• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
sábado - 03/06/2023 - 11:10h
Ludimilla Oliveira

UFRN vê plágio em doutorado de reitora da Ufersa; ela se defende

Do Novo Notícias e Canal BCS

Ludimilla: confrontos (Foto do Jornal de Fato)

Ludimilla diz que “todas as providências foram tomadas (Foto: Jornal de Fato/Arquivo)

O reitor da Universidade Federal do RN (UFRN), Daniel Diniz, acolheu hoje o parecer da Procuradoria Jurídica da instituição, sobre o relatório da Comissão de Processo Administrativo que havia emitido despacho pedindo a cassação do título de doutora da Professora Ludimilla Oliveira, atual reitora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA/Mossoró). A acusação – agora constatação – é de que houve plágio em sua tese do doutorado feito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O reconhecimento da nulidade desse título de pós- graduação trará certamente graves consequências para a vida acadêmica da professora, sendo a primeira delas a perda do cargo de Reitora. E, possivelmente, a exigência de devolução dos valores extras recebidos em seu contracheque como chefe daquela instituição.

Nos bastidores da instituição diz-se que o plágio chegou a acometer cerca de 45% da dissertação da professora.

Como aconteceu

Um relatório tinha sido elaborado pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar (CPAD) com despacho enviado ao reitor Daniel Diniz. Recomendou a anulação do título de doutora conquistado por Ludimilla através ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O título de sua tese foi “De repente, tudo mudou de lugar: Refletindo sobre a metamorfose urbana e gentrificação em Mossoró-RN”, que teria sido plagiada da dissertação de mestrado “O processo de urbanização da Cidade de Mossoró: Dos processos históricos à estrutura urbana atual”, de Karisa Lorena Carmo Barbosa Pinheiro. Ela também teria copiado trechos do livro “Expansão Urbana de Mossoró – Período de 1980 a 2004”, de Aristotelina Pereira Barreto Rocha.

Indicada por Bolsonaro

Apesar de ter ficado em terceiro e último lugar na disputa para a Reitoria da Ufersa, com 18,33% dos votos na eleição de 2020, a nomeação de Ludmilla Oliveira foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma visita dele a Mossoró. Na consulta pública a segmentos da Ufersa, Ludmilla ficou atrás dos professores Rodrigo Codes, com 35,55% dos votos; e Jean Berg, com 24,84%.

A nomeação gerou revolta na comunidade acadêmica que, na época, fez uma série de manifestações contra a intervenção federal.

O outro lado

A reitora pronuncia-se em defesa pessoal, através de uma Nota à Imprensa e Sociedade. Veja abaixo:

Meus cumprimentos à sociedade !

Primeiro, quero dizer aos que tentaram assassinar minha moral e idoneidade estudantil, se o objetivo era me matar, não precisava atirar na minha alma. Ela está sangrando, ferida e machucada. Mas, a cura Deus tem para essa dor imensurável, assim como a nódoa do meu espírito. Ele mesmo apagará.

Segundo, nunca plagiei nada na minha vida, quiçá um doutorado que fui: primeiro lugar no ingresso, tirei nota A em todas às disciplinas e A sem ressalvas na tese. Então, a verdade será o caminho das veredas da justiça humana e de Deus. Afirmo, que todas às providências foram tomadas e agora é aguardar .

No mais, como permaneço viva, embora padecendo das agruras da alma seguirei cumprindo minha missão, porque essa história não terminou ontem dia 02 de junho de 2023.

Minha nota a imprensa e à sociedade – Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira – Reitora da UFERSA.

Nota do Canal BCS – As sanções por plágio podem ir além do que é divulgado pelo portal Novo Notícias, indo pros campos cível e criminal. Ludimilla ainda poderá responder por violação dos direitos morais e violação aos direitos patrimoniais. Determina a legislação a pena de detenção de três meses a um ano, ou multa em casos de violação de direitos de autor e conexos.

Que tudo seja esclarecido.

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quinta-feira - 11/05/2023 - 14:36h
É o que temos

O presidencialismo de coalizão ruiu

Duas casas elegeram presidentes dia passado (Foto: arquivo)

Duas casas legislativas que formam o denominado Congresso Nacional(Foto: arquivo)

Presidencialismo de coalizão ruiu, apodreceu.

Sem maioria, sua, o presidente é refém dos donos do Congresso Nacional.

A pobreza de nomes ampliou em demasia a turma do baixíssimo clero, que é arrebanhada pelos líderes mais espertos.

Estamos elegendo isso, para isso mesmo. É o que enviamos de melhor para Brasília, pelo voto, não podendo esperar algo diferente.

Pena.

Com Lula (PT) vai-se repetindo a experiência de Jair Bolsonaro (PL) nas relações com os congressistas.

O capitão estrebuchou, rosnou, avisou bem antes que o Centrão era um covil de bandidos e não queria negócio com ele, mas acabou capitulando.

Ajoelhou, tem que rezar.

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quinta-feira - 27/04/2023 - 08:26h
Foi a morfina

A vítima vira cúmplice…

Por François Silvestre

…do roubo que sofreu.

Defesa de Bolsonaro garante que ele não estava consciente (Foto: CNN)

Defesa de Bolsonaro garante que ele não estava consciente (Foto: CNN)

Isso aconteceu numa casa de praia na Zona Norte de Natal. A família viajou para o Sudeste, deixando a casa sob a guarda de um cuidador diário, sem vigilância noturna.

Um mês após voltar do passeio, a família foi informada pelo zelador da casa de que a mesma fora invadida e que os ladrões levaram tudo que havia de valor na bela casa de veraneio.

O zelador prestara queixa na delegacia do Município, orientado por vizinhos. O proprietário foi à mesma delegacia confirmar o roubo e prestar informações sobre os bens roubados. O Delegado, muito prestativo, como são todos os delegados, principalmente na presença dos “homens de bem”, prometeu diligências.

Dias depois, o Delegado informou que um suspeito fora preso. A vítima ficou satisfeita. Ao chegar à delegacia, notou um comportamento estranho do Delegado. Ao perguntar sobre a apuração, o dono da casa ouviu uma resposta evasiva. “Tem um problema”, disse o delegado. “Que problema”? pergunta a vítima. “O senhor deixou uma janela sem tranca, no oitão direito da casa”. A vítima espantou-se. “Como o senhor sabe disso”? Resposta: “O jovem que invadiu a casa informou esse detalhe”.

“E daí”? Perguntou a vítima. “E daí? O senhor é corresponsável pelo evento, por negligência no cuidado com a segurança da sua casa “, respondeu o delegado. E a vítima abismado indagou: “Sou cúmplice do assalto que sofri”? O Delegado, meio bobo, mas esperto, respondeu: “Cúmplice, num sei. Mas facilitador”. Dia seguinte, a vítima descobriu que o preso era parente próximo de um influente empresário apoiador de um importante político do Estado.

Taí. Qualquer semelhança com a “cumplicidade” do governo na tentativa de golpe contra o próprio governo não é apenas semelhança. É a mesma patifaria.

Bolsonaro disse “estar sob efeito” de Morfina quando fez postagem sobre o Oito de Janeiro. Pronto. Temos um presidente usuário de Morfina? Já houve um presidente acusado, pelo próprio irmão, de usar Cocaína.

Em plena Casa da Dinda. Só falta a Heroína pra completar o “heroísmo” dos patrioteiros. Ou seriam patribabacas?

Ou somos nós os idiotas?

Leia também: Defesa diz que Bolsonaro estava sob efeito de morfina.

