanfoneiros e Trio pé de serra

Dia 20

Apresentação de quadrilha junina
Festival de Sanfoneiros e Trio pé de serra

Dia 21

Apresentação de quadrilha junina
Mução (show de humor)
Festival de Cordel Mirim

Dia 22

Apresentação de quadrilha junina
Festival de Teatro de Bonecos
Maurílio Santos (música)

Dia 23

Apresentação de quadrilha junina
Festival de Teatro de Bonecos
Antônio Francisco (poesia)

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Categoria(s): Cultura
segunda-feira - 29/05/2023 - 07:00h
Série B

ABC segue na lanterna com goleada em Recife para o Sport

O ABC parece mesmo sem jeito. Na Série B do Brasileirão 2023, mais uma derrota nesse domingo (28). Dessa vez, o Sport na Ilha do Retiro, em Recife, impôs 4 x 1.

O time natalense até chegou a empatar o confronto com Júnior Todinho, mas acabou sofrendo derrota humilhante que o mantém na zona do rebaixamento, em último lugar, além de somar 12 gols negativos, com apenas uma vitória até aqui na competição, além de um empate. O Sport fez os quatro gols com Vagner Love (2), Juba e Fábio.

No sábado (3), o alvinegro potiguar vai para seu próximo confronto, pegando o Novorizontino no Estádio Frasqueirão, em Natal. Jogo será às 17h.

O Novorizontino venceu o Ceará no domingo por 3 x 0, atuando no campo do adversário. É, atualmente, o vice-líder da Série B com 17 pontos, atrás somente do Vitória (BA), que soma 19.

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segunda-feira - 29/05/2023 - 06:38h
Mossoró

Senador Styvenson manifesta apoio ao Santuário de Santa Luzia

O senador Styvenson Valentim (Podemos) aportou em Mossoró nesse domingo (28). Ele esteve com o presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Lawrence Amorim (Solidariedade), e com o pároco da Catedral de Santa Luzia, padre Flávio Augusto Forte Melo.

Lawrence, Styvenson, padre Flávio Augusto: reforço (Foto: cedida)

Lawrence, Styvenson, padre Flávio Augusto: reforço (Foto: cedida)

No encontro, Valentim somou forças para apoio à construção do Santuário de Santa Luzia, proposta resgatada pelo vereador Lawrence Amorim, com completo engajamento da Igreja Católica, municipalidade e diversos segmentos da sociedade civil organizada.

“O senador acredita no projeto, que fortalecerá a religiosidade e a economia de Mossoró e região. E colocou o mandato à disposição para apoiar a construção do santuário de Santa Luzia em Mossoró,” assinalou Amorim.

Recentemente, a governadora Fátima Bezerra (PT) também se colocou também na luta pelo empreendimento.

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domingo - 28/05/2023 - 23:54h

Pensando bem…

“Não se pode trabalhar num esgoto sem cheirar a esgoto.”

José Saramago

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  • Art&C 25 anos - Institucional - 19-12-2023
domingo - 28/05/2023 - 12:30h

O caso Vini Jr. e o princípio da extraterritorialidade

Por Odemirton Filho Justiça no Brasil,

Nos últimos tempos o jogador brasileiro do Real Madrid, Vinícius Júnior, tem sido alvo de racismo por parte de algumas pessoas. Não digo torcedores, pois acredito que essa nomenclatura somente deve ser utilizada para aqueles que realmente entendem o verdadeiro espírito de uma atividade esportiva.

O jogador, apesar de todo seu talento, tem sofrido ataques inconcebíveis por parte de alguns fanáticos. É repugnante o comportamento de alguns cidadãos em pleno Século XXI, com atos racistas.

Há, parece-me, um retrocesso em termos civilizatórios em todo o mundo, com culto ao nazismo, atitudes xenofóbicas, intolerância, ódio, atos racistas e radicalismo político-partidário.

Destaque-se, que o episódio ganhou repercussão mundial em consequência da fama do atleta. Todavia, como sabemos, atos racistas são praticados contra várias pessoas, aqui e ali.

