• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
terça-feira - 10/03/2020 - 06:32h
Campanha municipal

Duelo do “tostão contra o milhão” desenha luta desigual

Prefeitura segue sendo azeitada numa proporção jamais vista para eleição decisiva deste ano

Uma inspeção mais acurada no Jornal Oficial do Município (JOM) de Mossoró, nos últimos meses, mostra que a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) prepara campanha como nunca antes vista. Vai para o tudo ou nada em seu projeto de reeleição, mas ‘dentro da lei’ – lógico.

A estrutura multimilionária passa pela contratação em massa de empregados terceirizados, por exemplo. O que em tese é justificado como necessidade administrativa, acaba tendo propósitos inconfessáveis que não estão nos editais licitatórios. Há uma pressa eleitoral, que se diga.

O recrutamento é até difícil de rastrear em números, porque o Portal da Transparência da municipalidade (veja AQUI) é pouco zeloso na prestação de informações obrigatórias. Abundam dispensas de licitação (veja caso recente AQUI), aditivos e outros recursos legais que não perdem de vista as eleições 2020, mesmo que os atrasos salariais sejam rotina (veja AQUI).

Rosalba aposta tudo na estrutura para não deixar margem à surpresa; Jânio surpreendeu em 1953 (Fotomontagem BCS)

Porém o empréstimo de quase R$ 150 milhões (veja AQUI) para investir em obras de infraestrutura no último ano de governo, é um dos principais instrumentos dessa aposta, depois de três anos de administração estagnada. O feito é tão comemorado no governismo, que rendeu até título de cidadania para o presidente da instituição financiadora, Pedro Guimarães, da Caixa Econômica Federal (CEF) – veja AQUI, que nunca tinha desembarcado em Mossoró até então.

Rosalba e seu grupo não querem sofrer maiores sustos. Com razão.

A gestão terminou 2019 com reprovação administrativa e enormes sobressaltos, como a ‘visita’ da Polícia Federal ao seu apartamento (veja AQUI), condenação judicial do marido Carlos Augusto Rosado (veja AQUI), desabastecimento de remédios (falta de insulina, o mais grave), atraso na folha de remuneração de servidores, bloqueio de contas para pagamento de hospitais/médicos…ufa!!

Na oposição, as conversas inconclusas e subdivisões em pré-candidaturas até aqui sem o selo da “união” consistente de forças, também concorre para fazer da tarefa de enfrentar a prefeita e sua estrutura, uma missão desafiadora.

Será nitidamente uma campanha do “tostão contra o milhão”, seja lá quem for o adversário que apareça do outro lado em condições mínimas de embate. É uma aposta desproporcional, mas também bem representativa do poder que o clã Rosado exerce em sua comuna, há mais de 70 anos contínuos. Resiste e tenta uma sobrevida numa época de desmanche de grandes grupos político-familiares como Maias e Alves.

Jânio Quadros contra a máquina milionária

O slogan “o tostão contra o milhão” foi usado pela primeira vez pelo então deputado estadual Jânio da Silva Quadros (PDC) em 1953, na campanha à Prefeitura de São Paulo-SP. Muitos outros candidatos, Brasil afora, adotaram essa fórmula ao longo das décadas que se seguiram.

Professor, ex-vereador e jovem deputado estadual, Quadros desafiou a estrutura governista avassaladora representada pelo ex-secretário de Saúde do Estado Francisco Antônio Cardoso (PSP).

Empresariado e a alta sociedade paulistana também maciçamente apoiavam o governista.

Jânio venceu assim mesmo com 67% dos votos válidos, justamente mostrando o uso indiscriminado e despudorado da coisa pública para manutenção do poder. Uma vassoura para varrer a corrupção da prefeitura foi seu estandarte e símbolo.

Leia também: Rosalba não pode perder; oposição não precisa ganhar;

Leia também: Rosalbismo faz caixa e atua em várias frentes para campanha.

Acompanhe o Blog Carlos Santos pelo  Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e Youtube AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Política

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2024. Todos os Direitos Reservados.