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sexta-feira - 07/04/2023 - 08:24h
Conselho

Hora de fechar a matraca, presidente

falastrão, boquirroto, falar demais, propaganda, divulgação, notícia, megafoneVi numa dessas colunas da Grande Imprensa, com registro repetido ou mais florido em tantos outros lugares da mídia, que o presidente Lula (PT) foi aconselhado a fechar a matraca. Sobretudo, em relação aos seus malvados favoritos: senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Cá para nós e o povo da rua: parece ter virado rotina em nossa vida republicana mais recente, o inquilino do Planalto falar asneira em escala industrial. Gera crise atrás de crise, a maioria de fabricação caseira.

Adoentado, internado, com viagem suspensa ao império chinês, o presidente deu um freio na lista de tolices que vinha espalhando.

Bom, refeito, é esperar. Veremos se vai atender à prudência ou à sua natureza loquaz de mandarim, como o antecessor boquirroto.

“Quem fala demais dá bom dia a cavalo”, só lembrando.

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  • Pastel Premium Mossoró - Pastel de Tangará - Aclecivam Soares
terça-feira - 04/04/2023 - 09:36h
Ciro Nogueira

“Injustiçado”, Bolsonaro poderá fazer o sucessor em 2026

Expoente do Centrão, o ex-ministro da Casa Civil e senador Ciro Nogueira (PP-PI) dá entrevista nesta terça-feira (4) ao jornal O Globo, desenhando quadro político da direita-oposição, em relação ao Governo Lula (PT) e à própria condução sucessória.

Nogueira acha que inelegibilidade pode dar mais força a Bolsonaro (Foto: Cristiano Mariz/O Globo)

Nogueira acha que inelegibilidade pode dar mais força a Bolsonaro (Foto: Cristiano Mariz/O Globo)

Em sua ótica, os governadores paulista e mineiro, respectivamente Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), são os nomes de melhor envergadura a uma disputa presidencial. Quanto à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ele a encaixa como forte e emblemática para vice. Também avisa que se Bolsonaro for “injustiçado” com inelegibilidade, pode fazer o sucessor presidencial.

“Vou ser muito franco: é mais fácil um Bolsonaro (PL) injustiçado eleger um presidente do que ele próprio ganhar em 2026. Ninguém vai admitir que um presidente, por conta de injustiça, seja tornado inelegível. Vai facilitar muito o trabalho da oposição se acontecer essa injustiça, mas espero que não aconteça”, comenta Nogueira, sob a hipótese de cassação dos direitos políticos do ex-presidente.

Quem é a principal alternativa na direita?

Em política, tem fila. Os principais nomes são os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Romeu Zema (Minas Gerais), mas temos a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e Ratinho Junior, governador do Paraná. Podem surgir outras alternativas até lá. Bolsonaro vai ser decisivo na escolha.

E a Michelle Bolsonaro?

Pode ser, quem tem título de eleitor pode ser candidato. Mas acho que a primeira-dama pode ser uma grande candidata a vice. Ela deve ser a única pessoa no país que se elege senadora nos 27 estados da federação.

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Categoria(s): Política
quarta-feira - 22/03/2023 - 09:02h
Agora é Lula!

Baixaria que passa de presidente para presidente

Expressões chulas e descabidas para um presidente da República, chefe de Estado-Governo, que tanto foram criticadas na era Jair Bolsonaro (PL), estão de volta na versão Lula (PT).

Não cabiam com quem passou e não devem ser relativizadas com o sucessor.

Esse é um cargo grande demais.

*Vídeo mostra Lula em entrevista à TV 247, com os entrevistadores gargalhando diante da manifestação de ódio e palavrão.

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quinta-feira - 09/03/2023 - 09:24h
Das Arábias

Brilhantes lapidados…

Por François Silvestre

… para uma dilapidada República.

Mohamed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita (Foto: AFP)

Mohamed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita (Foto: AFP)

Um príncipe nababo da Arábia Saudita, matador e esquartejador de jornalistas, prendedor da própria mãe, onde mulheres são objetos de uso para machos, sem direito de falar em público, apaixonou-se pela República do Brasil.

E sendo ela qualquer mulher do seu agrado, resolveu presentar com colares e brincos. A qual cama, ou em que esbórnia, ele iria deitar e lambuzar-se com essa República, beijando-lhe o pescoço ornado de peças lapidadas, e acariciando as orelhas enfeitadas de brilhantes brincos, não se sabe.

As camas da alfândega não são aconchegantes. Mas, como se diz que não era presente pessoal e sim para o acervo da República, tudo leva a crer que a cortesã republicana deitaria num beco, com ou sem saída, ou entrando e saindo.

Sabe-se de ciência própria e da anatomia institucional que nenhuma república, por mais esculhambada que seja, por mais prostituída que seja, possui pescoço ou orelhas. Ora, se a república não tem orelhas nem pescoço não poderá ser presenteada com brincos e colares. Elementar, meu caro Watson.

Para o general Heleno, não foi. Para Damares, também não. Sobra quem, nesse grau de importância? Há orelhas sobrando nesse cipoal e pescoço faltando nessa forca. Viva a República dilapidada, no brilho lapidado da mentira!

Leia também: Além de joias para Michelle, Bolsonaro também ficou com as suas.

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Categoria(s): Crônica
quarta-feira - 08/03/2023 - 11:38h
Presentes milionários

Além de joias para Michelle, Bolsonaro também ficou com as suas

Do Canal Meio e outras fontes

O segundo estojo de joias presenteado pela Arábia Saudita, que chegou ao Brasil com a comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, está no acervo privado de Jair Bolsonaro (PL). A informação foi dada ao Estadão pelo tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente.

Ex-presidente, segundo relato de ex-auxiliar, ficou com joias (Fotomontagem Em tempo)

Ex-presidente, segundo relato de ex-auxiliar, ficou com joias (Fotomontagem Em tempo)

O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, afirmou em nota que “agindo dentro da lei, (o ex-presidente) declarou oficialmente, os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens, não existindo qualquer irregularidade em suas condutas”.

Segundo documentos oficiais, as peças masculinas da Chopard foram recebidas pessoalmente por Bolsonaro em 29 de novembro de 2022. Antes de serem entregues ao então presidente, um relógio com pulseira de couro, um par de abotoaduras, uma caneta, um anel e um rosário árabe ficaram por mais de um ano nos cofres do Ministério de Minas e Energia. E, no mesmo dia em que deixaram o ministério, uma nova determinação foi dada para que o pacote fosse encaminhado imediatamente para a residência oficial de Bolsonaro.

Não se sabe por que as joias ficaram guardadas por tanto tempo já que se tratava de um presente do regime saudita ao governo do Brasil. Pela legislação, além de declarar formalmente que se tratava de um presente institucional, as peças deveriam ter sido encaminhadas ao acervo público da Presidência da República.

Os documentos e a declaração da defesa contrariam a fala inicial do ex-presidente que, no fim de semana, disse que não pediu nem recebeu qualquer tipo de presente em joias do governo da Arábia Saudita. Agora, os fatos estão o desmentindo. (Estadão)

Polícia Federal

A Polícia Federal deve ouvir Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e o ex-ministro de Minas e Energia sobre as tentativas de liberação das joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões e destinadas à ex-primeira-dama, mas que foram retidas pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos em 2021. (g1)

Em carta enviada ao príncipe da Arábia Saudita, Abudulaziz bin Salman Al Saud, Bento Albuquerque omitiu a apreensão de parte das joias. Na correspondência, com data de 22 de novembro de 2021, ele afirma que os presentes recebidos foram incorporados ao acervo brasileiro “de acordo com a legislação nacional e o código de conduta da administração pública”. Os fatos novamente vão noutra direção. (Globo)

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Categoria(s): Política
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domingo - 05/03/2023 - 11:34h

As joias apreendidas de Michelle Bolsonaro

Por Ney Lopes

Bolsonaro e o príncipe Mohammed bin Salman em Osaka, no Japão (Foto: Web)

Bolsonaro e o príncipe Mohammed bin Salman em Osaka, no Japão (Foto: Web)

O princípio ético do editor desse blog se resume na expressão: “informação com opinião”.