O fato é que após vários atos racistas contra o jogador, finalmente as autoridades espanholas e entidades internacionais do mundo do Futebol estão imbuídas no combater ao racismo, uma chaga que, há tempos, deveria estar banida da sociedade.

Na última quinta-feira, conforme noticiado pela imprensa, o Ministério Público da Espanha denunciou algumas pessoas envolvidas nos atos criminosos.

Entretanto, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o Brasil poderia aplicar o princípio da extraterritorialidade no caso do jogador, em razão de uma eventual inércia de apuração dos fatos pelas autoridades espanholas.

Sobre o tema, entendamos o que vem a ser esse princípio, de forma geral.

De acordo com o professor Cleber Masson, extraterritorialidade é a aplicação da legislação penal brasileira aos crimes cometidos no exterior. Justifica-se pelo fato de o Brasil ter adotado, relativamente à lei penal no espaço, o princípio da territorialidade temperada ou mitigada o que autoriza, excepcionalmente, a incidência da lei penal brasileira a crimes praticados fora do território nacional.

O Art. 7º do Código Penal brasileiro diz que ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, a prática de alguns crimes. Estes crimes podem ser divididos em condicionados e incondicionados.

No caso concreto, seria um crime incondicionado. Saliente-se que o nosso país é signatário da Convenção Sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação racial da ONU, bem como da Convenção Interamericana contra o Racismo.

A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas, ou seja, o crime ser cometido contra brasileiro e ser punível no país onde ocorreu, além disso o acusado precisa entrar no território brasileiro, entre outras condições.

Assim, percebe-se que a adoção de referido princípio da extraterritorialidade não é simples, exigindo-se algumas condições para a sua aplicação.

Esperemos que as autoridades do futebol e os agentes públicos da Espanha adotem providências para punir os infratores, em respeito àqueles que, como Vini Jr. sofrem atos racistas.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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domingo - 28/05/2023 - 11:32h

100 anos do americano que estendeu a mão à China

Por Ney Lopes

Nesse último dia  23 de maio, Alfred Kissinger completou 100 anos de idade.

Kissinger na China: diplomacia (Foto: Arquivo BBC)

Kissinger na China: diplomacia (Foto: Arquivo BBC)

Secretário de Estado dos Estados Unidos, odiado e amado, goste-se ou não dele, é o homem que criou o mundo que vivemos hoje.

Nasceu em 1923, em Nuremberg, Alemanha, numa família judia.

Quando tinha 10 anos, viu o pai perder o posto de professor, pelas leis antissemitas. E quando tinha 15, tornou-se emigrante: a família fugiu para Nova Iorque.

Aos 20 anos naturaliza-se americano. E aos 21, o jovem soldado Kissinger veste o uniforme e é destacado para a Alemanha.

Participa no triunfo dos Aliados, vê as ruínas germânicas e trabalha na “desnazificação” dos pós-guerra.

A sua maior paixão é o futebol.

Trabalhou, brilhou pelo seu talento e se tornou o diplomata mais prestigiado da sua geração.

Kissinger serviu a América e quatro dos seus Presidentes.

Como estrategista da política externa americana durante os turbulentos anos 60 e 70 do século passado, Kissinger exerceu enorme poder.

Seu nome foi associado a quase todos os grandes eventos da época, desde a Guerra do Vietnã até o confronto dos EUA com a União Soviética.

Apesar de ser um protagonista da Guerra Fria, em 1973 foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz com o vietnamita Le Duc Tho, pelo trabalho de ambos na negociação do acordo de paz para o país asiático.

Às vezes identificado com a direita anticomunista, foi, no entanto, o ideólogo da aproximação entre os EUA e a China, até então isolada sob o regime de Mao Tsé-Tung.

Culto, conhecedor da política, da sabedoria em história, geografia, estratégia, relações internacionais, segurança, economia e energia —, Kissinger tem mais acertos do que erros em sua biografia.

Foi o diplomata americano que percebeu melhor a Europa e certamente que mais antecipou a China e a sua transformação.

É quase inimaginável o risco político que ele correu ao levar Nixon a Pequim e abrir as relações diplomáticas entre as duas potencias.

É certo que queria irritar os soviéticos (e conseguiu) com esse movimento. Fez história.

