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domingo - 26/05/2013 - 05:35h

Balança comercial

Por Francisco Edilson Leite Pinto Junior

“Nós somos os homens ocos, nós somos os homens empalh ados apoiados uns aos outros, a cabeça cheia de palha. Ai de nós!” (T. S. Eliot)

Era uma vez um homem que morava de frente para um rio. Vivia uma vida pacata e sem estresse. Até que um dia, ao acordar, e abrir a porta da sua casa, se depara com um corpo boiando. Ele entrou rapidamente no rio e salvou o homem que estava se afogando.

No outro dia, ao abrir a porta da sua casa, ele se deparou com três corpos boiando: conseguiu salvar um, mas dois morreram… e assim, pelo resto de sua vida, ele passava o dia salvando e enterrando corpos.

Nunca passou pela sua cabeça de ir rio acima, e pegar quem estava afogando os corpos. Esse homem por não entender nada de balança comercial (ele só pensava em importar os corpos do rio para a margem, sem se preocupar com quem exportava os mesmos para o rio), estava fazendo um trabalho sem utilidade alguma…

Confesso: não entendo muito sobre balança comercial, mas o pouco que sei é que, quando as importações são maiores do que as exportações, isso leva a um déficit na economia. Pelo visto, não só sou eu que não entendo muito desse tema…

O Governo Federal – assim como o homem que morava a beira do rio-, também entende muito pouco ou nada sobre balança comercial. Por isso que não me espanto com a inflação galopando a passos largos, e os passos de formiguinha dos nossos índices econômicos, onde o pífio PIB (Produto Interno Bruto: um Pibinho na verdade) é cada vez mais acanhado, a cada ano.

Longe, mais muito longe de mim, ser contra a vinda de médicos cubanos para o nosso país, desde que seja dentro do que se determina e com um REVALIDA: sério e justo… Até porque se vierem médicos como Zaíra e Raul (excelentes profissionais tanto na ética e na técnica, quanto no humanismo, e que Fidel Castro e a sua revolução “democrática” não os quiseram em Cuba), que sejam muito bem vindos!

O que se questiona aqui é que tentar resolver o problema da saúde pública desse país, apenas importando médicos estrangeiros, é de uma mediocridade que beira a estupidez.

Todo mundo está careca de saber que o médico brasileiro não fica no interior, porque lá não há a menor condição de exercer nenhum tipo de medicina. E não adianta pagar “excelentes” salários (que só são pagos nos primeiros meses de um contrato informal… cadê a carreira médica?!), pois como diz os Titãs: “A gente não quer só comida; a gente quer comida, diversão e arte… A gente não quer só dinheiro; a gente quer inteiro e não pela metade!”.

E engana-se quem pensa que a medicina preventiva só é feita com conversas e chás: isso é de uma injustiça que só as mentalidades tacanhas, medíocres e estúpidas podem acreditar!

Mesmo Cristo – que é o caminho, a verdade e vida, pois ninguém vai ao Pai senão por ele-, quando realizou as suas curas, está lá na Bíblia, em duas (quando curou o aleijado: utilizou uma piscina; quando curou a mulher que sangrava: estava vestido), ele precisou ter um mínimo de condições, além da sua fé e amor!

Se o Governo Federal quer mesmo resolver o problema da saúde deste país, que pare de “brincar” de balança comercial. Que vá ao cerne da questão: EDUQUE A POPULAÇÃO! Pois só uma população educada e livre é capaz de saber o que é melhor para si… Uma população educada e livre saberia que jogar lixo nas ruas é igual a aumentar os índices de dengue…

E o interessante é que o próprio Ministério da Saúde, quando faz a sua apresentação sobre Rede de Atenção às Urgências, está lá no centro do slide: “SE BEBER, NÃO DIRIJA!”, ou seja, não adianta só construir UPA’s, Hospitais, Unidades Básicas de Saúde, etc. etc. se isso não estiver atrelado à educação da nossa população. Aliás, acho até que o Ministro da Educação, se não acumulasse as duas funções, que pelo menos eles trabalhassem na mesma sala, pois saúde e educação são irmãos siameses!

Uma população educada e livre (sem muletas de bolsas disso e de vales daquilo) saberia que antes de importar médicos estrangeiros, primeiro faríamos as exportações… EXPORTAÇÃO de ladrões que a cada dia, nas tenebrosas transações, diminuem não só o patrimônio de toda uma nação, mas destroem os nossos sonhos, matam as nossas esperanças e acabam com o nosso futuro; EXPORTAÇÃO de prefeitos, que bastam se sentirem “ameaçados” pelos médicos, os expulsam do seu município, deixando a população sem nenhuma assistência; EXPORTAÇÃO de cegos, que condenam pobres e absolvem ricos de colarinho branco (porém, encardido de rapinagem); EXPORTAÇÃO de empresários corruptos, que entram no jogo do superfaturamento de obras, por terem que dar “mesadas e me nsalões” aos parasitas e vermes da nação; e EXPORTAÇÃO de eleitores, que por um chinelo, por uma dentadura, por uma feirinha, vendem a sua consciência (nem sei se eles têm consciência) e mantêm todo esse processo de podridão, ano após ano…

O Brasil tem jeito! Mas, enquanto a sua balança comercial não estiver equilibrada (menos importação e mais exportação), e isso não for levado a sério, não haverá superávit, e qualquer tentativa de melhorar alguma coisa nesse país, inclusive a saúde, será igual ao homem que morava em frente ao rio… inútil, inútil!