Procura-se a verdade dos fatos e o que diz a lei.

O exemplo é que, no atual momento de radicalização política no país, são comuns as reclamações (algumas violentas) de bolsonaristas e lulistas. inconformados com certas análises publicadas.

A tarefa do jornalismo independente gera essas incompreensões e mal-entendidos.

Porém, é um ônus necessário à cidadania.

O tema polêmico de hoje são as joias apreendidas de Michelle Bolsonaro.

A mídia estampa em manchetes terem sido apreendidas pela RF joias da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, no valor de R$ 16.5 milhões e que o então presidente Bolsonaro tentou várias vezes reavê-las.

A impressão que dá à primeira vista é que foi uma tentativa recente de contrabando, evitada pela Receita Federal.

Independente de acusar ou defender o ex-presidente é preciso dizer, que não foi isto que aconteceu, “salvo elementos novos conhecidos, após essa análise”.

O fato ocorreu há mais de três anos

Ao saber que as joias haviam sido apreendidas, a presidência da República tornou o caso público.

Vejamos.

Em 26 de outubro de 2020, um funcionário da presidência da República, em missão oficial procedente da Arábia Saudita, teve a sua bagagem revistada pela alfandega, que constatou as joias citadas.

O servidor declarou que era um presente do governo da Arábia Saudita ao presidente brasileiro e esposa.

A RF não aceitou a explicação e reteve os bens.

Iniciou-se um processo administrativo fiscal (2020), tendo como objeto o material apreendido.

A presidência da República não se omitiu e informou à alfândega, alegando que se tratava de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro.

Mesmo assim, a Receita não liberou.

Vê-se que não se trata de joias contrabandeadas e agora pilhadas pelo atual governo, mas – como explicado desde o início –, presentes do governo da Arábia Saudita.

A Presidência tentou reaver publicamente o material, em pelo menos quatro ou mais ocasiões.

Próximo ao término do mandato, em 28 de dezembro de 2021, o presidente Bolsonaro enviou novo ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que as pedras preciosas fossem destinadas à Presidência da República, em atendimento ao ofício 736/2022, da “Ajudância de Ordens do Gabinete Pessoal do Presidente da República”.

Não houve resposta.

Não é a primeira vez, que dúvidas desse mesmo tipo são levantadas pela imprensa.

Aconteceu nos governos FHC, Lula e Dilma.

Cabe uma “análise jurídica” sucinta e isenta do tema relativo a propriedade de documentos e presentes, recebidos pelos ex-presidentes da República e acompanhantes.

A Resolução nº 3 da Comissão de Ética Pública (CEP) tem por objetivo dar efetividade ao artigo 9º do Código de Conduta da Alta Administração Federal que veda à autoridade pública por ele abrangida, como regra geral, a aceitação de presentes.

O Tribunal de Contas da União já apreciou a matéria e determinou que fossem incorporados ao patrimônio da União todos os documentos e presentes recebidos pelos ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, a partir da publicação do Decreto 4.344/2002

Ficou claro que o recebimento de presente só é permitido em duas hipóteses:

a) quando o ofertante for autoridade estrangeira, nos casos protocolares, ou em razão do exercício de funções diplomáticas (item 2, inciso II);

b) por motivo de parentesco ou amizade (item 2, inciso I), desde que o respectivo custo seja coberto pelo próprio parente ou amigo, e não por pessoa física ou entidade que tenha interesse em decisão da autoridade.

Nota-se não ser demasia considerar, que o ofertante do presente a Michelle Bolsonaro foi uma autoridade estrangeira e ela estava numa viagem protocolar, aplicando-se o item 2, inciso II transcrito, que permite o recebimento de presentes.

Sabe-se que o acervo de Fernando Henrique está guardado na sede do Instituto FHC, em SP.

Em relação ao período presidencial, há cerca de 1.500 objetos, incluindo presentes dados ao tucano por cidadãos e autoridades nacionais e estrangeiras.

Em função da decisão do TCU, Lula e Dilma devolveram presentes recebidos, porém não sua na totalidade.

Entre os presentes oferecidos à Lula, quando presidente, incluem-se   artefatos de joalheria de alto valor, como uma adaga em ouro amarelo e branco – cravejada com pedras preciosas -presenteado pelo ex-presidente líbio Muammar Kadaffi.

Também há um punhal  de ouro cravejado com pedras preciosas recebido do rei Mohammed, de Marrocos.

Estátua de Camelos em ouro maciço e cristal dos Emirados Árabes, um Jade (réplica da coroa) em ouro do presidente da Coréia do Sul, um conjunto de taças de prata doado pela Rainha Elizabeth da Inglaterra.

A verdade é que o episódio envolvendo o casal Bolsonaro na RF deverá provocar uma regulamentação mais objetiva, do que pode e do que não pode, em relação a presentes ofertados a autoridades, em atos oficiais.

Em fidelidade a verdade e aos fatos, não houve neste caso de Michelle Bolsonaro tentativa de trazer ilegalmente para o país o conjunto de joias no valor de R$ 16.5 mi, que, até prova em contrário,  lhe foi presenteado pela Arábia Saudita.

Como já dito, salvo fato novo, ainda não conhecido, trata-se de um ato administrativo fiscal, que está sendo questionado em processo já instaurado, ou seja, se o “presente” saudita será ou não tributado.

Desde a apreensão das joias pela RF em 2020, existe um contraditório escrito e público, aguardando a decisão final.

Passaram-se mais de três anos, como já dito.

Portanto, não houve má fé, ou ocultação dolosa da apreensão feita pela alfandega.

O presidente Lula sofreu essa acusação no passado, até porque em seus dois mandatos como presidente, de 2003 a 2010, recebeu centenas de presentes.

A presidente Dilma também.

Uma comissão identificou, segundo o “Poder 360”, 176 itens na posse de Lula, dos quais 21 foram levados à Brasília para o acervo público.

O fato que envolve a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, realmente deve ser esclarecido, ninguém se opõe.

Porém,  para caracterizá-lo como crime, são necessárias provas e indícios concretos, que contrariem a versão oficial do presente ofertado pelos árabes.

Até o momento, o que existe é um procedimento administrativo fiscal instaurado para decidir se os bens serão ou não taxados.

Sem a existência de uma base fática e legal consistentes, criminalizar por antecipação significa negativa ao devido processo legal, o único meio de fixar responsabilidades, se houver.

Assim recomendam o direito e a justiça.

Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal

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Categoria(s): Artigo
sábado - 18/02/2023 - 11:02h
"Sigilo" de 100 anos

Vacina contra Covid-19, em Bolsonaro, é confirmada

Do Poder 360

O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, confirmou nesta 6ª feira (17.fev.2023) a existência de um registro de vacina contra a covid-19 no cartão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entretanto, disse que o órgão apura uma possível adulteração do documento.Vacina, covid-19

“Esse registro existe. Pelo menos, pelo que sabemos das informações. Se está no ofício, a CGU não faz uma pergunta à toa. Se está no ofício da CGU, não tenho como negar”, declarou em entrevista à CNN Brasil.

Também nesta 6ª feira (17.fev.2023), a CGU confirmou a existência de uma investigação em sigilo que envolve a denúncia de uma possível adulteração do cartão de vacinação do ex-presidente. Eis a íntegra da nota (120 KB). “É uma investigação sigilosa.

“Intimidade”

Mas, se a CGU mandou um ofício fazendo essa pergunta, é porque é uma dúvida obviamente pertinente em relação a uma informação que consta provavelmente ali (no ofício)”, disse Vinícius de Carvalho.