Kissinger foi professor na política e estrategista na diplomacia. Todo o seu legado fica marcado pela compreensão (ou incompreensão) do que é a diplomacia.

Um país que faça da perfeição moral a pedra angular da sua diplomacia não atingirá a perfeição nem a segurança” escrevia ele nas suas lições de Harvard.

Era, portanto, um “realista”, talvez o mais expressivo exemplo da “realpolitik” do pós-guerra.

Em 1997, Henry Kissinger esteve em Pernambuco dando uma palestra na Bienal de Administração.

Miguel Arraes estava presente à palestra e tomou café da manhã, no Palácio das Princesas, com Kissinger.

Deu de presente a Arraes uma edição, em francês, do seu livro Diplomacia.

Kissinger revelou, para a surpresa de muitos, que “estive aqui há 35 anos e vocês ainda têm o mesmo governador”.

Era a segunda vez que ele esteve em Pernambuco.

A outra foi em 1962. 

Kissinger voltou ao Brasil em 1981.

Participou de evento na Universidade de Brasília e catalisou a revolta dos estudantes.

Ocorreram manifestações com direito a chuva de ovos e tomates.

O ex-secretário precisou deixar o campus escoltado pela polícia e 26 universitários foram indiciados.

Atualmente, o aniversariante vive em Nova York, com escritório ativo de consultoria.

Continua a ser visto como negociador exímio, aconselhando vários Presidentes dos Estados Unidos e dirigentes internacionais.

Defende a importância da China, nomeadamente na guerra da Ucrânia, e aconselha todos os candidatos a estadistas a desenvolverem as “aptidões do artista que pressente como esculpir o futuro utilizando os materiais disponíveis no presente”.

Ney Lopes é jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, procurador federal 

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domingo - 28/05/2023 - 10:40h

Sob a égide da confissão

Por Marcos Pinto

Foto ilustrativa

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Dentre os estados da alma em transe sobressai-se a confissão, arrebanhando palavras em espectros transcendentais. Ninguém é mais fiel à sua própria alma senão quando imerso na sisudez da confissão. Ela, a confissão, rasga o ventre do tempo com seus olhos de lâmina esculpindo palavras, em um esgar tétrico e cúmplice à atroz “mea culpa, mea máxima culpa”.

É incontestável que, até nos silêncios súplices, encontramos os mistérios sagrados e/ou profanos da confissão. O seu inconfundível e inexpugnável contexto sussurra, confidencia segredos, descobertas e, a relíquia de nossos compassos existenciais, traçados em exímia destreza com régua e compasso, fabricados com esmero e sutileza na Escola da Vida.

Um dia alguém disse que “há pessoas que coreografam a despedida em forma de silêncios. Confissões ‘de Luais’ que se eternizam na imprescindível preciosidade de ser visto, conquistado, revisitado.”

Não há dúvidas de que a pior das confissões é aquela moldada pela necessidade de se manter vivo em um ambiente de constantes e imprevisíveis ameaças.

Sempre que me encontro com alguns amigos, que são clérigos, abordo a temática da “confissão individual”, amplamente adotada pela tradicional e respeitável Igreja Católica Apostólica Romana. Confesso-lhe que tal ritual assume e revela contornos de uma beatice piegas, atreladas ao devotado confitente.

Entram em cena os famosos pecados mortais e pecados veniais. Mete-se um pecado venial quando, em matéria leve, não se observa a medida prescrita pela Lei Moral ou quando, em matéria grave, se desobedece à Lei Moral, mas sem pleno conhecimento ou sem total consentimento. Os pecados graves estão elencados em Marcos, 10:18.

Nos primeiros séculos da Igreja Católica a confissão era puramente facultativa, e não havia senão a confissão comunitária. Os cristãos mais fervorosos confessavam suas faltas aos seus irmãos, e esta confissão, exigida somente aos neoconversos. Não era coisa extraordinária, pois que já existia entre cá pagãos.

O Mestre de Saint Gilles perdoava os pecados de todos que se arrependiam, independente da confissão. Saint Gilles foi um Prior franco-flamengo que trabalhou principalmente em Paris, por volta de 1500. São João Crisóstomo recomendava que se confessassem a Deus e não aos homens.

