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quarta-feira - 24/02/2010 - 13:26h

O aluno não tem história na UnP

Carlos Santos,

Sou aluna da Universidade Potiguar (UnP) em Natal-RN. Estou há quatro anos no curso de Direito, numa mesma turma e esse semestre renovei matricúla normalmente para a Turma 9ND do Campus Roberto Freire em Natal.

Quando cheguei para o primeiro dia de aula, produrei no mural o número da sala em que estaria minha turma, para o início das aulas do penúltimo período. Descobri que minha turma não existia mais. Eu e mais 42 alunos do último ano do curso de Direito da UnP, cujas aulas deveriam começar dia 22 de fevereiro. Fomos informados que a decisão de acabar com a turma 9ND fora institucional, e que eu e meus colegas deveríamos nos misturar a outras turmas.

Todos já reclamavam que as aulas começavam mais tarde devido uma reforma no Campus da Avenida Engenheiro Roberto Freire em Ponta Negra, para que para que a instituição pudesse acmodas novas turmas.

Não entendemos, portanto, por que foi necessário  dissolver a turma e mais umas trinta.

Quando começamos, nossa turma era a quarta, aberta em função do excesso de alunos (éramos apenas seis).

Agora somos poucos? Nossa turma tem 43 e há outras com menos alunos que não foram extintas. Hà também uma turma com 45 alunos no mesmo turno e período. Sò dois alunos a mais que a nossa. O que justifica essa extinção?

Impossível compreender. Os prejuízos dos alunos não são apenas educacionais, já que estamos perdendo os primeiros dias de aula e não temos acesso ao material didático no sistema, porque não estamos cadastrados em nenhuma turma.

Há prejuízos financeiros também, haja vista que há anos os alunos já pagam mensalidades das cerimônias de formatura, previstas para dezembro. Todos já haviam planejado a organização dos eventos em conjunto.

"Isso é um desrespeito sem tamanho!"

Não fomos avisados de nada, ficamos mais de uma hora pelos corredores da instituição para alguém vir nos atender. Uma completa humilhação.

Renovamos o contrato para matrícula na Turma 9ND, nada justifica ficarmos jogados sem turma e sem nenhum aviso prévio da mudança.

Nas outras salas não há espaço para receber o dobro de alunos que já existe e também não temos sequer o material disponível no Portal do Aluno.

Nós, estudantes, reclamamos porque pagamos uma mensalidade de R$ 749,00 e porque não deveríamos ser alvo de uma decisão que modifique de tal forma sua vida acadêmica, sem uma consulta prévia.

Mas o diretor do curso de Direito, professor Lúcio Teixeira, afirma que apesar de não compactuar com a decisão tomada pelo administrativo, o reagrupamento de turmas foi uma decisão institucional e que a UnP tem autonomia para tanto.

Aproximadamente 30 turmas foram atingidas com essa decisão arbitrária e de falta de respeito com os alunos. 

Ssegundo o diretor, os alunos deveriam ter escolhido uma turma e já poderiam ter começado a ter aulas. Não é verdade. Não há material no site para os alunos e nem cadeira suficiente nas salas. Há também a rejeição dos alunos das turmas, já organizadas e em aula, em receber mais alunos e sob superlotação.

Se houve uma reunião prévia entre v´rios setores da UnP para tratar da dissolução de algumas turmas, não houve convite às representações estudantis. Tampouco foram informados, antes do início das aulas, de que deveriam escolher novas turmas para estudar. A UnP programaou uma reunião para o dia 23, às 19h, para levar os alunos uma resposta quanto às suas reivindicações, mas nada foi resolvido.

Haverá uma nova reunião na próxima quinta (25), na sala 113, no Campus da Roberto Freire. Os alunos prejudicados com a extinção das turmas continuarão reivindicando a permanência da sua turma de origem. Nada mais justo, porque nada justifica a extinção dessas turmas, já que não houve redução de alunos.

Buscaremos apoio junto à imprensa e à Justiça, caso a UnP não acate nossa mais que justa reivindicação.

Nossos prejuízos seriam não só educacionais, já que estamos perdendo os primeiros dias de aula, mas também financeiros e morais, já que não houve sequer uma comunicação formal ou atendimento adequado.

"Isso é um desrespeito sem tamanho!"

Não é à-toa que os resultados da OAB estejam cada vez menos satisfatórios. Nós não temos nem palavras para medir tamanha irresponsabilidade e desrespeito. Uma vergonha para uma universidade que preza tanto pelo reconhecimento da sociedade. É, infelizmente, "a UnP é outra história".

Cabe alguma ação na Justiça??? E o MEC? E o Ministério Público??? Com a palavra os órgãos competentes. Alguém se habilita??? Quantos ficarão na omissão???

Lis Duarte Leite – Estudante do 9º Período de Direito da UnP – Natal 

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. steverson medeiros diz:

    Concordo plenamente com a Srta. a unp está fazendo propaganda enganosa quando propaga que faz história, e acaba “diluindo” turmas concluintes para atender única e exclusivamente interesses econômicos da instituição. É por essa e outras que perdeu a indicação da OAB e a cada semestre aumenta a transferência de alunos para outras instituições que respeitam os alunos (e não CLIENTES).

  2. Diana Galbero diz:

    Também sou aluna do 9º período vespertino de direito da Unp e minha turma também foi atingida. Estamos todos inconformados, pois como já disse a colega, só fomos informados quando chegamos para assistir aula dia 22/02. Foram dissolvidas 7 turmas ao todo. me pergunto: se não pode a instituição manter essas turmas porque então abriu, em todos os períodos, novas turmas de 1º semestre? A resposta é que o prejuízo de quem está para se formar é muito grande, senão com certeza e debanda da Unp seria grande. Quem já está a 4 anos e faltando 1 para a formatura, teria que se adequar a grade de outra instituição, e aí sim um prejuízo muito maior, eles contaram com isso. Porque não dissolver turmas de semestres inferiores?

    Quando questionados sobre as formaturas e os prejuízos decorrentes das dissoluções nos informaram que ficaríamos nas turmas que escolhessemos (QUANTA BONDADE), que as comissões continuariam sem prejuízo, com os alunos cada um em uma sala diferente e nos encontraríamos na aula da saudade, baile, missa como uma turma ficta e a colação na sala escolhida.

    Espero que a repercussão dessa atitude da Unp seja grande o suficiente para que as pessoas pensem bastante antes de escolherem este nome em seus diplomas.

    REALMENTE O SOBRENOME UNP É OUTRA HISTÓRIA.

  3. Aurinilton diz:

    Como Professor do Campus Mossoró até o início deste ano, quando pedi demissão, já manifestei minha preocupação, pessoalmente e em reunião, ao ex-Reitor da UnP com a superlotação e realocação de salas, assim como em relação ao enorme prejuízo para os acadêmicos de possuírem turmas superlotadas (às vezes com mais de 90 alunos), que perdem a identidade e não formam o necessário espírito acadêmico. O que acontece é que as turmas ficam “desenturmadas” e os alunos acabam sendo anônimos não só aos professores, mas aos próprios colegas de Turma. Preocupante!

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