A informação havia sido publicada em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo na 5ª feira (16.fev). Segundo a publicação, a CGU apura a inserção de dados falsos no documento do então presidente.

O sigilo de 100 anos do cartão de vacinação de Bolsonaro foi decretado depois de pedido de acesso feito, via LAI (Lei de Acesso à Informação), pelo jornalista Guilherme Amado. A Presidência informou, à época, que o decreto havia sido baixado porque os dados diziam respeito “à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do então presidente.

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sábado - 18/02/2023 - 08:54h
Natal

Após visita de ministro, diretor da Codern apresenta renúncia

Brigadeiro deu justificativa à sua saída (Foto: arquivo)

Brigadeiro deu justificativa à sua saída (Foto: arquivo)

A Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN) informa a renúncia do brigadeiro Carlos Eduardo da Costa Almeida do cargo de Diretor-Presidente nesta sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023.

Considerando as mudanças políticas e tendo sido indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o brigadeiro Carlos Eduardo entendeu que não teria o diálogo necessário para as demandas da Companhia.

Antes da renúncia, o brigadeiro recebeu o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, a quem fez uma explanação do atual cenário da Companhia.

Fatos julgados relevantes serão comunicados posteriormente, destaca nota da própria Codern.

No campo político-partidário, o brigadeiro chegou a presidir o PSL, legenda pela qual foi eleito Bolsonaro em 2018. Na ativa militar, ele foi comandante da Base Aérea de Natal e da Academia da Força Aérea.

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sexta-feira - 03/02/2023 - 10:28h
Brasil

Senador implica Bolsonaro em trama para golpe, mas recua

Do Canal Meios e outras fontes

Em 9 de dezembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Daniel Silveira (PTB-SP) tentaram aliciar o senador Marcos do Val (Podemos-ES) em um plano para prender o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Marcos do Val gravou entrevista, mas bolsonarismo o sitiou depois (Foto: Geraldo Magela/Senado)

Marcos do Val gravou entrevista, mas bolsonarismo o sitiou depois (Foto: Geraldo Magela/Senado)

A revelação, registrada em áudio, foi feita pelo próprio senador. O plano, segundo Val, consistia em ele gravar uma conversa com Moraes e arrancar dele alguma declaração que indicasse parcialidade na condução das eleições.

O equipamento de escuta seria fornecido pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI). Com a gravação, Bolsonaro interviria no TSE e se perpetuaria na presidência. O senador afirmou ter procurado Moraes e denunciado a trama, mas, como se recusou a depor pessoalmente, o ministro disse não poder tomar providências. (Veja)

O relato de Marcos do Val pode dar contexto à minuta de um decreto golpista encontrado pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Segundo o documento, seria decretado “estado de Emergência no TSE” para impedir a posse de Lula. A gravação que o senador deveria obter seria a justificativa para a ação. (Globo)

Tão logo ficou clara a dimensão da denúncia de Val, a cúpula bolsonarista traçou uma estratégia, como revelou Luciana Lima: jogar a responsabilidade nas largas costas de Daniel Silveira. (Meio)

Na pressão, outra versão

O senador mudou sua versão após receber telefonemas de Flávio e de Eduardo Bolsonaro. À Veja, ele disse e a revista gravou, que a reunião foi agendada pelo presidente. Após as conversas com os filhos do presidente, passou a dizer que a iniciativa fora do deputado e que este apresentara os detalhes do plano, embora mantivesse que isso aconteceu na presença de Jair Bolsonaro.

Do Val também voltou atrás na ideia de renunciar ao mandato, o que tinha manifestado. (Estadão)

O senador e filho Zero Um Flávio Bolsonaro (PL-RJ) argumentou, em discurso no Senado, que a conversa relatada por Marcos do Val “não configura crime”. “Ainda que fosse verdade — porque eu não sei se é — conversar sobre isso não é um crime. Executar isso seria”, disse. (g1)

Já Daniel Silveira foi acordado pela PF em sua casa de Petrópolis, Região Serrana do estado do Rio. Ele voltou a ser preso por ordem de Alexandre de Moraes, mas a decisão não tem relação com as denúncias de Val. A justificativa foi o descumprimento sistemático de ordens do Supremo, danificando a tornozeleira eletrônica que deveria usar, abrindo novas contas em redes sociais e reiterando os ataques às instituições. (UOL)

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terça-feira - 31/01/2023 - 10:52h
Presidência

Disputa no Senado vira ‘terceiro turno’ entre Lula e Bolsonaro

Do Canal Meio e outras fontes

Lula e Bolsonaro polarizam sem adversários a luta política no país (Foto: Web)

Lula e Bolsonaro polarizam novamente noutro ambiente político (Fotomontagem de arquivo)

Quase como um “terceiro turno”, a eleição para a presidência do Senado vai ganhando contornos de um novo embate entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). Por seu lado, Lula vai devolver ao Congresso seus 11 ministros com mandato parlamentar, cinco dos quais são senadores, para votarem na reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no Senado e Arthur Lira (PP-AL), na Câmara — mesmo não havendo risco entre os deputados. No dia seguinte, voltam todos para a Esplanada.

Já Bolsonaro, conta Bela Megale, vem telefonando dos EUA na tentativa de virar votos em favor de seu candidato, o senador Rogério Marinho (PL-RN). A cúpula do PL atribui ao ex-presidente a possível virada de pelo menos três indecisos. Ontem, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro chegou a aparecer pessoalmente, de surpresa, num jantar em apoio à candidatura de Marinho. E, numa mostra de empenho, pôs o ex-presidente em uma ligação de vídeo com os senadores. (Globo)

Moeda de troca

Dentro do Congresso, as eleições de amanhã viram também moeda de troca e combustível para rivalidades. Segundo Guilherme Amado, senadores, alguns deles ligados a Pacheco, ameaçam votar em Marinho, pelo menos num primeiro turno, em protesto contra o acordo do mineiro para manter à frente da poderosa CCJ Davi Alcolumbre (UB-AP). Mesmo com essa movimentação, a conta do governo é que Pacheco terá entre 51 e 55 votos, garantindo o a reeleição em uma votação só. (Metrópoles)

Michelle e Bolsonaro

Ontem, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro apareceu de surpresa num jantar em apoio à candidatura de Marinho.

E, numa mostra de campanha aberta, ela pôs o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma ligação de vídeo com os senadores.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 12:24h
É o 'mito'

Apesar de inclinada a seguir Fátima, Rosalba não se identifica com Lula

No primeiro turno de 2022, ano passado, a ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP) foi apresentada como apoio à reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT) – veja AQUI – quando faltavam dez dias pro pleito. Porém, refugou de cravar voto em Lula (PT) à presidência. No primeiro e segundo turnos não seguiu ele.

Rosalba abraça o 'mito' Bolsonaro, dia 21 de agosto de 2020, em Mossoró (Foto: arquivo)

Rosalba abraça o ‘mito’ Bolsonaro, dia 21 de agosto de 2020, em Mossoró (Foto: arquivo)

Sua escolha pessoal foi Simone Tebet (MDB) no primeiro turno.

No segundo, ela e família fecharam com o capitão Jair Bolsonaro (PL).

Em 2018, o rosalbismo já tinha amarrado apoio e votos em Bolsonaro, que venceu o pleito presidencial.

Leia também: Rosalba vai acompanhar Fátima na campanha de 2024.

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terça-feira - 10/01/2023 - 22:54h
Oposição violenta

As respostas do dia 8 de Janeiro de 2023

Vandalismo sem similar, contra poderes, revela perigo à democracia (Foto: Adriano Machado/Reuters)

Vandalismo sem similar, contra poderes, revela perigo à democracia (Foto: Adriano Machado/Reuters)

No dia 14 de dezembro de 2022, há quase um mês, às 18h24, publiquei matéria sob o título Que líder de oposição Lula vai enfrentar?

