• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 27/10/2013 - 09:37h
Petróleo

Número de empresas em consórcio de Libra dá mais agilidade

Por Keila Cândido (Oil & Gas Journal)

A tentativa de manifestantes de impedir a realização do leilão do campo de Libra, no Rio de Janeiro, foi em vão. A rodada, que começou por volta de 15h32 desta segunda-feira 21, terminou com um vencedor sem concorrentes: o consórcio formado pela Petrobras, além da anglo-holandesa Shell, a francesa Total, e as chinesas CNOOC e CNPC fizeram oferta de 41,65% (o lance mínimo era de 41,6%) do total excedente em óleo para a União. Elas poderão explorar, sob regime de partilha, durante 35 anos, o maior bloco de petróleo do pré-sal.

Prates entende que leilão foi um grande sucesso

Para Jean Paul Prates, diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais, o leilão teve ótimo resultado. “São grandes empresas, operadores com tecnologia comprovada e grande experiência em offshore.”

A Petrobras terá ao todo 40% de participação, sendo 10% ofertado no leilão e 30% que tinha por direito, estabelecido pelas regras do modelo de partilha. A Shell e a Total S.A terão 20%. As chinesas CNOOC e CNPC terão 10% cada uma. O grupo terá de pagar R$15 bilhões à União pela exploração em Libra.

Para o especialista, a entrada de quatro empresas no grupo limitou a participação da Petrobras, que será dona de menos da metade do negócio. “Isso vai dar agilidade ao consórcio porque a Petrobras não terá maioria”, avalia.

A união das petroleiras chinesas com a brasileira já era esperada. A companhias CNOOC e CNPC eram as mais cotadas para levar o leilão, devido à capacidade financeira e ao grande interesse no campo, que terá potencial de produção de até 12 bilhões de barris de petróleo. A surpresa foi o percentual de participação: cada uma terá 10% no negócio.

As duas companhias têm capital do governo chinês e por isso tiveram que disputar juntas o leilão, por determinação da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

Para Marcio Reis, especialista em direito regulatório do escritório Siqueira Castro Advogados, as empresas não estão interessadas no retorno financeiro, mas na reserva enérgica do bloco. “Os chineses precisam muito de petróleo e a rentabilidade do negócio ficará em segundo plano agora”, diz.

Na avaliação de Reis, ter em óleo um retorno de 20%, é bastante significativo para as empresas. “O objetivo delas é estratégico e de longo prazo.” De acordo com Prates, a entrada em Libra foi um passo importante, pois antes essas empresas só tateavam o mercado brasileiro com algumas operações pontuais no País. “Agora adquiriram um assento nobre entre os grandes empresas de exploração.”

A entrada da Shell e da Total marca o fortalecimento das companhias no mercado mundial de óleo e gás, dado o tamanho e a importância do campo de Libra. “Essas empresas precisam buscar aquisição de reservas porque elas têm perdido muito espaço no mercado para empresas estatais”, diz. De acordo com Prates, são empresas que têm capital e vão ajudar o consórcio a se capitalizar.

Ao todo, onze companhias se inscreveram na rodada. A hispano-chinesa Repsol-Sinopec anunciou nesta segunda-feira que não participaria mais do leilão. Já havia a suspeita de que a indiana ONGC e a colombiana Ecopetrol não participariam de fato da rodada por não terem pago a taxa de inscrição de R$ 2 milhões.

As duas empresas não apresentaram propostas. Também ficaram de fora a Petronas, da Malásia, a japonesa Mitsui e a portuguesa Petrogal.

 

Compartilhe:
Categoria(s): Economia

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2024. Todos os Direitos Reservados.