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segunda-feira - 10/04/2023 - 17:22h
Secretário afirma:

“Se atender professor, Estado vai atrasar salário de todo mundo”

Aldemir afirma que Fátima tem que governar para todos e não apenas os professores (Foto: Alex Régis)

Aldemir afirma que Fátima tem que governar para todos e não apenas os professores (Foto: Alex Régis)

Aguardando nomeação para a diretoria de Planejamento do Banco do Nordeste, o secretário de Finanças e Planejamento do Rio Grande do Norte, Aldemir Freire, deu entrevista exclusiva ao jornal Tribuna do Norte, publicada neste domingo (9). Entre vários pontos dessa sabatina, ele repete o que falou há pouco mais de um mês, em relação ao pagamento do Piso Nacional do Magistério.

– Isso é impossível de ser atendido. Se atender [a demanda], o Estado vai atrasar salário de todo mundo”, deixou claro.

Veja abaixo os argumentos de Freire:

Sobre o piso dos professores, a categoria encaminhou uma nova contraproposta para encerrar a greve. É viável para o Governo aceitar?

Não. Eles permaneceram com a mesma ideia de que tudo precisa ser pago em 2023. Eu faço uma conta simples: terminou o primeiro trimestre agora, eu fiz umas continhas. Entre o primeiro trimestre de 2022 e o primeiro trimestre 2023, as receitas cresceram 4,28%, abaixo da inflação acumulada para o período. Nossa receita não está crescendo nem acima da inflação. Os professores estão pedindo 14,95%. Se eu pegar esse 4,28% e aplicar na receita corrente líquida do Estado, a receita vai subir R$ 600 milhões neste ano.

Só o piso deste ano custa R$ 580 milhões. Nós estamos pagando um parcelamento do piso do ano passado de R$ 30 milhões por mês, o que dará perto de R$ 300 milhões. O resto do piso dos professores, que foi de 33% do ano passado, mais o desse ano, dá cerca de R$ 680 milhões. A receita do estado só vai subir R$ 600 milhões. É o dinheiro que nós teremos para tudo.

De onde é que nós vamos tirar dinheiro para isso? Não é uma discussão se a demanda dos professores é justa. Nós não estamos discutindo nem o piso em si, mas sim o reajuste. Nós não temos problema nenhum em pagar o piso para quem ganha abaixo do piso. O problema é dar quase 15% de aumento para toda a carreira, retroativo a janeiro, extensivo aos inativos. Não estamos dizendo que não vamos dar os 14,95%. Estamos dizendo que vamos dar, mas nós vamos fazer com que esses 14,95% caibam no orçamento. Não faz nenhum sentido deixar de aumentar gastos com saúde, manutenção das escolas, resolver o problema das estradas porque eu vou pegar o dinheiro todinho e entregar aos professores. Estamos propondo um parcelamento que não afete as outras demandas da sociedade. Há sim uma incapacidade do Sinte de diálogo. O Sinte não avançou no diálogo e foi a categoria mais beneficiada nessa gestão. O sindicato que está sendo intransigente e está penalizando o aluno.

O fato da governadora Fátima Bezerra ter sido uma líder sindical do próprio Sinte e uma das principais defensoras do piso não cria um constrangimento para o Governo?

A governadora não é a governadora dos professores. A governadora é governadora da população do Rio Grande do Norte. Ela não vai fazer uma gestão pensando apenas numa categoria em particular. Nós já avançamos muito, nós não estamos na primeira proposta, já avançamos nas propostas. O sindicato insiste [em manter a pedida inicial] e isso não vai acontecer por uma questão simples: não cabe. Alocar R$ 580 milhões esse ano para pagar o piso e pagar mais R$ 300 milhões [referente ao parcelamento do piso do ano passado] não tem como. Não tem esse dinheiro. É simples.

Essa é uma discussão que eu acho que o sindicato teria que fazer com a população. A população do Rio Grande do Norte quer isso? Quer que o estado pegue hoje R$ 850 milhões, mais do que o vai ter de aumento de receita, e entregue a uma única categoria? É uma questão social. O sindicato está sendo intransigente. Isso é impossível de ser atendido. Se atender [a demanda], o Estado vai atrasar salário de todo mundo. Do ponto de vista das despesas do Estado, nenhuma despesa tem um impacto maior do que essa do piso dos professores. Ela é central.

Nota do Canal BCS – O secretário Freire claramente não é político nem polido. Mas, é objetivo em suas palavras. Já o tinha sido, quando no início de março afirmou que o governo estadual tinha “chance zero” de pagar o piso (veja AQUI), o que desagradou Fátima Bezerra (PT), àquela hora em viagem a Portugal. Sua cotação interna caiu bastante e a nomeação iminente para um cargo no Banco do Nordeste é uma espécie de ‘queda para o alto’.

Contudo, sejamos sinceros: Aldemir Freire fala sem rodeios o que é possível e o que não é. Contestem-no com números e argumentos e não com discurso falacioso. Argumentos contra fatos e não contra a pessoa.

Agora, falta a governadora de todos, agir em nome de todos e não à base de compadrio com o sindicato-camarada. Judicialize esse impasse. Chega de maltratar e prejudicar milhares de estudantes.

Veja íntegra da entrevista AQUI.

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Categoria(s): Administração Pública / Economia / Política

Comentários

  1. Hermiro Filho diz:

    Faltou o secretário explicar nomeações em cargos comissionados toda semana editado no diário oficial do estado.
    Vai-te

  2. M.D.R. diz:

    O SECRETÁRIO deve explicar se os recursos do FUNDEB está sendo aplicado e as receitas do ESTADO vem aumentando consideravelmente sem computar o FPE uma receita que cai diretamente na conta mil, fora os convênios federais e não têm motivo o SECRETÁRIO mostrar dificuldades, travar reivindicações dos TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO “PROFESSORES “.
    VIVA O PT! VIVA O PT! FAÇA O L !

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