Leia seu conteúdo abaixo.

Jair Bolsonaro (PL) será o líder de oposição ao presidente diplomado Lula (PT)?

Se for, que líder a oposição terá?

Um ressentido, incendiário e inconsequente?

Diplomático, propositivo, questionador?

Faça suas apostas.

Talvez as respostas às minhas dúvidas tenham sido respondidas preliminarmente no domingo (8 de Janeiro de 2023), com o ataque bolsonarista aos três poderes da República (veja AQUI):

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sábado - 31/12/2022 - 21:12h
Voz da sensatez

Mourão defende democracia e faz crítica indireta a Bolsonaro

Presidente em exercício também orientou 'patriotas' a retornarem à normalidade em seus lares

Do G1, Correio Braziliense e Canal BCS

O presidente em exercício, Hamilton Mourão (Republicanos), fez neste sábado (31) à noite, um pronunciamento de fim de ano transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão. Mourão criticou “lideranças” que, por meio do silêncio, deixaram crescer um clima de desagregação no país e levaram para as Forças Armadas a conta de um “pretenso golpe”.

“Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social. E de forma irresponsável deixasse que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta. Para alguns, por inação, e para outros por fomentar um pretenso golpe “, afirmou Mourão – num claro recado para Jair Bolsonaro (PL), o presidente que após as eleições no seguindo turno, derrotado, fechou-se e estimulou manifestações antidemocráticas.

Ele disse ainda que a “alternância de poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada” .

Mourão assumiu a presidência do Brasil na tarde desta sexta (30), quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o espaço aéreo brasileiro rumo a Orlando, na Flórida (Estados Unidos).

Veja íntegra do pronunciamento:

Brasileiros e brasileiras, boa noite

No momento em que concluímos mais um ano pleno de atividade e de intensos engajamentos de toda a ordem, na condição de Presidente da República em exercício julgo relevante trazer um palavra de esperança, de estímulo e de apreço ao povo brasileiro, especialmente, na ocasião em que o nosso Governo conclui o período constitucional de gestão pública do país iniciado em 1° de janeiro de 2019.

Vislumbro que os acontecimentos políticos, econômicos e sociais que têm marcado a presente quadra da nossa história seguirão impactando a vida da gente brasileira nos próximos anos, tornando a caminhada ainda mais desafiadora, visto que o mundo se ressente da pandemia da Covid-19 e a economia mundial sofre as consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

O Governo que ora termina, ao longo de quatro anos, fez entregas significativas na economia, no avanço da digitalização da gestão pública, na regulamentação da tecnologia da informação, na privatização de estatais, na liberação da economia, promovendo também, uma eficaz e silenciosa reforma administrativa, não recompletando vagas disponibilizadas por aposentadoria, além da renovação de nosso modelo previdenciário, também potencializando o agronegócio e vários campos do conhecimento humano.

Juntos, trabalhamos duramente contra a pandemia, auxiliando os mais necessitados, apoiando as empresas na manutenção dos salários dos empregados e desonerando suas folhas de pagamento. Apoiamos governos estaduais e municipais com recursos, médicos e medicamentos, independentemente da posição política ou ideológica dos chefes do Executivo, permitindo que seus governadores os direcionassem para as áreas onde aquela administração achasse conveniente.

Trabalhamos e entregaremos ao próximo governo um país equilibrado, livre de práticas sistemáticas de corrupção, em ascensão econômica e com as contas públicas equilibradas, projetando o Brasil, como uma das economias mais prósperas e com resultados mais significativos pós-pandemia, no concerto das nações.

Tais iniciativas, permitiram pleitear o ingresso do País, na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, o que possibilitará a melhoria ao acesso a mercados e a novas parcerias. Cabe destacar que a OCDE tem como princípios básicos a democracia e o livre mercado.

Nem todas as empreitadas obtiveram o sucesso que almejávamos. Na área ambiental, por exemplo, tivemos percalços, embora, neste último ano, tenhamos alcançado uma redução importante no desmatamento da Amazônia. Contudo, a região ainda necessita de muito trabalho e de cuidados específicos, engajando as elites e as comunidades locais cortejadas permanentemente pela sanha predatória oriunda dos tempos coloniais.

Dirijo-me agora aos apoiadores de nosso Governo, aqueles que credibilizaram o nosso trabalho por meio do voto consignado as nossas propostas, sobretudo, nas últimas eleições. Muito obrigado por teu voto. Desejo consitá-los a lutar pela preservação da democracia, dos nossos valores, do estado de direito e pela consolidação de uma economia liberal, forte, autônoma e pragmática. E que nos últimos tempos, foi tão vilipendiada e sabotada por representantes dos Três Poderes da República, pouco identificados com o desafio da promoção do bem comum.

A falta de confiança de parcela significativa da sociedade, nas principais instituições públicas decorre na abstenção intencional desses entes do fiel cumprimento dos imperativos constitucionais, gerando a equivocada canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos que, no regime vigente, carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional em curso.

Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país, deixaram com que o silêncio, ou o protagonismo inoportuno e deletério, criasse um clima de caos e de desagregação social e, de forma irresponsável, deixaram que as Forças Armada de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e, para outros, por fomentar pretenso golpe.

A alternância do poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada. Aos eleitos compre o dever de dar continuidade aos projetos iniciados e direcionar os seus esforços para que à luz de suas propostas, o país tenha segurado uma democracia urgente e plural, em um ambiente seguro e socialmente justo.

Aos que farão oposição ao governo que entra cumprirá a missão de opor-se a desmandos, desvios de conduta e a toda e qualquer tentativa de abandono do perfil democrático e plural duramente conquistado por todos os cidadãos. Buscando-se a redução das desigualdades por meio da educação isenta e eficaz, criando oportunidades iguais a todos os brasileiros.

Destaco que a partir do dia 1° de janeiro de 2023 mudaremos de governo, mas não de regime. Manteremos nosso caráter democrático, com poderes equilibrados e harmônicos, alternância política pelo sufrágio universal, pessoal, intransferível, secreto, buscando sempre maior transparência e confiabilidade. Tranquilizemo-nos.

Retornemos à normalidade da vida, aos nossos afazeres e o conforto de nossos lares, com fé e com a certeza de que nossos representantes eleitos farão dura oposição ao projeto progressista do governo de turno, sem, contudo, promover uma oposição ao Brasil.

Estaremos atentos. Na condição de presidente da república e a exercícios, finalizo essas palavras apresentando-lhes os meus melhores votos de um ano de 2023 pleno de saúde, felicidades e muitas realizações. Que o nosso amado Brasil continue sua caminhada na direção de seu destino manifesto, tornar-se a mais próspera e bem sucedida democracia liberal ao sul do Equador.

Feliz ano novo, êxito pessoal e prosperidade para cada um de nós e formamos esta grande nação. Muito obrigado e boa noite.

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segunda-feira - 26/12/2022 - 03:34h
Brasil

Escalada da violência política é pensada e calculada

Desde o fim das eleições em segundo turno no Brasil, dia 30 de outubro, testemunhamos romarias de bolsonaristas à porta de quartéis, implorando por um golpe militar e liberdade (pasme!). Insatisfeitos com a derrota do “mito” Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, acreditam que tudo será resolvido pelo poder verde-oliva. Na marra.

Desfile Militar em Brasília no dia 10 de Agosto de 2021, com tanque caquético vomitando fumaça (Foto: arquivo)

Desfile Militar em Brasília no dia 10 de Agosto de 2021, com tanque caquético vomitando fumaça (Foto: arquivo)

Como escrevemos há muitos meses, bem antes desse surto pós-eleitoral, a chance de uma intervenção militar é zero e continuará sendo zero, por mais que criem a cada 72 horas um sinal de que “agora vai”. Não vai.

