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domingo - 24/02/2013 - 10:17h

Rosalba e os conselhos de Maquiavel para o poder

Por Ulisses Reis

Muitas vezes sendo colocado como o pináculo da sede de poder, uma vez que constantemente lembrado pela célebre frase “Os fins justificam os meios”, o renascentista Nicolau Maquiavel, se vivo ainda fosse, deveria urgentemente ser contratado para o assessoramento do Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Por incrível que pareça, a sua função seria tornar um pouco mais humana a administração estadual potiguar.

Em verdade, o florentino jamais foi um pregador do uso irrefletido da força, muito pelo contrário. Em seus escritos, Nicolau fez da política uma ciência e tentou presentear Lorenzo de’ Medici com o conhecimento prático acerca das melhores formas de criar um Estado unificado politicamente e, a partir de então, administrá-lo pacificamente, inclusive angariando o apoio da sua população.

No penúltimo parágrafo do capítulo oitavo de sua obra, diz o florentino:

“De onde é preciso observar que, ao tomar um Estado, o conquistador deverá definir todas as crueldades que necessitará cometer, e praticá-las de uma só vez, evitando ter de repeti-las a cada dia; assim tranquilizará o povo, ao não renovar as crueldades, seduzindo-o depois com benefícios. Quem agir diferentemente, por timidez ou maus conselhos, estará obrigado a estar sempre de arma em punho, e nunca poderá confiar em seus súditos, que, devido às contínuas injúrias, não terá confiança nos governantes”.

Qualquer semelhança com a realidade não poderá ser considerada mera coincidência.

Claro que, em tempos atuais, a ideia dissecada no parágrafo anterior deve ser levada em consideração metaforicamente.

Em 2011, ao receber um Governo Estadual provindo de uma Administração oposicionista à sua, Rosalba e os seus comandados certamente deveriam tomar algumas medidas que, dependendo do ângulo de visão do expectador, soariam impopulares. Contudo, Maquiavel foi claro em dizer que essas ações – imprescindivelmente – haviam de ser executadas no mais breve tempo possível, pois a repetição delas tornaria os súditos inflamados.

Pois não é que o Governo do Estado faz justamente o contrário?! Todas as classes desta unidade federativa, seja a de servidores públicos, a empresarial e até mesmo os empregados do setor privado têm diversos motivos para se queixar de Rosalba e dos seus. Inclusive os aliados políticos da ‘Rosa’, ao que parece, estão enveredando para largar o barco.

Em episódio recente, a gestora chegou ao cúmulo de acusar de irresponsável um médico que, cumprindo um dever social e profissional, tentou salvar uma vida e, no exercício do seu ato, sequer detinha um fio de aço para suturar o paciente.

Até o momento, o Governo do Estado vem continuamente realizando medidas impopulares que resultam no desgosto da opinião pública. Os “súditos” da Rosa, retirando, por óbvio, aqueles que efetivamente não querem enxergar o óbvio, estão se inflamando e contando as horas para ver a derrocada de sua gestão.

Aqueles que nunca votaram em seu grupo, mas assim o fizeram para o Governo do Estado por simpatizar com uma mossoroense naquele pedestal, são os mais insatisfeitos com tamanho horror.

É, se Maquiavel, e não Ravengar, fosse o Conselheiro-Mor da Rosa, talvez esses problemas todos não estivessem ocorrendo, pois ele teria diversas maneiras práticas de contornar os conflitos existentes no Rio Grande do Norte. Contudo, a habilidade política do florentino não renasceu no sangue dos atuais gestores estaduais, o que repercute no sofrimento do nosso povo.

Uma dica: leiam Maquiavel.

Ulisses Reis é advogado

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Marcos Araújo diz:

    Parabéns pelo artigo, amigo Ulisses.
    Que não sejas processado pela governadora pela comparação feita à Maquiavel.
    Dr. Jean, o médico da cirurgia, foi processado no Conselho Federal de Medicina.

  2. Nilson Gurgel Fernandes diz:

    Caro Ulisses;
    Sou apaixonado por Niccolò Machiavelli, Diplomata, Historiador e Cientista Político que já nos dá uma grande lição, ou melhor que dá aos políticos que tiverem capacidade de enxergar uma grande lição na dedicatória do seu livro, O Príncipe, direcionado à Lourenzo II de Médice, ou seja: “QUANDO UM PINTOR QUER PINTAR A MONTANHA, ELE DESCE PARA PLANÍCIE E QUANDO QUER PINTAR A PLANÍCIE, ELE SOBE PARA A MONTANHA, NADA COMO SER UM PRÍNCIPE PARA ENTENDER UM POVO E NADA COMO SER DO POVO PARA ENTENDER UM PRÍNCIPE” (mais ou menos isto).
    Um braço, amigo Carlos santos,
    Nilson

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