A ausência de Carlos da casa de praia do casal prefeita Fafá Rosado (DEM)-deputado estadual Leonardo Nogueira (PSB), no sábado (26), não foi por acaso. O aviso é próprio de quem lidera e sabe fazê-lo como poucos.

Carlos Augusto leu "Maquiavel" de cima abaixo. Se é que precisava desse cientificismo político.

Quem comanda não pode estar colocado à excessiva exposição. Rosalba, sua mulher, circula como estandarte. Ele manda. Com seu recuo, Carlos disse que Fafá e seu sistema familiar são inquilinos da prefeitura, mas podem ser ejetados num piscar de olhos. Longe, terminou mais importante do que os que apareceram no lugar.

Por que Carlos lançaria esse recado? 

Simples. Percebeu – de novo, que há um movimento para "enquadrá-lo", forçando-o a aceitar o jugo opressor do Palácio da Resistência, o transformando em liderado. Cerebral, frio e experimentado na política, Carlos se deixa isolar numa aparente submissão. Eis o perigo.

O ex-deputado detectou que mesmo amadoristicamente, o sistema de Fafá Rosado tentou lhe impor vontades pré-fabricadas. A artificial pré-candidatura do engenheiro Marcelo Rosado (PR) a vice-prefeito,  não podia ter sido mais intempestiva.

O quadro piorou, com a intervenção do senador José Agripino (DEM). Declarou que seria voz ativa no processo sucessório em Mossoró. Até endossou o nome de Marcelo a vice. Se não me engano, o senador deu a entrevista ao Correio da Tarde.

Qualquer pessoa razoavelmente bem-informada, quanto a Mossoró contemporânea, sabe que Carlos e a cúpula familiar de Marcelo Rosado não se afinam nem se bicam. Então, a simples conjectura da chapa Fafá-Marcelo cheirou a provocação. E foi.

Vamos aguardar o próximo  passo de Carlos Augusto.

Às vezes, o ex-deputado se parece com um célebre personagem das histórias em quadrinhos: "Fantasma – o espírito que anda." A qualquer momento deve fazer mais um enigmático movimento.

* Aguarde. Volto já com mais bastidores políticos