No fim de semana, por pouco um caminhão-tanque com combustível para aeronaves não era explodido por empresário bolsonarista (que certamente não agiu sozinho) – veja AQUI.

Antes, já assistimos caminhoneiros atirando pedras e balas em policiais rodoviários (veja AQUI) que tentavam desobstruir estrada fechada por eles.

Há poucos dias, manifestantes atearam fogo em veículos privados e públicos em Brasília, além de avançarem à invasão, frustrada, da sede da Polícia Federal (veja AQUI).

Apesar dessa onda contra a democracia, provocações à ordem pública e violência explícita, o presidente Bolsonaro adota o silêncio como postura, inaceitável para um chefe de governo e Estado. Não é inércia. É cumplicidade mesmo.

Dos inofensivos tiozinhos e tiozinhas (usando os dois gêneros, segundo o manual do politicamente correto) que se ajoelham, cantam hinos cívicos, choram e marcham cobertos de verde e amarelo, aos criminosos das rodovias e de ataques em Brasília, a distância não é quilométrica. Trata-se de uma escalada, com método. Tudo pensado e calculado, mesmo que a maioria delirante não tenha ciência disso.

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segunda-feira - 12/12/2022 - 22:54h
Brasília em chamas

‘Patriotas’ bolsonaristas queimam carros, atacam prédios e acuam PF

Do Metrópoles, Canal BCS e outras fontes

O indígena bolsonarista extremista José Acácio Serere Xavante, preso no início da noite desta segunda-feira (12/12) pela Polícia Federal, foi detido a 600 metros do hotel em que o presidente diplomado Lula (PT) está hospedado, em Brasília.

Bolsonaristas reagiram à prisão com depredação de prédios públicos e privados, queimando carros, ônibus e tentando invadir a sede da Polícia Federal.

Bastante conhecido, Tserere teria feito discursos mais inflamados contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Diante do clima tenso, a corporação pediu reforço, a fim de impedir a destruição do prédio. 

A Polícia Militar do DF (PMDF) usou spray de pimenta para espantar o grupo. Com o conflito, os arredores da PF aparentavam clima de batalha, com pedaços de paus e pedras espalhados por todos os lados. Por conta do cenário de guerra, a W3 Norte precisou ser fechada na altura do Brasília Shopping. O centro comercial, inclusive, precisou ser evacuado em função do ambiente hostil.

Bolsonaro muda de postura

O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue em silêncio sobre o assunto. É como se nada disso tivesse ocorrendo. No fim do segundo turno, ele chegou a ter postura diferente, quando pressentiu o desgaste com incidente envolvendo o ex-deputado federal Roberto Jefferson. O ex-parlamentar atirou com fuzil e usou granadas contra agentes da Polícia Federal.

Para mim, quem atira em policial, o tratamento dispensado é de bandido“, afirmou à época (veja AQUI e em vídeo abaixo).

Após as eleições, policiais rodoviários federais foram atacados a tiros e pedradas (veja AQUIAQUI), policiais federais também enfrentaram baderneiros bolsonaristas em atos antidemocráticos, mas Bolsonaro não teve mesma posição. Calou-se.

Nota do Canal BCS – O ‘patriotismo’ atípico que quer intervenção militar e liberdade, revela uma face esperada. E vai piorar, digo há tempos. O apoio vem de quem deveria contê-los.

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sexta-feira - 02/12/2022 - 23:48h
Bolsonaro

Ele não se refez

Bolsonaro, catatônico, parece está distante, ao lado do pastor Silas Malafaia (Foto: Web)

Bolsonaro, catatônico, parece estar distante, ao lado do pastor Silas Malafaia (Foto: Web)

Em todas as fotos que vi do presidente Jair Bolsonaro (PL) pós-derrota, ele aparece com rosto cerrado, olhar distante.

Catatônico.

E a loquacidade esvaiu-se nas redes sociais. Sumiu do cercadinho.

Não, não é tática.

Não espere ‘golpe’, tanques nas ruas.

Ele não se refez.

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terça-feira - 29/11/2022 - 22:38h
Rei morto...

Governadores ‘bolsonaristas’ acenam para futuro presidente

Dois caminhos, bifurcação, estradas, opções,Do Blog Tio Colorau

Matéria do Estadão desta terça-feira (29) mostra que governadores alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que fizeram campanha para ele, já estão acenando para Lula.

Cita Romeu Zema (Novo-MG), Wilson Lima (União Brasil – AM), Gladson Cameli (PP-AC) e Mauro Mendes (União Brasil – MT).

Nota do Canal BCS – Rei morto, rei posto.

Desde sempre foi assim.

E pelo visto, assim continuará.

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domingo - 27/11/2022 - 04:30h
Petrobras

“Porta giratória”, o movimento de bilhões com executivos do petróleo

Por Lucas Ferraz (The Intercept Brasil)

Maior empresa brasileira e uma das gigantes mundiais no ramo de petróleo, a Petrobras tomou um novo rumo no governo Bolsonaro ao acelerar a venda de parte de seu patrimônio — uma mudança de perfil que deve ser revista no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir de janeiro de 2023.The Intercept e reportagem especial sobre executivos da Petrobras na iniciativa privada - Porta giratória 19-11-2022

Iniciada durante o governo de Dilma Rousseff, a política que permitiu o surgimento de novos atores privados no mercado ganhou um forte impulso com o atual governo, responsável por vender a maioria dos ativos negociados pela Petrobrás até o momento.

Quem liderou essas aquisições foi uma pequena e até há pouco tempo desconhecida petrolífera, a 3R Petroleum, que tem em sua cúpula alguns ex-diretores da Petrobras e atua exclusivamente em campos comprados da estatal.

Fundada em 2014, a 3R Petroleum tornou-se expoente do novo mercado adotando uma velha prática do setor, a chamada porta giratória – quando executivos envolvidos em uma ponta do processo passam para o outro lado do balcão, atuando em companhias privadas que compram justamente espólio da estatal da qual vieram.

Pelo menos 12 profissionais da 3R vieram da Petrobrás, inclusive o ex-presidente da estatal, Roberto Castello Branco, responsável por alavancar o programa de desinvestimento no governo Bolsonaro. Castello Branco é o atual presidente do Conselho de Administração da 3R.

O caso chama a atenção por iluminar os bastidores de um mercado e seus novos atores privados, admitidos no país desde a edição da Lei do Petróleo, em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, responsável por derrubar o monopólio da Petrobrás. Quando a legislação entrou em vigor, o país extraía 1 milhão de barris de petróleo por dia. Hoje, são mais de 2,8 milhões de barris por dia, produzidos por mais de 40 empresas – a Petrobrás é a gigante absoluta, respondendo por 93% da produção.

Além de diretores experientes e o aproveitamento no programa de desinvestimento da Petrobrás, o que impulsionou a 3R foi o preço competitivo de algumas das aquisições. A companhia comprou nove polos de gás e petróleo ofertados pela estatal – três deles, ainda em fase de transição.

Todos os ativos foram negociados no governo Bolsonaro, cujo ministro da economia, Paulo Guedes, é um declarado entusiasta da privatização da Petrobras e ex-sócio (e fundador) do BTG Pactual, banco que detém uma pequena parte (3,68%) do capital social da 3R. O BTG Pactual também ajudou a levantar dinheiro para o grupo adquirir ativos.

Mudança de cenário

A primeira tentativa da 3R de comprar um espólio da Petrobrás ocorreu no final do governo Michel Temer, presidente cuja agenda liberalizante acelerou ainda mais o programa iniciado no governo Dilma.