Tão inútil, como retirar o sofá da sala, para não ser traído…

Francisco Edilson Leite Pinto Junior é professor, médico e escritor.

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Leiam esta notícia:
    MP PEDE AFASTAMENTO DE QUATRO AGENTES DA PF POR FRAUDE EM CONCURSO.
    “O Ministério Público do DF (MPF/DF) informou nesta sexta-feira (24) que pediu à Justiça a anulação dos atos de nomeação e posse de quatro agentes da Polícia Federal. Isso porque eles são acusados de fraudar o concurso público realizado em 2001, para ingresso na corporação. O MP pediu ainda a condenação dos agentes, que serão obrigados a devolver aos cofres públicos o dinheiro gasto pela União com despesas referentes ao curso de formação e a remuneração que receberam até agora – valor estimado em pelo menos R$ 1,8 milhão. Em nota, o MP garante que há ainda três outros candidatos que são alvos de ação civil para ressarcimento de valores gastos pela União. “Eles participaram da mesma fraude, ocorrida na prova objetiva do concurso para agente da PF, mas foram reprovados em fases posteriores, não chegando a tomar posse”, explicou o órgão. “Nesse caso, o valor cobrado dos acusados é de aproximadamente R$ 120 mil, referente aos custos do curso de formação ministrado pela Academia da Polícia Nacional”, completou. As duas ações foram entregues à justiça na última quarta-feira (22). As fraudes foram descobertas pela Polícia Federal em setembro de 2010, quando, após a perícia, quatro candidatos confessaram a participação no esquema e deram detalhes de seu funcionamenro.
    Fonte: Blog GranjaHoje.
    ///
    Enraizou-se, a corrupção se faz presente em todos setores.
    Felizmente neste caso as providências foram tomadas.
    Não observei na nota se o responsável pela fraude vai responder pela corrupção praticada.
    País nenhum suporta conviver com tanta imoralidade.
    Não há punição severa para os casos de corrupção.
    Nem mais a sanção social acontece.
    A Prefeitura de Mossoró recentemente contratou um ex-prefeito, um tal de Batinga, já CONDENADO POR PRÁTICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
    Estamos vivendo a época do vale-tudo.
    Isto não vai continuar por muito tempo.
    Ontem no Rio de Janeiro passeata com a presença de mais de 500 mil pessoas. Esperavam o comparecimento de 200 mil e na hora 500 mil compareceram. É o povo dizendo não a tanta esculhambação.
    Mas nunca pense em Mossoró organizar qualquer passeata para protestar contra a não entrega do fardamento escolar, o não cumprimento da Lei da Transparência, o descaso na saúde e tudo o mais que todos sabem mas fingem ignorar.
    Se tentar vai terminar sozinho na praça dando comida aos pombos.
    Um dia Mossoró despertará.
    Quando eu não sei.
    ///
    Seu filho ainda não recebeu o fardamento escolar?
    Ligue 0800 61 61 61.
    Ou mande e-mail para o FALE COM A PRESIDENTA.

  2. nildo diz:

    Extra – Por que os médicos cubanos assustam
    Por: Pedro Porfírio

    Elite corporativista teme que mudança do foco no atendimento abale o nosso sistema mercantil de saúde
    por Pedro Porfírio, em seu blog, via Cebes

    A virulenta reação do Conselho Federal de Medicina contra a vinda de 6 mil médicos cubanos para trabalhar em áreas absolutamente carentes do país é muito mais do que uma atitude corporativista: expõe o pavor que uma certa elite da classe médica tem diante dos êxitos inevitáveis do modelo adotado na ilha, que prioriza a prevenção e a educação para a saúde, reduzindo não apenas os índices de enfermidades, mas sobretudo a necessidade de atendimento e os custos com a saúde.

    Essa não é a primeira investida radical do CFM e da Associação Médica Brasileira contra a prática vitoriosa dos médicos cubanos entre nós. Em 2005, quando o governador de Tocantins não conseguia médicos para a maioria dos seus pequenos e afastados municípios, recorreu a um convênio com Cuba e viu o quadro de saúde mudar rapidamente com a presença de apenas uma centena de profissionais daquele país.