A História revela que nos primórdios do Cristianismo o penitente era obrigado a dar uma moeda ao confessor. No correr dos tempos os padres criaram a obrigação de consciência de deixarem uma parte de seus bens à Igreja, e aqueles que não cumpriam esse dever a igreja se recusava a dar-lhes os Sacramentos Cristãos até a sepultura.

Desde então, a posição de confessar tornou-se extremamente importante e lucrativa, o que deu lugar a mais encarniçada luta entre o Clero Secular e o Clero Regular para a direção da consciência. Praticava-se assim a famosa “venda das indulgências” que significava a venda do perdão dos pecados.

Somente em 1567 a Igreja Católica proibiu a venda das indulgências.

“inté”.

Marcos Pinto é escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 28/05/2023 - 09:30h

O julgamento do juiz

Por Marcelo Alves

Aproveitando a deixa do artigo da semana passada, que versou sobre um bizarro “Causídico de Instagram” (veja AQUI), vou hoje abordar a moral/ética dos juízes, misturando a temática com lições da história e do cinema, para deixar a nossa conversa mais leve e interessante.

Corte do julgamento de Nuremberg (Reprodução)

Corte do julgamento de Nuremberg (Reprodução)

Começo com dois trechinhos colhidos do “Curso de ética jurídica: ética geral e profissional” (Editora Saraiva, 2016): no que toca a qualquer profissional do direito, este “tem de estar consciente de que o instrumental que manipula é aquele capaz de cercear a liberdade, de alterar fatores econômicos e prejudicar populações inteiras, de causar a desunião de uma sociedade e corrosão de um grande foco de empregos e serviços, desestruturar uma família e a saúde psíquica dos filhos dela oriundos, de intervir sobre a felicidade e o bem-estar das pessoas…”; no que toca ao juiz especificamente, “pede-se consciência do magistrado na medida em que é ele a última palavra acerca da lei, devendo, portanto, prestar a atividade jurisdicional como sendo o último recurso de que dispõe o cidadão na defesa de seus direitos e garantias, no combate à arbitrariedade, à deslealdade, à inadimplência, ao desvio de poder, enfim, à ilegalidade e à inconstitucionalidade”.

E agora chegamos às lições da história e do cinema.

Quanto à história, relembro aqui os “julgamentos de Nuremberg”, decorrentes dos horrores da 2ª Guerra Mundial, que foram realizados entre 1945 e 1949. O principal julgamento teve fim em 1º de outubro de 1946 e concentrou-se na cúpula do regime nazista. Hermman Goering & Cia. Mas, a partir de dezembro de 1946, foram realizados mais doze julgamentos de criminosos de guerra nazistas de menor relevância.

Um deles foi o “julgamento dos juízes”, em que nove membros do Ministério da Justiça do Reich e sete membros de tribunais do povo e de tribunais especiais foram acusados de abusar dos seus poderes de promotores e juízes para cometer crimes de guerra e contra a humanidade, fomentando e autorizando a perseguição racial e horrendas práticas de eugenia, entre outras coisas, levando à prisão e à morte inúmeros inocentes. O julgamento durou de março a dezembro de 1947. Dez dos acusados foram condenados, quatro absolvidos e dois acabaram não julgados.

Esse julgamento, com uma boa dose de ficção, foi dramatizado no filme “O julgamento de Nuremberg”, de 1961, com direção de Stanley Kramer. O filme é estrelado por Spencer Tracy, Burt Lancaster, Marlene Dietrich, Judy Garland, Montgomery Clift, Richard Widmark, Maximilian Schell, Werner Klemperer e William Shatner, entre outros. Só top!

Moralmente, o filme foca naquilo que uma das personagens chama de “crimes cometidos em nome do direito”. É certo, como afirma a defesa, que “um juiz não faz as leis; ele aplica as leis do seu país”? Ou devem os juízes sempre ter em conta um direito superior, a Justiça em si?