O alvo era o polo de Riacho da Forquilha, no Rio Grande do Norte, com alguns dos maiores poços onshore (extração de gás ou petróleo realizada em terra) do Brasil. Mas a companhia renunciou ao direito de compra. Segundo noticiou-se à época, exatamente pela desconfiança do mercado em relação ao faturamento e à inexperiência da 3R no setor.

O cenário mudou desde então. A companhia estreou na bolsa de valores há dois anos e chamou a atenção do mercado financeiro exatamente num momento em que o barril de petróleo valorizou por causa da invasão na Ucrânia e da alta da inflação em todo o mundo. Nos canais de jovens investidores no YouTube, a 3R é comparada à Petrorio, outra petroleira nacional, em atividade há mais tempo, que cresceu comprando campos maduros (aqueles que já passaram do pico de produção) da Petrobrás.

“Quando a Petrobras decide vender é que se inicia. Construímos a 3R para esse tipo de oportunidade. Somos a empresa que mais assinou contratos de compra com a Petrobras. Foi muito trabalho nessa primeira fase, onde o segredo é precificar corretamente”, afirmou o CEO da empresa, Ricardo Savini, em entrevista ao jornal O Globo neste ano. Ele é geólogo, formado na Petrobrás, tendo trabalhado lá por mais de uma década.

Empréstimos

Além do BTG Pactual, a companhia conta com outros fundos e bancos para capitalizar e realizar novas aquisições. E tem atraído parceiros de peso como a família Gerdau, dona de 10,9% do capital da empresa, por meio da Gerdau Investimento.

Castello Branco teve embate com Bolsonaro em momento delicado do governo (Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil)

Castello Branco teve embate com Bolsonaro em momento delicado do governo (Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil)

Neste ano, a 3R contraiu dois empréstimos de 500 milhões de dólares cada para poder pagar o polo Potiguar, o maior e mais valioso ativo da Petrobrás que entrará para o portfólio do grupo. O acordo de compra e venda foi assinado em janeiro deste ano – o preço supera 1,3 bilhão de dólares. No primeiro empréstimo, anunciado num comunicado ao mercado em agosto, a 3R informou que o valor foi emprestado por um grupo de credores que conta com Morgan Stanley, Citibank, Banco do Brasil, Itaú, Deutsche Bank, entre outros. O segundo, firmado dois meses depois, foi com o BTG Pactual.

As cifras poderão ser pagas em até cinco anos, mas os bons resultados mostram que o débito deve ser honrado bem antes.

No último balanço divulgado, a 3R registrou receita líquida no terceiro trimestre deste ano de R$ 502 milhões, um aumento de 161% em relação ao mesmo período de 2021. Já o lucro líquido foi de R$ 469 milhões, um fabuloso crescimento de 1.364%, comparado ao trimestre anterior.

Nos dois anos e três meses da gestão de Castello Branco na Petrobrás, a estatal vendeu 37 campos de petróleo. Só com a 3R, nesse período, os campos negociados renderam cerca de R$ 3,8 bilhões, em valores atuais.

Castello Branco virou presidente da Petrobrás após as eleições de 2018. Foi indicado por Guedes e ocupou o cargo de janeiro de 2019 até 12 de abril de 2021. No discurso de posse, ele – defensor da privatização da estatal, assim como seu padrinho político – criticou a existência de monopólios e pregou menor intromissão do Estado na economia.

Durante a gestão Castello Branco, a Petrobrás realizou sucessivos reajustes no preço da gasolina e do diesel provocando um choque direto com Bolsonaro, que desejava controlar os preços dos combustíveis. O presidente demitiu o executivo. Em resposta, Castello Branco acusou Bolsonaro de usar a empresa como se fosse dele e deu a entender que tinha mensagens em seu telefone corporativo que poderiam incriminá-lo.

Sigilo de 100 anos

Seguindo uma praxe que se tornaria recorrente ao longo do mandato, Bolsonaro colocou o assunto sob sigilo e decretou o prazo de 100 anos para acesso às mensagens.

Menos de um ano depois de ser demitido, em março de 2022, o mercado tomou conhecimento de que o ex-chefe da Petrobrás assumiria o cargo máximo no conselho de administração da 3R Petroleum. Apesar de ter suscitado críticas, a ida do executivo para a petrolífera não é ilegal, já que foi respeitada a quarentena de seis meses prevista em lei para evitar conflito de interesses. A restrição temporária também vale para ministros, “presidentes e diretores de empresas públicas ou sociedades de economia mista”.

A Petrobrás informou ao Intercept que o descumprimento dos princípios e compromissos internos (os mesmos previstos na lei em questão, nº 12.813/2013) podem acarretar medidas disciplinares, mas ressaltou que não “comenta casos específicos”.

Em nota enviada ao Intercept, Castello Branco ressaltou que o desinvestimento de “um ativo está sujeito a rigorosas normas de governança requerendo aprovação” de diferentes órgãos da empresa, além de auditoria do Tribunal de Contas da União, sendo um processo decisório do qual participam pelo menos 40 pessoas. “É incorreto dizer que a decisão é do presidente [da Petrobrás]”, afirmou.

A 3R, também em nota, informou que a escolha de Castelo Branco se deu por sua experiência no setor de óleo e gás e por sua atuação como diretor de grandes companhias — como a Vale e o Banco Central.

Outro caso de porta giratória verificado na relação entre a Petrobras e a 3R envolve o engenheiro elétrico José Luiz Marcusso, que trabalhou por 38 anos na estatal e ocupou posições como a gerência de recursos humanos e da área de produção e exploração no Espírito Santo — estado onde se encontra o polo Peroá, um dos ativos colocados à venda no programa de desinvestimento.

Marcusso deixou a Petrobras em março de 2021, um mês antes da empresa vender o polo. Após cumprir os seis meses de quarentena previstos em lei, o engenheiro assumiu, já no primeiro mês livre, o cargo de gerente de ativos na 3R, que acabou por fechar o negócio em Peroá.

Quando as operações foram finalmente transferidas à 3R, em agosto passado, quem representava a companhia era o mesmo Marcusso, que tinha comandado as operações na área pela Petrobrás uma década antes.

“Ele é o caso mais cristalino disso tudo”, ressaltou Etory Sperandio, diretor do Sindipetro, o Sindicato dos Petroleiros, do Espírito Santo.

O negócio foi vantajoso, segundo o relatório de produção publicado no site da 3R, dona de 85% do polo, ao custo de 55 milhões de dólares.

Foram mais de 78 mil barris de petróleo extraídos em agosto deste ano, primeiro mês de operação, quando o valor do barril superou os 90 dólares no mercado internacional. O faturamento bruto da empresa chegou à casa de 7 milhões de dólares nos primeiros 30 dias. Em oito meses, com os preços e a produção mantidos no mesmo patamar, a 3R terá faturado no Peroá mais do que todo o valor que gastou na aquisição do ativo: 56 milhões de dólares.

Esse exemplo foi citado no levantamento realizado pelo Sindipetro do Espírito Santo, que levanta casos de conflito de interesses e critica a política de “desmontar” a Petrobrás.

Expertise em formar profissionais

A estatal criada em 1953 desenvolveu ao longo dos anos uma grande expertise na formação de profissionais, o que ajuda a entender o porquê de tantos executivos e diretores de carreira serem cobiçados por outras empresas – nacionais e estrangeiras. Alguns estão perto da aposentadoria e veem as ofertas como oportunidade para ganhar excelentes dividendos e estender o tempo útil da carreira. A Petrobrás diz possuir “uma política de remuneração e benefícios alinhada às melhores práticas de mercado”.

O Intercept encontrou outro caso de porta giratória do ano passado que envolve um ex-diretor-executivo da Petrobras. Diferente dos demais casos citados, este recebeu uma reprimenda da Comissão de Ética Pública da Presidência por conflito de interesses e, por coincidência, justamente durante a gestão de Roberto Castello Branco.