    A reação das entidades médicas de Tocantins, comprometidas com a baixa qualidade da medicina pública que favorece o atendimento privado, foi quase de desespero. Elas só descansaram quando obtiveram uma liminar de um juiz de primeira instância determinando em 2007 a imediata “expulsão” dos médicos cubanos.

    No Brasil, o apego às grandes cidades

    Dos 371.788 médicos brasileiros, 260.251 estão nas regiões Sul e Sudeste
    Neste momento, o governo da presidenta Dilma Rousseff só está cogitando de trazer os médicos cubanos, responsáveis pelos melhores índices de saúde do Continente, diante da impossibilidade de assegurar a presença de profissionais brasileiros em mais de um milhar de municípios, mesmo com a oferta de vencimentos bem superiores aos pagos nos grandes centros urbanos.

    E isso não acontece por acaso. O próprio modelo de formação de profissionais de saúde, com quase 58% de escolas privadas, é voltado para um tipo de atendimento vinculado à indústria de equipamentos de alta tecnologia, aos laboratórios e às vantagens do regime híbrido, em que é possível conciliar plantões de 24 horas no sistema público com seus consultórios e clínicas particulares, alimentados pelos planos de saúde.

    Mesmo com consultas e procedimentos pagos segundo a tabela da AMB, o volume de clientes é programado para que possam atender no mínimo dez por turnos de cinco horas. O sistema é tão direcionado que na maioria das especialidades o segurado pode ter de esperar mais de dois meses por uma consulta.

    Além disso, dependendo da especialidade e do caráter de cada médico, é possível auferir faturamentos paralelos em comissões pelo direcionamento dos exames pedidos como rotinas em cada consulta.

    Sem compromisso em retribuir os cursos públicos

    Há no Brasil uma grande “injustiça orçamentária”: a formação de médicos nas faculdades públicas, que custa muito dinheiro a todos os brasileiros, não presume nenhuma retribuição social, pelo menos enquanto não se aprova o projeto do senador Cristóvam Buarque, que obriga os médicos recém-formados que tiveram seus cursos custeados com recursos públicos a exercerem a profissão, por dois anos, em municípios com menos de 30 mil habitantes ou em comunidades carentes de regiões metropolitanas.

    Cruzando informações, podemos chegar a um custo de R$ 792.000,00 reais para o curso de um aluno de faculdades públicas de Medicina, sem incluir a residência. E se considerarmos o perfil de quem consegue passar em vestibulares que chegam a ter 185 candidatos por vaga (UNESP), vamos nos deparar com estudantes de classe média alta, isso onde não há cotas sociais.

    Um levantamento do Ministério da Educação detectou que na medicina os estudantes que vieram de escolas particulares respondem por 88% das matrículas nas universidades bancadas pelo Estado. Na odontologia, eles são 80%.

    Em faculdades públicas ou privadas, os quase 13 mil médicos formados anualmente no Brasil não estão nem preparados, nem motivados para atender às populações dos grotões. E não estão por que não se habituaram à rotina da medicina preventiva e não aprenderam como atender sem as parafernálias tecnológicas de que se tornaram dependentes.

    Concentrados no Sudeste, Sul e grandes cidades

    Números oficiais do próprio CFM indicam que 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. E em geral trabalham nas grandes cidades. Boa parte da clientela dos hospitais municipais do Rio de Janeiro, por exemplo, é formada por pacientes de municípios do interior.
    Segundo pesquisa encomendada pelo Conselho, se a média nacional é de 1,95 médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a 4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um médico para mil habitantes.

    A pesquisa “Demografia Médica no Brasil” revela que há uma forte tendência de o médico fixar moradia na cidade onde fez graduação ou residência. As que abrigam escolas médicas também concentram maior número de serviços de saúde, públicos ou privados, o que significa mais oportunidade de trabalho. Isso explica, em parte, a concentração de médicos em capitais com mais faculdades de medicina. A cidade de São Paulo, por exemplo, contava, em 2011, com oito escolas médicas, 876 vagas – uma vaga para cada 12.836 habitantes – e uma taxa de 4,33 médicos por mil habitantes na capital.

    Mesmo nas áreas de concentração de profissionais, no setor público, o paciente dispõe de quatro vezes menos médicos que no privado. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, o número de usuários de planos de saúde hoje no Brasil é de 46.634.678 e o de postos de trabalho em estabelecimentos privados e consultórios particulares, 354.536.Já o número de habitantes que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) é de 144.098.016 pessoas, e o de postos ocupados por médicos nos estabelecimentos públicos, 281.481.

    A falta de atendimento de saúde nos grotões é uma dos fatores de migração. Muitos camponeses preferem ir morar em condições mais precárias nas cidades, pois sabem que, bem ou mal, poderão recorrer a um atendimento em casos de emergência.