“O julgamento de Nuremberg” responde a esse questionamento por meio de um outro magistrado, o herói do filme, o presidente da Corte no caso do “julgamento dos juízes”, o juiz Dan Haywood (papel de Spencer Tracy), apresentado como um homem modesto, tolerante e justo, que quer entender como os sábios magistrados da Alemanha puderam participar dos horrores do regime nazista e, se for o caso, punir adequadamente esses “crimes judiciais” praticados “em nome da lei”.

A resposta nos é dada primeiramente pelo anti-herói do filme, Ernst Janning (papel de Burt Lancaster), aquele jurista que, segundo é dito no filme, havia “dedicado sua vida à Justiça – ao conceito de Justiça”. Janning acaba aceitando sua responsabilidade pelos graves erros do regime nazista, reconhecendo que tanto ele como os corréus sabiam que as pessoas que eles sentenciavam eram enviadas a campos de concentração.

O próprio Janning, tomando o lugar do seu advogado (papel de Maximilian Schell), vem a reconhecer a sua responsabilidade no “Caso Feldenstein”, que já estaria decidido, pela “lei” nazista, antes mesmo da abertura dos debates. “Aquilo não foi um processo”, dirá Janning, “foi um rito de sacrifício”. No final do filme, num encontro entre herói e anti-herói, afirma ainda a personagem de Spencer Tracy: “sua culpa [e a dos juízes nazistas como um todo] teve início na primeira vez que você condenou conscientemente um inocente”.

Baseado na crença de que uma ordem moral/ética transcende o direito/lei feito pelos homens, devendo ser seguida por todos nós, a Corte de Nuremberg condena os réus magistrados. Acho que todos nós condenaríamos, não?

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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domingo - 28/05/2023 - 08:22h

Uma questão de escolha

Por Marcos Araújolinguagem neutra - Todes

Nas últimas duas décadas, a sociedade evoluiu em temáticas relevantes, a exemplo de diversidade, igualdade de gênero, interracialidade, valorização da causa ambiental, proteção animal, etc. Para além desses, parcela populacional reclama dos outros avanços(?) no campo da linguagem: a implantação da neutralidade da linguagem e o politicamente correto em todas as obras culturais. Tenho minhas reservas a esses dois últimos, e justifico.

Acho que todo mundo sabe, mas, relembrando, a linguagem neutra tem como objetivo adaptar o português para o uso de expressões sem gênero (masculino ou feminino), a fim de que as pessoas não binárias ou intersexo se sintam representadas. É a substituição dos artigos feminino e masculino por um “x”, “e” ou até pela “@” em alguns casos. Assim, “amigo” ou “amiga” virariam “amigue” ou “amigx”.

As palavras “todos” ou “todas” seriam trocadas, da mesma forma, por “todes”, “todxs” ou “tod@s”. Os defensores do gênero neutro também exigem a adoção do pronome “elu” para se referir a qualquer pessoa, independente do gênero, de maneira que abranja pessoas não-binárias ou intersexo que não se identifiquem como homem ou como mulher.

Quanto ao politicamente correto, medidas jurídicas e outras movimentações sociais estão sendo feitas para impedir a venda, proibir circulação, ou até mesmo revisar termos e expressões de obras mundialmente famosas. Monteiro Lobato terminou no Supremo Tribunal Federal por causa de um professor que tentava impedir que o Ministério de Educação referenciasse as peripécias de Pedrinho, por entender que a fala era racista. O maior sucesso da inglesa Agatha Christie, “O caso dos dez negrinhos”, está tendo o título mudado no mundo inteiro.

Na França, o antigo “Dix petits nègres” (Dez Negrinhos, em tradução literal) virou “Ils étaient dix” (Eram dez). A mudança de linguagem não aconteceu apenas no título. Na nova versão do livro em francês, a palavra “nègre” aparecia 74 vezes e foi adaptada em todos os casos. Poderia até rebater este preciosismo linguístico com os dizeres do próprio Monteiro Lobato – “Um país se faz com homens e livros” -, mas recairia na pecha de uso de uma expressão machista, e sofrer das ativistas uma grave reprimenda.

Dizem que é racismo se lastimar da vida dizendo “a coisa está preta!”. É proibido reconhecer a “noite negra”, ou se referir à compra de muamba no “mercado negro”.

Se prosperar a linguagem neutra, como doravante versejaremos Florbela Espanca,  na sua magistral construção: “Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida / Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer razão de meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida!”?