Onshore tem foco do setor privado, uma necessidade da Petrobras priorizar o Pré-sal (Foto: Arquivo)

Onshore tem foco do setor privado, por uma necessidade da Petrobras priorizar o Pré-sal (Foto: Arquivo)

No início do governo Bolsonaro, houve uma troca na cúpula da estatal. Na diretoria de desenvolvimento da produção e tecnologia, saiu Hugo Repsold Júnior – que iria trabalhar para a 3R, abandonando o posto meses depois – e entrou Rudimar Andreis Lorenzatto.

Lorenzatto atuou na Petrobras por quase 25 anos e foi um dos profissionais formados em Macaé, no Rio de Janeiro, participando das descobertas do pré-sal, em 2006 (no final do primeiro mandato de Lula).

O processo na Comissão de Ética Pública ocorreu após ele deixar a empresa no primeiro semestre de 2021. Atualmente, Lorenzatto atua na Karoon Energy Brasil, como vice-presidente de operações.

“Essa porta giratória faz parte do mercado, pelo menos desde os anos 1990. O estado se encarrega de formar e qualificar o profissional, que depois é contratado por uma empresa. Assim, ele ganha muito dinheiro e ajuda a capitalizar uma empresa nova”, contou Cloviomar Cararine, economista do Dieese.

Uma característica dessas pequenas e médias empresas, segundo o economista Eduardo Costa Pinto, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, é nortear a produção de acordo com o preço do barril do petróleo no mercado internacional: quando ele sobe, a produção automaticamente aumenta; quando cai, a produção segue o mesmo ritmo. “Elas vivem na dependência do mercado internacional”, ressaltou Cararine.

Venda de ativos se justifica

A venda de ativos da Petrobrás se justifica pela necessidade de focar a produção na exploração do pré-sal. O objetivo dos desinvestimentos é reduzir a dívida da empresa, algo que já preocupava muito antes da Lava Jato, operação que puxou um grande novelo de corrupção na estatal e que serviu de estímulo para acelerar as vendas.

São três os perfis das empresas que adquirem os ativos: gigantes multinacionais, como Shell ou Exxon; as empresas controladas por estatais de outros países, como China e Noruega; e as companhias de pequeno e médio porte nacionais ou estrangeiras, fundadas há não muito tempo — neste grupo está a 3R.

A Petrobras informou em nota enviada ao Intercept que já concluiu mais de “50 transações com um valor total acumulado de mais de 40 bilhões de dólares”. Elas incluem campos de petróleo, gás, refinarias e terminais, além da venda da BR Distribuidora, rebatizada de Vibra.

Com o retorno de Lula, espera-se por mudanças nesse modelo de negócio. O próprio presidente eleito afirmou durante a campanha, e tem repetido nos últimos dias, que as empresas públicas brasileiras serão respeitadas e que a “Petrobrás não vai ser fatiada”. Da esquerda, muitos criticam Dilma Rousseff pelas “concessões” feitas ao mercado no seu segundo mandato, interrompido precocemente.

O debate que se iniciará nas próximas semanas mostrará as diferentes visões políticas do mundo do petróleo: uma ala, mais liberal, vê o produto meramente como uma commodity, um bem para exportação; a outra o encara como algo estratégico para a soberania nacional e o financiamento de políticas públicas.

Para os aliados de Lula, que estendem a crítica até os anos Dilma, o programa de desinvestimento em curso nada mais é do que um eufemismo para a privatização em pedaços da empresa, um símbolo do desenvolvimentismo brasileiro.

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Categoria(s): Economia / Política / Reportagem Especial
domingo - 20/11/2022 - 08:14h

O jogo acabou, vamos jogar

Por General Otávio Santana do Rêgo Barros

No domingo à noite (30/10/22), o Brasil deveria ter encerrado em alegria o ciclo democrático das eleições nacionais mais renhidas desde o fim dos governos militares. Não foi assim, o sentimento de tribo ainda persistia em toda parte.

Vencedores buscaram apaziguamento e união, mas um tanto inseguros de seus propósitos. Vencidos foram às ruas protestar contra as urnas, contra tudo o que não se alinhasse às suas cartilhas.Jogo do poder, xadrez, poder político, vencedor, vitória, política

O país está conturbado com a desinformação que vence o confinamento ideológico das “câmaras de eco”. Há um custo social com a desordem informacional, que será pago por todos.

Somem-se às notícias desencontradas, as pitonisas de um apocalipse, os bloqueios irresponsáveis e violentos de estradas por caminhoneiros a soldo e os acampamentos de apoiadores do presidente vencido às portas de quartéis.

Não há justificativa para que alguns cidadãos se acreditem senhores exclusivos da verdade, esperando mudar no grito o curso da história.

As luzes do poder depressa redirecionaram o foco para o vencedor. As instituições, mesmo com falhas pontuais, que por dever de justiça precisam ser apontadas e corrigidas, deram mostra de fortaleza.

Os chefes do Poder Legislativo se pronunciaram favoráveis ao resultado, as Forças Armadas demonstraram equilíbrio de organismo de Estado as forças policiais agiram sob demanda para trazer segurança, o Poder Judiciário atuou para conduzir uma votação e apurações serenas, observadores internacionais atestaram confiança no processo, e lideranças de muitos países logo cumprimentaram o vencedor.

Nessa semana, o relatório sobre o sistema eletrônico de votação (SEV) apresentado pelo Ministério da Defesa sugeriu melhorias no processo, mas não indicou fatos relevantes que comprometessem o resultado. Sepultou as esperanças de inconformados para modificar o pleito no tapetão. Game over! Mesmo os eleitores do presidente no cargo, e foram milhões, o que exige respeito do vencedor, desejam voltar ao normal de suas vidas. A sociedade quer mudar a agenda.

Quer reencontrar amigos, falar da Copa do Mundo, dos que partiram, dos que chegaram, dos problemas diários a enfrentar para a sobrevivência.

Quer conhecer as políticas sobre meio ambiente que impactem aqui e lá fora, saber como o Brasil retomará parcerias comerciais e relações multilaterais.

Quer ver o país novamente respeitado, com voz ativa nas decisões mundiais. Tudo sem a censura de ideologias grotescas—nenhuma exceção é permitida—que tentaram nos reger nos últimos anos.

Acompanhar com lupa as promessas realizadas na campanha será missão de todos. A prática política exige atenção. E, se essas promessas forem abandonadas ao relento nos próximos quatro anos, 2026 está logo ali para que o pêndulo das urnas derrote o agora vencedor e traga outro vencedor à ribalta.

O fortalecimento das autocracias é desafio a muitos países, e o Brasil não está imune. Vamos precisar, como sociedade organizada, desenvolver uma estratégia de resistência contra os ataques à democracia.

O professor Oliver Stuenkel, pesquisador da Fundação Getulio Vargas, em recente artigo, afirmou: “A erosão de um sistema democrático requer foco e paciência”.  As lideranças autocráticas encontraram o caminho para levar a democracia ao colapso. Valem-se do mundo digital, de contestações às instituições, da guerra cultural difusa e de condenações à governança.

Em 1º de janeiro de 2023, na cerimônia da posse, resistindo ao ambiente distópico que nos cerca e asfixia, vamos dar um exemplo ao mundo. Vamos esquecer o passado divisivo que nos consumiu nos últimos meses. Guardá-lo no baú sem chaves da intolerância e vestirmo so branco matizado de verde e amarelo, cores da bandeira que sempre foi e será de todos os brasileiros.

Já é um bom começo.

Paz e bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros é general de divisão da reserva do Exército e ex-porta-voz da Presidência da República, nomeado pelo governo Jair Bolsonaro

*Texto originalmente publicado em O Globo.

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Categoria(s): Artigo
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