    A solução dos médicos cubanos é mais transcendental pelas características do seu atendimento, que mudam o seu foco no sentido de evitar o aparecimento da doença. Na Venezuela, os Centros de Diagnósticos Integrais espalhados nas periferias e grotões, que contam com 20 mil médicos cubanos, são responsáveis por uma melhoria radical nos seus índices de saúde.

    Cuba é reconhecida por seus êxitos na medicina e na biotecnologia

    Em sua nota ameaçadora, o CFM afirma claramente que confiar populações periféricas aos cuidados de médicos cubanos é submetê-las a profissionais não qualificados. E esbanja hipocrisia na defesa dos direitos daquelas pessoas.

    Não é isso que consta dos números da Organização Mundial de Saúde. Cuba, país submetido a um asfixiante bloqueio econômico, mostra que nesse quesito é um exemplo para o mundo e tem resultados melhores do que os do Brasil.

    Graças à sua medicina preventiva, a ilha do Caribe tem a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América e do Terceiro Mundo – 4,9 por mil (contra 60 por mil em 1959, quando do triunfo da revolução) – inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Da mesma forma, a expectativa de vida dos cubanos – 78,8 anos (contra 60 anos em 1959) – é comparável a das nações mais desenvolvidas.

    Com um médico para cada 148 habitantes (78.622 no total) distribuídos por todos os seus rincões que registram 100% de cobertura, Cuba é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a nação melhor dotada do mundo neste setor.

    Segundo a New England Journal of Medicine, “o sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”.

    O Brasil forma 13 mil médicos por ano em 200 faculdades: 116 privadas, 48 federais, 29 estaduais e 7 municipais. De 2000 a 2013, foram criadas 94 escolas médicas: 26 públicas e 68 particulares.

    Formando médicos de 69 países

    Em 2012, Cuba, com cerca de 13 milhões de habitantes, formou em suas 25 faculdades, inclusive uma voltada para estrangeiros, mais de 11 mil novos médicos: 5.315 cubanos e 5.694 de 69 países da América Latina, África, Ásia e inclusive dos Estados Unidos.

    Atualmente, 24 mil estudantes de 116 países da América Latina, África, Ásia, Oceania e Estados Unidos (500 por turma) cursam uma faculdade de medicina gratuita em Cuba.

    Entre a primeira turma de 2005 e 2010, 8.594 jovens doutores saíram da Escola Latino-Americana de Medicina. As formaturas de 2011 e 2012 foram excepcionais com cerca de oito mil graduados. No total, cerca de 15 mil médicos se formaram na Elam em 25 especialidades distintas.

    Isso se reflete nos avanços em vários tipos de tratamento, inclusive em altos desafios, como vacinas para câncer do pulmão, hepatite B, cura do mal de Parkinson e da dengue. Hoje, a indústria biotecnológica cubana tem registradas 1.200 patentes e comercializa produtos farmacêuticos e vacinas em mais de 50 países.

    Presença de médicos cubanos no exterior

    Desde 1963, com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres no planeta. Nenhuma outra nação do mundo, nem mesmo as mais desenvolvidas, teceu semelhante rede de cooperação humanitária internacional. Desde o seu lançamento, cerca de 132 mil médicos e outros profissionais da saúde trabalharam voluntariamente em 102 países.

    No total, os médicos cubanos trataram de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas. Atualmente, 31 mil colaboradores médicos oferecem seus serviços em 69 nações do Terceiro Mundo.

    No âmbito da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América), Cuba e Venezuela decidiram lançar em julho de 2004 uma ampla campanha humanitária continental com o nome de Operação Milagre, que consiste em operar gratuitamente latino-americanos pobres, vítimas de cataratas e outras doenças oftalmológicas, que não tenham possibilidade de pagar por uma operação que custa entre cinco e dez mil dólares. Esta missão humanitária se disseminou por outras regiões (África e Ásia). A Operação Milagre dispõe de 49 centros oftalmológicos em 15 países da América Central e do Caribe. Em 2011, mais de dois milhões de pessoas de 35 países recuperaram a plena visão.

    Quando se insurge contra a vinda de médicos cubanos, com argumentos pueris, o CFM adota também uma atitude política suspeita: não quer que se desmascare a propaganda contra o regime de Havana, segundo a qual o sonho de todo cubano é fugir para o exterior. Os mais de 30 mil médicos espalhados pelo mundo permanecem fiéis aos compromissos sociais de quem teve todo o ensino pago pelo Estado, desde a pré-escola e de que, mais do que enriquecer, cumpre ao médico salvar vidas e prestar serviços humanitários.

    Leia também:
    Pedro Saraiva: Sobre a vinda dos 6.000 médicos cubanos

    //www.viomundo.com.br/politica/pedro-porfirio-por-que-os-medicos-cubanos-assustam.html

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