É na onda modista do politicamente correto que no Rio Grande do Sul há um boicote da execução do hino do Estado, por conter frases supostamente racistas nesta parte: “Mas não basta, para ser livre/ Ser forte, aguerrido e bravo/ Povo que não tem virtude/ Acaba por ser escravo”.

Linguagem é uma questão de escolha. Não me apraz a linguagem neutra. Nem corroboro com os puristas sociais do politicamente correto.

Está na órbita da liberdade de expressão, uma garantia constitucional, a forma de se comunicar. Como diz Leci Brandão na sua canção Questão de gosto: “Gosto mais do mês de março / Mas você prefere agosto. Questão de gosto. Questão de gosto (…)”

Marcos Araújo é mestre e doutor em Direito Constitucional, advogado e professor da Uern

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Categoria(s): Crônica
domingo - 28/05/2023 - 06:44h

Vini Jr e o racismo como desumanização

Por Cefas Carvalho

Segunda-feira (22), Prefeitura do RJ desligou iluminação do Cristo Redentor em solidariedade a Vini Jr. (Reprodução)

Segunda-feira (22), Prefeitura do RJ desligou iluminação do Cristo Redentor em solidariedade a Vini Jr. (Reprodução)

Causaram indignação as cenas registradas durante o jogo Valencia x Real Madrid, no domingo, pelo Campeonato Espanhol, chamado de La Liga. Durante a partida, no Mestalla, em Valencia, torcedores gritaram ofensas racistas ao atacante brasileiro Vinícius Júnior que também sofreu agressões verbais e físicas por parte do goleiro e de um zagueiro adversário. Apesar de ser a vítima, acabou expulso pelo árbitro.

As cenas da selvageria e da reação de Vini indignaram o Brasil e correram o Mundo, gerando reações rápidas, como posicionamento de clubes e jogadores e também ação do Ministério da Justiça e do Governo do Brasil em acionar os canais diplomáticos com a Espanha. O combate ao racismo no futebol, um problema registrado com frequência em terras espanholas, pode ser impulsionado com o caso.

Mas se o racismo se manifesta de múltiplas maneiras, das mais sutis e estruturais (segurar a bolsa ou guardar o celular ao ver um rapaz negro se aproximando, achar que o negro de terno no evento é garçom e não palestrante etc) às mais violentas (ação das PMs em periferias) quero me deter em um aspecto objetivo das ofensas contra Vini Junior. Os torcedores valencianos, desde antes do começo da partida, como se viu depois em vídeos, gritavam e cantavam sobre e para o brasileiro a palavra “mono”, que significa “macaco” em espanhol.

Claro que toda ofensa (negro, preto, fedido, sujo, etc) é dolorosa mas classificar um ser humano como um animal denota um evidente – e perigoso – processo de desumanização.

A desumanização como uma prática política já foi estudada. A filósofa alemã Hannah Arendt, que era judia, estudou o tema no pós-Segunda Guerra, criando o conceito da “banalidade do mal”. Obras dos negros estadunidenses Toni Morrison (ela primeira mulher negra a vencer o Nobel de Literatura) e James Baldwin refletem sobre a transformação dos ‘outros’ dos brancos em categoria subalterna.

O filósofo antilhano Frantz Fanon escreveu sobre a existência de teorias que colocavam o negro como o elo entre o homem e o macaco, demonstrando assim o estabelecimento da desumanização dos negros, que, a propósito, ganhou várias facetas com o racismo científico no início do século 20.

Os resultados dessa desumanização, sabemos, são devastadores. Geraram a escravização de pessoas negras, os massacres e mutilações na África, os genocídios armênio e curdo, o holocausto nazista. Ações “justificadas” pelos algozes, afinal, as pessoas envolvidas “não eram exatamente humanas”, portanto não mereciam um tratamento humano. É isso que sociologicamente a torcida do Valencia (e de outros times espanhóis e de parcela da população mesmo fora dos estádios) tenta dizer: que Vinícius Júnior é um macaco, logo, não é um ser humano, portanto, pode receber o tratamento dado a um “não humano”. Um perigo.

Em tempo: para quem associa a desumanização  ao nazismo e a neofascistas europeus, lembremos que em 2018 um candidato a presidência da República disse em evento da comunidade judaica (que ironia) que negros quilombolas “não serviam nem para procriar, deveriam ser pesados em arrobas”. Ora, se sabemos que arroba é medida de peso para gado, logo, os quilombolas não são humanos, ou pelo menos não merecem ser tratados como tal.

Esse candidato também havia garantido que não daria um centímetro de terra a mais para os povos indígenas (não apenas cumpriu a promessa como deu condições para o genocídio desse povos) e anteriormente havia dito a uma mulher que ela era tão feia que não merecia ser estuprada (ou seja, se ela fosse bonita, na ótica dele, “merecia” que ele a estuprasse).

Esse cidadão foi eleito presidente da República em 2018, como sabemos. No Brasil, de maioria negra/parda, e não num estádio de Valencia ou em terras europeias de gente branca e loira. Só para registrar.

Que Vinícius Júnior mantenha sua luta contra os racistas. E que nós aqui não limitemos nossa indignação aos europeus de passo colonizador, mas aos que aqui mesmo em terras tupiniquins realizam o processo de desumanização. Que precede o de extermínio. População negra periférica, LGBQIA+ e povos originários que o digam.

Cefas Carvalho é jornalista e escritor

*Texto originalmente publicado no portal Saiba Mais

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Categoria(s): Artigo
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domingo - 28/05/2023 - 04:44h

Por que escrevemos

Por Marcos FerreiraPor que escrevemos #

Todo domingo é assim. Pomos a cara fora e tratamos sobre um monte de assuntos. Há uns que caem no gosto do público leitor, e o cronista é logo aplaudido por seu texto. Pois bem. O Blog Carlos Santos (Canal BCS) é isto: um reduto desses intelectos, e atrai pessoas dos mais diversos estratos humanos e níveis críticos. São um show à parte os comentários vistos no espaço reservado à opinião dos leitores.

Assim como eu, alguns articulistas se autodenominam escritores. Não tiro a razão de ninguém. Já outros, mais contidos quanto modestos, preferem informar suas profissões e status curriculares. Para os quais tiro o chapéu.

Aos domingos, então, expomos nossa escrita acerca de um sem-número de temas. Há aqueles, todavia, que se atêm a um determinado campo temático, a exemplo do doutor Marcelo Alves Dias de Souza, aguçado bateador da história da Literatura e dos seus autores, tanto os bambas das letras nacionais quanto estrangeiras. Temos também a verve suave e envolvente do cronista Odemirton Filho.

Vez por outra é François Silvestre quem ataca com uma crônica, artigo ou poema neste espaço. François, com legitimidade, é mais um que se declara escritor. Possui biografia, histórico e estatura para dizer-se como tal.

Temos, ainda, o não menos doutor e professor Marcos Araújo, cuja inteligência e mérito literário não ficam a dever a nenhum de nós. O mestre Honório de Medeiros é outro que volta e meia dá o ar da graça com uma página de apreciável rutilância. Semana passada deu-se a estreia do ilustrado Hildeberto Barbosa Filho, professor da UFPB, poeta, escritor e membro da Academia Paraibana de Letras.

Por essa ou aquela razão, enfim, todos escrevemos. Uns com periodicidade definida, enquanto fulano e beltrano comparecem de maneira esporádica, feito procedem o doutor Marcos Araújo e Honório de Medeiros. O importante é escrever, ter onde publicar e contar com o interesse de nove ou dez leitores.

Se me perguntarem por que escrevemos, digo que é menos por dom que necessidade. Abrimos uma brecha em nossas agendas (a maioria possui isso) e nos dedicamos a compor algo com um mínimo de literariedade.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
sábado - 27/05/2023 - 23:56h

Pensando bem…

“Uns sentem a chuva, outros apenas se molham.”

Bob Dylan

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  • San Valle Rodape GIF
sábado - 27/05/2023 - 22:24h
MCJ 2023

Festival de Repentistas do Nordeste acontecerá dias 15 e 16

Aldaci coordena evento em Mossoró (Foto: arquivo)

Aldaci coordena evento em Mossoró (Foto: arquivo)

Amante da cultura popular, se organize. Agende-se. Dias 15 e 16 de junho, quinta e sexta-feira, às 18h30, teremos o XXI Festival de Repentistas do Nordeste, dentro do Mossoró Cidade Junina (MCJ) 2023.

Será no Memorial da Resistência, Avenida Rio Branco, Centro, no chamado Corredor Cultural. Veja abaixo, as duplas que vão se apresentar, numa iniciativa que tem a coordenação do repentista e poeta Aldaci de França:

Duplas de Repentistas

Hipólito Moura / João Lourenço
Antônio Lisboa / Edmilson Ferreira
Felipe Pereira / Helânio Moreira
Damião da Silva / Miro Pereira
Edvaldo Zuzú / Daniel Olímpio
Aldaci de França / João Lídio
Jorge Macedo / André Santos
Raimundo Sobrinho/ Antônio Domingos.

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Categoria(s): Cultura
sábado - 27/05/2023 - 22:00h
Ozempic

Revista detalha uso de remédio polêmico para emagrecimento

Do Blog Tio Colorau

Capa da Superinteressante

Capa da Superinteressante

Dia desses escrevi aqui sobre o Ozempic, remédio injetável para diabetes que vem sendo utilizado por muitas pessoas para emagrecer. O assunto é tratado com bem mais detalhes na edição do mês da Superinteressante. (aqui)

Em suma, a matéria revela que a bula dos EUA alerta para o risco de o medicamento causar câncer de tireoide, informação inexiste na bula brasileira.

Apesar disso, a revista destaca que o risco é raríssimo, que a obesidade é muito mais grave, que provoca bem mais doenças.

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Categoria(s): Gerais
  • Tropical Foods - Nayara Souza -
sábado - 27/05/2023 - 21:20h
Futebol

América empata com o Náutico jogando fora de casa

Campeonato Brasileiro da Série C entre Náutico x América de Natal terminou em 0 x 0, no Estádio dos Aflitos, em Recife (PE), neste sábado (27).

Jogo foi bastante disputado, mas ninguém abriu o placar.

O América conseguiu seu segundo ponto na competição e é o penúltimo colocado, podendo terminar a rodada até mesmo na lanterna. O Náutico está na 10ª posição, com 7 pontos.

A próxima partida do alvirrubro natalense será sexta-feira (2), às 20h, no Arena das Dunas, em Natal. Vai enfrentar o Operário (PR), que é o 13º colocado com 5 pontos.

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Categoria(s): Esporte
sábado - 27/05/2023 - 12:06h
Luto

Uern e Aduern perdem o professor “Babau”

A manhã deste sábado (27) começou muito mais triste na Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), com sede em Mossoró. De forma inesperada e precoce, uma das figuras mais emblemáticas e presentes do sindicato faleceu.

"Babau", mais do que um professor, era figura carismática e talismã da Aduern (Foto: cedida)

“Babau”, mais do que um professor, era figura carismática e talismã da Aduern (Foto: cedida)

Gilson Correia Bezerra, popularmente conhecido como “Babau,” faleceu aos 74 anos em Natal, após complicações em uma cirurgia de vesícula, deixando saudades e um vazio enorme a todos e todas que o conheceram. Seu velório ocorre no Centro de Velório Sempre, próximo ao Tiro de Guerra 07/010 e o sepultamento acontecerá no domingo (28), às 9h, no Jardim das Palmeiras.

Gilson foi docente da Uern (então FURRN) em outro tempo, quando a realidade do ensino superior era marcada por dificuldades e incertezas. Formado em geografia, foi professor da educação básica e posteriormente da universidade, chegando ao cargo de titular.

Aposentado desde 2004, Babau cultivou um costume inexorável: todos os dias, de domingo a domingo, era o primeiro a chegar à Aduern, acompanhando os funcionários que abriam o sindicato. Por anos, ele buzinava nos portões antes das 6h da manhã! A partir de sua presença ativa na sede da entidade, aos poucos nasceu a “Confraria do Cajueiro”, que reuniu professores para prosa de temas sérios ou apenas para jogar conversa fora.

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